
O cenário de preços na indústria brasileira segue em trajetória de desaceleração. Dados divulgados na sexta-feira (05/12) mostram que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação recuou 0,48% em outubro de 2025 na comparação com setembro. Este é o nono mês consecutivo de variação negativa, configurando um dos períodos mais longos de deflação na porta da fábrica desde o início da série histórica, em 2014.
A queda foi mais acentuada do que a do mês anterior, quando o índice havia registrado -0,24%. Do total de 24 atividades industriais investigadas, 11 apresentaram redução nos preços médios. O setor de alimentos foi o grande vilão do resultado geral, exercendo a maior influência negativa. A atividade respondeu sozinha por -0,36 ponto percentual (p.p.) na variação agregada de -0,48%.
“Ainda neste quesito, outras atividades que também sobressaíram foram outros produtos químicos, com -0,16 p.p. de influência, metalurgia (0,11 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (-0,09 p.p.)”, conforme detalha o relatório.
Os números de longo prazo reforçam o ambiente de preços industriais mais baixos. O acumulado no ano até outubro chegou a -4,33%, sendo o segundo menor resultado para um mês de outubro em toda a série. Em 12 meses, o IPP também permanece em terreno negativo, com variação de -1,82%, aprofundando a queda de -0,39% registrada em setembro.
Entre os destaques setoriais, a indústria de alimentos registra seu sexto mês seguido de queda, com recuo de 1,47% em outubro. A atividade de outros produtos químicos teve a variação negativa mais intensa do mês (-2,00%). Já a metalurgia apresentou alta de 1,80%, puxada principalmente por metais não ferrosos, como ouro e cobre, mas ainda acumula forte retração no ano. O refino de petróleo e biocombustíveis voltou a cair (-0,90%) após três altas consecutivas.
Impactos no mercado financeiro:
A persistente deflação no IPP, especialmente em setores amplos como bens intermediários (que pesa 53,74% no índice e recuou -6,92% no ano), tende a ser um fator de alívio para as projeções de inflação ao consumidor no futuro. Esse cenário pode dar mais margem ao Banco Central para manter ou até aprofundar o ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic), o que normalmente é positivo para o mercado de renda fixa, com possíveis quedas nos juros futuros negociados na B3. Para a bolsa de valores, juros mais baixos costumam ser um vento favorável, pois reduzem o custo de capital das empresas e tornam os dividendos de ações mais atrativos. No câmbio, um ambiente de juros decrescentes pode exercer pressão desvalorizadora sobre o real (FX:USDBRL), embora esse movimento seja contrabalançado por outros fluxos financeiros. Empresas de consumo cíclico e de bens de capital, que podem se beneficiar de um crédito mais barato, são setores a serem observados.
(ibge)
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