
Contratos em Dalian caem 1,87% para 760,5 iuanes/tonelada. Em Singapura, baixa de 2,46% a US$ 101,35/tonelada, impactando mineradoras globais nesta sexta-feira (07/11).
O mercado de commodities abriu o dia com tom negativo nesta sexta-feira (07/11), refletindo ansiedades sobre a economia chinesa e sua influência no consumo global de matérias-primas. Os contratos futuros de minério de ferro, barômetro essencial para o setor siderúrgico, registraram quedas acentuadas nas principais bolsas asiáticas, sinalizando uma semana de perdas acumuladas. No Brasil, o movimento ecoou diretamente no Ibovespa (BOV:IBOV), onde ações de mineradoras como a Vale (BOV:VALE3) | (NYSE:VALE) enfrentaram vendas, apesar de balanços recentes positivos. Investidores globais, atentos a estoques elevados e políticas industriais em Pequim, optaram por cautela, priorizando ativos mais defensivos em um cenário de desaceleração manufatureira.
Os preços do minério de ferro confirmaram a tendência baixista ao longo do pregão, com volumes moderados indicando pouca disposição para compras. Na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), o contrato de janeiro – o mais líquido – abriu em torno de 775 iuanes por tonelada, oscilou com máxima de 778 iuanes e mínima de 758 iuanes, antes de fechar em 760,5 iuanes/tonelada, uma variação absoluta de -14,5 iuanes (-1,87%). Esse recuo reflete a aversão a riscos em meio a dados fracos de importações chinesas. Já na Bolsa de Cingapura (SGX), o benchmark de dezembro iniciou em US$ 103,90/tonelada, atingiu pico de US$ 104,20 e vale de US$ 101,00, terminando em US$ 101,35/tonelada, com queda absoluta de -US$ 2,55 (-2,46%). A discrepância entre as bolsas destaca a sensibilidade do SGX a fluxos internacionais, mas ambos os mercados apontam para um piso técnico próximo de US$ 100.
Esse desempenho pressionou diretamente a Vale, maior exportadora global de minério, cujas margens dependem fortemente da commodity. Com mais de 70% de sua receita atrelada ao ferro, a empresa viu suas ações recuarem em sintonia, ampliando perdas semanais e destacando como flutuações em Pequim podem eclipsar avanços operacionais, como o ramp-up de minas no Brasil.
Na B3, a Vale (BOV:VALE3) sentiu o peso da commodity, fechando em R$ 64,56 após uma sessão de baixa consistente. O papel abriu em R$ 64,85, testou máxima de R$ 64,86 logo no início, mas deslizou para mínima de R$ 64,02, resultando em variação absoluta de -R$ 0,94 (-1,44%), com volume acima de 20,8 milhões de unidades. O movimento contribuiu para uma realização de lucros no Ibovespa, que apesar de recordes recentes, pausou o ímpeto graças à fraqueza em materiais básicos. Analistas veem o preço atual como oportunidade de entrada, citando o custo C1 da Vale abaixo de US$ 20/tonelada como colchão contra quedas prolongadas.
Nos EUA, o ADR da Vale na NYSE seguiu o mesmo roteiro descendente, encerrando em US$ 12,11 com perda de -US$ 0,12 (-0,98%). A negociação começou em US$ 12,02, com alta intradiária de US$ 12,15 e baixa de US$ 11,94, em um volume robusto de 31,6 milhões de ações. Esse recuo, embora menos intenso que o do minério, reflete o apetite global por hedge contra riscos chineses, com o setor de materiais no S&P 500 (SPI:SP500) também em baixa. Para investidores americanos, o ADR oferece exposição diversificada, mas o dia reforçou a correlação com Ásia, limitando ganhos potenciais de diversificação em níquel e cobre.
Na Austrália, o mercado de mineração – coração da oferta global de ferro – registrou quedas moderadas, com a BHP Group (ASX:BHP) fechando em A$ 42,50, uma desvalorização de -0,74%. A gigante, rival direta da Vale, viu seu papel oscilar em um pregão volátil, pressionado pela mesma dinâmica de demanda asiática enfraquecida. Já a Rio Tinto (ASX:RIO), com forte presença em Pilbara, recuou -0,63% para A$ 120,80, destacando como exportadores “down under” absorvem impactos semelhantes, mas com buffers de custos mais altos que a brasileira.
Em Londres, as listagens duplas de mineradoras australianas ecoaram o pessimismo. A BHP (LSE:BHP) terminou em £ 41,20, com queda de -1,28%, enquanto a Rio Tinto (LSE:RIO) perdeu -0,63% para £ 5.226,00. O FTSE 100 (LSE:UKX) sentiu o baque no subíndice de recursos básicos, com traders citando estoques chineses como vilão principal. Essas empresas, com diversificação em alumínio e cobre, mitigaram perdas relativas à Vale, mas o dia sublinhou a interconexão global do setor.
Nos Estados Unidos, o foco em siderurgia integrada trouxe variações mistas. A Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF), exposta a aço automotivo, despencou -3,17% para US$ 10,41, pior que a Vale devido a margens apertadas em um mercado de demanda volátil. Em contraste, a ArcelorMittal (NYSE:MT) surpreendeu com alta de +3,43% a US$ 39,16, beneficiada por hedges e foco em produtos de alto valor, ilustrando como integração vertical pode inverter a tendência da commodity pura.
Na Euronext, a ArcelorMittal (EU:MT) também avançou +1,41% para € 33,75, reforçando sua resiliência em um continente com estímulos verdes para aço low-carbon. A performance positiva contrasta com pares puras-mineração, destacando apostas em reciclagem e eficiência como antídoto para baixas no ferro.
Fatores que influenciaram os preços do minério de ferro hoje
- Oferta Exuberante na China: Estoques portuários recordes e relutância de siderúrgicas em recomprar pressionaram os contratos, ampliando o desequilíbrio em um mercado já saturado.
- Restrições na Siderurgia: Medidas no norte chinês para reduzir capacidade e conter deflação cortaram o apetite por matéria-prima, ecoando fraqueza no imobiliário e infraestrutura.
- Visão de Mercado: Bancos como JPMorgan apontam “fadiga natural” no setor, com qualidades de minério em declínio global – um trunfo para a Vale e sua produção premium a longo prazo.
No fim das contas, o recuo do minério de ferro nesta sexta-feira (07/11) reafirma o domínio das commodities sobre a economia brasileira, onde exportações para a Ásia ditam rumos para o real e o emprego em estados como Minas Gerais e Pará. Com perspectivas de estabilização via políticas de Pequim em 2026, o setor permanece volátil, mas essencial para diversificação de portfólios. Para rastrear cotações ao vivo do minério, Vale e impactos no Ibovespa, confira a Central de Commodities da ADVFN.
Desempenho das principais empresas de mineração mundial
As majors globais do setor de mineração navegaram um dia de consolidação mista, com foco em eficiência operacional. A BHP (ASX:BHP) e Rio Tinto (LSE:RIO) limitaram perdas em torno de 0,7-1,3%, graças a hedges em metais baterias como lítio. A ArcelorMittal (NYSE:MT) destacou-se com +3,43%, impulsionada por margens em aços especiais. Já a Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF) sofreu mais, caindo -3,17% em meio a tarifas comerciais incertas. No Brasil, a CSN Mineração (BOV:CMIN3) recuou -0,85% para R$ 5,81, alinhada à Vale, enquanto juniors como Atlantic Lithium (LSE:ALL) perderam -4,05%, expondo riscos em exploradoras menores.
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