Europa opera mista enquanto decisões monetárias e inflação do Reino Unido ganham foco

Os mercados de ações europeus registraram leve alta na quarta-feira, com os investidores se posicionando antes de uma série de anúncios de políticas dos bancos centrais, e dados de inflação mais fracos deram um suporte particularmente positivo às ações do Reino Unido.

Às 08h08 (horário de Brasília), o índice DAX da Alemanha havia caído 0,03%, o CAC 40 da França registrava baixa de 0,13% e o FTSE 100 do Reino Unido apresentava um desempenho superior, com alta de 1,64%. O Stoxx 600 subia 0,37%, a 581,92 pontos.

O foco muda para as reuniões do banco central

Nesta semana, a atenção do mercado está firmemente centrada nas próximas decisões de política monetária em toda a Europa, à medida que os investidores buscam clareza sobre a direção das taxas de juros no início do novo ano.

O Banco Central Europeu deverá manter sua taxa básica de juros inalterada em 2% em sua reunião de quinta-feira. Indicadores econômicos recentes sugerem que a economia da zona do euro demonstrou maior resiliência do que o previsto inicialmente.

Apesar da pressão da postura comercial agressiva do presidente dos EUA, Donald Trump, a zona do euro, composta por 20 países, conseguiu absorver parte do impacto das tarifas americanas mais elevadas, compensando parcialmente o desempenho mais fraco das exportações. No entanto, o ritmo de crescimento diminuiu no final do ano, com a atividade industrial a contrair-se ainda mais e o crescimento do setor de serviços a perder fôlego.

Mais tarde, durante a sessão, serão divulgados os dados do IPC da zona euro relativos a novembro, embora não se espere que tenham um impacto significativo nas decisões de política monetária do BCE.

Entretanto, o Riksbank da Suécia e o Norges Bank da Noruega também devem anunciar suas decisões finais de política monetária para 2025 esta semana. No Reino Unido, os dados de inflação divulgados hoje provavelmente influenciarão a próxima decisão do Banco da Inglaterra.

A inflação anual dos preços ao consumidor no Reino Unido desacelerou para 3,2% em novembro, ante 3,6% em outubro, marcando seu nível mais baixo em oito meses. Em termos mensais, os preços caíram 0,2%. O Banco da Inglaterra votou por uma margem apertada de 5 a 4 para manter as taxas de juros inalteradas no mês passado, mas a desaceleração da inflação pode aumentar a probabilidade de um corte na taxa para 3,75%, ante 4%, o que seria o nível mais baixo desde o início de fevereiro de 2023.

Atualizações corporativas em foco

No âmbito corporativo, a Thyssenkrupp Nucera (TG:NCH2) divulgou resultados do quarto trimestre em grande parte em linha com a prévia divulgada em novembro, com receita ligeiramente acima das expectativas do consenso e lucros praticamente inalterados.

A Serco (LSE:SRP) elevou sua previsão de lucros para 2025 e apresentou uma perspectiva construtiva para 2026, apoiada pelo forte desempenho comercial em suas operações de serviços governamentais.

A Bunzl (LSE:BNZL) também atualizou o mercado, confirmando que seu lucro operacional ajustado para 2025 permanece em linha com as expectativas, apesar das persistentes pressões econômicas em diversos mercados importantes.

Preços do petróleo disparam após ação na Venezuela

Os preços do petróleo bruto dispararam depois que Trump ordenou um bloqueio total a todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, aumentando as preocupações com possíveis interrupções no fornecimento global.

Às 08h08 (horário de Brasília) contratos futuros do petróleo Brent para fevereiro subiram 2,09%, ou US$ 1,23, para US$ 60,15 por barril, enquanto os contratos futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) para janeiro avançaram 2,19%, ou US$ 1,21, para US$ 56,48 por barril.

Ambos os índices de referência caíram para mínimas de cinco anos na sessão anterior, depois que autoridades americanas apontaram algum progresso nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, aumentando as preocupações com um excesso de oferta no próximo ano.

“A Venezuela exportou cerca de 600 mil barris de petróleo por dia em novembro. É provável que esses volumes diminuam devido aos últimos acontecimentos. A maior parte desse petróleo é enviada para a China”, disseram analistas do ING em nota.

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