
Rede oncológica tenta reaver prejuízo de R$ 433 milhões em CDBs do Master; ONCO3 cai 13,53% e fecha a R$ 1,79 em dia de forte aversão ao risco
A Oncoclínicas (BOV:ONCO3) informou que tentará assumir a participação do Banco Master na empresa como forma de compensar as perdas registradas após a liquidação extrajudicial da instituição financeira, decretada nesta terça-feira pelo Banco Central em meio à prisão de Daniel Vorcaro e outros executivos do banco em investigação conduzida pela Polícia Federal.
Segundo a companhia, o direito está previsto no Instrumento de Repactuação firmado entre as partes como garantia dos valores aplicados — um total de R$ 478,2 milhões originalmente investidos em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) do Master, dos quais R$ 433 milhões ainda estavam contabilizados antes do evento de crédito.
A empresa havia acordado com o banco, no dia 22 de outubro, um resgate escalonado em 20 parcelas de R$ 25 milhões entre outubro de 2024 e maio de 2027. Com o colapso do Master, o acordo tornou-se inviável, levando a rede de clínicas a provisionar, em 30 de setembro, uma perda estimada de R$ 217 milhões.
Impacto imediato: queda das ações e deterioração do valor de mercado
A forte aversão ao risco afetou diretamente o desempenho das ações na bolsa de valores. A ONCO3 despencou 13,53% no pregão de terça-feira, encerrando cotada a R$ 1,79 — bem abaixo da abertura de R$ 1,82, com mínima de R$ 1,74 ao longo do dia. A desvalorização reduziu o valor de mercado da Oncoclínicas (BOV:ONCO3) para R$ 1,18 bilhão, queda de 8,5% frente aos R$ 1,28 bilhão registrados na véspera.
Considerando os valores atuais, a fatia de 14,95% do Master na empresa vale hoje cerca de R$ 177 milhões — abaixo dos R$ 216 milhões que ainda restariam a resgatar, segundo cálculos da própria Oncoclínicas.
No fato relevante, a Oncoclínicas reforça que tomará todas as medidas cabíveis para exercer a opção de compra das cotas dos fundos Tessália e Quíron — veículos que detêm a participação do Master na rede. Pelos preços de fechamento da última segunda-feira, o bloco de ações equivaleria a aproximadamente R$ 203 milhões, ainda acima do valor atual.
O episódio reforça a sensibilidade das ações de saúde listadas na B3 em um ambiente de crédito mais apertado. As empresas de medicina especializada já vinham enfrentando margens pressionadas por fatores como inflação médica, custos operacionais elevados e renegociação de contratos com operadoras, o que amplifica qualquer evento extraordinário como este.
Se a forte queda de terça-feira reflete o pânico inicial, o investidor tende a acompanhar com atenção o avanço das medidas judiciais e o efeito sobre a liquidez da companhia. A volatilidade nas próximas sessões deve seguir elevada, especialmente com a percepção de risco amplificada após o episódio envolvendo o Banco Master.
A Oncoclínicas Brasil Serviços Médicos (BOV:ONCO3) é uma das maiores redes especializadas em tratamento oncológico da América Latina, atuando com clínicas próprias, parcerias hospitalares e centros de terapias avançadas. Concorrentes relevantes incluem Dasa (BOV:DASA3), Rede D’Or (BOV:RDOR3) e Grupo Oncoclínicas europeu. A empresa integra tratamentos, laboratórios, oncologia clínica e pesquisa.
Para investidores, o caso adiciona risco ao curto prazo, mas também abre uma possível via de compensação patrimonial caso a empresa consiga assumir a fatia do Master.
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