Pedidos de hipotecas nos EUA caem 1,9%

O mercado imobiliário norte-americano deu mais um sinal de resfriamento nesta quarta-feira (05/11). A Pesquisa Semanal de Pedidos de Hipotecas da Associação de Bancos Hipotecários (MBA) revelou que os pedidos totais de hipotecas registraram uma queda de 1,9% na semana encerrada em 31 de outubro. O movimento ocorreu em um ambiente de juros ainda elevados, que continua a pesar sobre a decisão de compradores e de quem busca refinanciar.

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Os detalhes do relatório mostram um cenário misto, mas com pressão clara. A taxa de juros média para a hipoteca de taxa fixa de 30 anos, um referencial importante, subiu ligeiramente para 6,31%, ante 6,30% na semana anterior. Na esteira desse custo mais alto, o Índice de Compras, que mede os pedidos para aquisição de imóveis, recuou 1%. Já o Índice de Refinanciamento teve uma queda mais acentuada, de 3%. O Índice de Mercado Consolidado, que combina ambas as atividades, fechou em queda de 2%. Apesar do recuo geral na atividade de refinanciamento, um dado chamou a atenção. Joel Kan, vice-presidente e economista-chefe adjunto da MBA, explicou: “O valor médio dos empréstimos para refinanciamento atingiu seu nível mais alto em seis semanas, já que os mutuários com empréstimos maiores continuaram buscando maneiras de reduzir seus pagamentos mensais”. Kan também comentou uma pequena mudança no perfil de compra: “houve um leve aumento nos pedidos de financiamento imobiliário pela FHA, visto que os potenciais compradores continuam buscando opções de empréstimo para ajudar a lidar com as condições desafiadoras de acessibilidade financeira”.

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Este cenário de juros altos e atividade morna no setor imobiliário é um termômetro crucial para a economia dos EUA. Um mercado imobiliário enfraquecido pode sinalizar um consumo mais contido, impactando diretamente as projeções de crescimento. Para os mercados financeiros, dados como este são avidamente monitorados pelo Federal Reserve (Fed) para calibrar sua política de juros. A persistência de um cenário restritivo tende a manter a pressão sobre os índices acionários norte-americanos, como o S&P 500 (SPI:SP500) e o Nasdaq Composite (NASDAQI:COMPX), e valoriza o dólar norte-americano frente a outras moedas, como refletido na paridade Dólar Americano e Real Brasileiro (FX:USDBRL).

Embora a notícia não afete uma empresa específica, seu impacto é sistêmico. Construtoras, corretoras de imóveis e instituições financeiras com forte exposição ao crédito imobiliário nos EUA podem sentir os efeitos. Um mercado imobiliário menos aquecido pode refrear o otimismo em torno de ações do setor, enquanto a perspectiva de juros altos por mais tempo beneficia títulos de renda fixa, mas mantém a aversão ao risco em patamares elevados na bolsa de valores. No contexto atual, onde cada dado econômico é dissecado em busca de pistas sobre o próximo movimento do Fed, a desaceleração nos pedidos de hipoteca reforça a narrativa de uma economia que começa a sentir o peso do custo do dinheiro mais caro.

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