Gap surpreende Wall Street com alta de vendas e melhora de margens

A Gap Inc. (NYSE:GAP) apresentou um terceiro trimestre fiscal acima das expectativas, reacendendo o otimismo em torno da varejista de moda. A receita subiu 3%, alcançando US$ 3,94 bilhões, enquanto as vendas comparáveis avançaram 5%, desempenho que superou com folga as projeções e marcou o sétimo trimestre seguido de crescimento.

O lucro por ação ficou em 62 centavos, acima dos 59 centavos estimados, impulsionando a ação em 5,9% durante as negociações de pré-mercado na sexta-feira, 21 de dezembro de 2025. A Gap Inc. também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:GPSI34).

O CEO Richard Dickson destacou que a performance reflete a combinação entre produtos mais atrativos, marketing eficiente e colaborações de grande apelo cultural. Campanhas como “Better in Denim” e parcerias com Disney, Stranger Things e Wicked impulsionaram a relevância das marcas, especialmente entre consumidores jovens. As colaborações ajudaram a empresa a vender mais itens a preço cheio, mesmo em um ambiente econômico pressionado.

Old Navy e Gap seguiram como motores de crescimento, com altas de 6% e 7% nas vendas comparáveis, respectivamente. A Banana Republic também surpreendeu, avançando 4% e marcando o segundo trimestre consecutivo de recuperação. Juntas, as marcas compensaram o fraco desempenho da Athleta, cujas vendas recuaram 11% devido ao processo de reformulação da linha esportiva feminina.

Apesar do avanço nas vendas, o lucro líquido caiu 14%, afetado principalmente por tarifas sobre produtos importados. A margem bruta recuou discretos 0,3 ponto percentual, para 42,4%, mas ainda superou as previsões. A empresa reiterou que o impacto tarifário deve reduzir entre 1 e 1,1 ponto percentual da margem operacional anual.

A reação de analistas foi positiva. Corey Tarlowe, da Jefferies, afirmou que a varejista “continua bem posicionada para o sucesso”, elevando a recomendação para compra. O Morgan Stanley ressaltou que as iniciativas de revitalização da marca estão se mostrando consistentes, fortalecendo o apelo das coleções e ampliando o alcance entre consumidores de diferentes faixas de renda.

Com o impulso do trimestre, a Gap revisou para cima sua projeção anual. Agora espera que as vendas líquidas cresçam entre 1,7% e 2%, atingindo o teto da faixa anterior. A margem operacional estimada também foi elevada para 7,2%, com maior confiança para a temporada de fim de ano, apontada como promissora devido à força inicial de novembro. A diversificação de portfólio também ganhou destaque, com a empresa reduzindo gradualmente a dependência da China.

Enquanto isso, a Athleta segue como o maior desafio. O declínio acentuado nas vendas, somado a quatro trimestres seguidos de fraqueza, preocupa analistas. Dickson afirma que a marca passa por um “ano de reformulação”, agora sob comando da nova CEO Maggie Gauger, mas admite que a retomada exigirá tempo e ajustes profundos no sortimento e posicionamento.

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