
Com ações em queda e resultados fracos, analistas veem curto prazo mais desafiador para a Hapvida (HAPV3), que já recua 44% em novembro; preço-alvo cai de R$66 para R$22
A Hapvida (BOV:HAPV3) voltou ao centro das atenções da bolsa de valores nesta sexta-feira (21/11) após o Itaú BBA rebaixar a recomendação da companhia de outperform (compra) para market perform (neutra). O corte acontece depois da divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025 (3T25), que trouxe resultados considerados fracos pelos analistas e aumentou a percepção de risco operacional no curto prazo.
O movimento ocorre em meio a um cenário de forte deterioração: apenas no dia 13 de novembro, as ações da operadora de saúde despencaram 42,21%, acumulando baixa de 44% em novembro e 59,4% nos últimos 12 meses. Com o novo relatório, o preço-alvo inicial de R$ 66 foi drasticamente revisado para R$ 22.
Segundo o Itaú BBA, o lucro abaixo das expectativas e a piora dos principais indicadores desmontaram a tese anterior de recuperação gradual da rentabilidade. Para o banco, o conjunto de resultados do 3T25 indica um desalinhamento entre preços praticados e custos crescentes, criando um ambiente de menor previsibilidade.
O BBA cita ainda que a estratégia da Hapvida focada em reforçar a “qualidade” — reduzindo churn, fortalecendo a marca e mantendo o modelo verticalizado — aumentou o uso dos serviços pelos beneficiários. O efeito colateral foi a alta do custo por cliente, não compensada pela migração para o NDI nem pelos reajustes previstos. Além disso, a expansão agressiva no Sudeste elevou custos fixos que não foram diluídos pelo crescimento de beneficiários.
Os analistas também destacaram a escalada competitiva com a Amil, que ganhou espaço principalmente em São Paulo com o produto “Bronze”, apoiado na joint venture com a Dasa e na maior força de marca. O cenário torna o curto prazo mais incerto para a Hapvida, que precisa equilibrar uso de serviços, churn, rentabilidade e riscos regulatórios.
Para os próximos anos, o Itaú BBA projeta receita líquida de R$ 30,8 bilhões em 2025, R$ 33,0 bilhões em 2026 e R$ 35,3 bilhões em 2027. O índice de sinistralidade de caixa (MLR) deve permanecer elevado, mas estável, na casa dos 73%. Já o EBITDA ajustado deve crescer de R$ 3,2 bilhões em 2025 para R$ 3,9 bilhões em 2027, com margem passando de 10,3% para 11,1%. O lucro líquido ajustado pode avançar de R$ 593 milhões (2025) para R$ 1,15 bilhão (2027). O múltiplo P/L projetado cai de 13,6x para 7,0x no mesmo período.
Às 14h19, as ações da Hapvida (HAPV3) caíam 1,50%, negociadas a R$ 17,60. No pregão desta sexta-feira (21/11), o papel abriu em R$ 17,30, marcou máxima de R$ 17,73 e mínima de R$ 16,90 — movimento que reflete o clima de cautela após o relatório do Itaú BBA e a delicada situação operacional revelada pelo balanço do 3T25.
A Hapvida Participações e Investimentos opera como uma das maiores operadoras de saúde do Brasil, com modelo verticalizado que integra hospitais, clínicas, laboratórios e planos de saúde. Atua principalmente nos segmentos de saúde suplementar, odontologia e serviços médicos, competindo com grupos como Amil, NotreDame Intermédica e Bradesco Saúde.
O rebaixamento do Itaú BBA adiciona pressão ao momento já sensível da Hapvida (HAPV3), que atravessa desafios operacionais e competição mais intensa. Para investidores, o curto prazo exige cautela redobrada e monitoramento dos próximos trimestres.
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