Petróleo sobe após perdas recentes com dólar forte e tensões na oferta global

Os preços do petróleo reverteram em alta na manhã de quarta-feira, se recuperando parcialmente após perdas da sessão anterior, com o fortalecimento do dólar americano e a desaceleração do mercado global afetando o sentimento dos investidores. Os operadores também estavam atentos a novos sinais de oferta dos principais produtores.

Às 08h35 (horário de Brasília) os contratos futuros do petróleo Brent subiam 0,26%, para US$ 64,61 o barril, enquanto os contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA também subiam 0,26%, para US$ 60,72.

Ambos os índices de referência permaneciam próximos de seus níveis mais baixos em quase duas semanas. “O clima de aversão ao risco em todos os mercados fez com que os investidores abandonassem os mercados de energia”, escreveram os analistas do ANZ em uma nota para clientes.

Os mercados de ações na Ásia despencaram e a volatilidade atingiu seu nível mais alto desde abril, após uma onda de vendas de ações de tecnologia em Wall Street reacender os temores de ações sobrevalorizadas.

O índice do dólar americano manteve-se firme em torno da máxima de três meses, sustentado por sinais de divergência entre os membros do Federal Reserve, o que sugere perspectivas limitadas para outro corte de juros este ano. Um dólar mais forte normalmente reduz a demanda por petróleo, aumentando os custos para compradores fora dos EUA.

“O preço do petróleo bruto está caindo… à medida que o sentimento de risco se tornou acentuadamente negativo, impulsionando o dólar americano, considerado um porto seguro, e ambos os fatores pressionaram o preço do petróleo bruto”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG.

A situação se agravou com o sentimento pessimista, dados do Instituto Americano de Petróleo indicaram que os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram na semana que terminou em 31 de outubro.

No que diz respeito à oferta, a OPEP+ anunciou planos para aumentar a produção em 137.000 barris por dia em dezembro, optando por suspender novos aumentos de produção no início de 2026. No entanto, analistas da LSEG observaram que essa suspensão “provavelmente não oferecerá suporte significativo aos preços de novembro e dezembro”.

A própria OPEP aumentou a produção em apenas 30.000 barris por dia em outubro, muito aquém do aumento esperado de 330.000 barris por dia, uma vez que as quedas na Nigéria, Líbia e Venezuela compensaram os aumentos de outros membros.

Em declaração separada, o CEO do Grupo Gunvor afirmou que as sanções ocidentais contra a Rússia e o Irã levaram a níveis recordes de petróleo armazenado no mar, ajudando a evitar um excesso de oferta global.

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