Brava Energia projeta investir US$ 550 milhões em 2026 e mira produção de 100 mil boed, a partir de 2027

Petroleira listada na bolsa de valores projeta expansão com novos poços, reforça hedge contra petróleo a US$ 55 e ações BRAV3 disparam quase 7% na B3 nesta quarta-feira (17/12).

A Brava Energia (BOV:BRAV3) anunciou planos robustos de investimentos para os próximos anos, com previsão de aplicar US$ 550 milhões em 2026, mesmo diante de um cenário de preços mais pressionados do petróleo. A estratégia tem como foco a expansão da produção, com a perfuração de novos poços e manutenção de ativos, reforçando a visão de longo prazo da petroleira brasileira listada na bolsa de valores.

Do total previsto para 2026, cerca de dois terços serão destinados à expansão operacional, enquanto o restante será aplicado em manutenção. O plano mantém o ritmo de investimentos observado em 2025, quando a companhia estima desembolsar aproximadamente US$ 500 milhões, sinalizando disciplina financeira e compromisso com crescimento sustentável, mesmo em um ambiente de maior volatilidade no mercado de petróleo.

A Brava confirmou a perfuração de quatro novos poços entre 2026 e 2027. Dois deles devem entrar em operação no campo de Papa-Terra, no quarto trimestre de 2026, enquanto os outros dois estão previstos para o campo de Atlanta, entre o primeiro e o segundo trimestres de 2027.

Com esses projetos, a companhia espera elevar sua capacidade de produção para cerca de 100 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) a partir de 2027, frente a uma produção estimada de 90 mil boed ao final de 2025. Para 2026, a empresa projeta um leve recuo na produção, em função do declínio natural dos campos, antes da entrada dos novos poços.

Segundo o diretor financeiro da Brava Energia, Luiz Carvalho, a companhia está atenta ao cenário macroeconômico e às oscilações da commodity.

“A tendência é que a gente tenha um preço de petróleo, pelo menos na primeira parte do ano de 2026, mais pressionado, eventualmente indo para US$ 55 por barril”, afirmou.

Para mitigar riscos, a empresa informou que cerca de dois terços da produção do primeiro semestre de 2026 estão protegidos por operações de hedge, percentual que cai para aproximadamente um terço no segundo semestre.

No campo financeiro, a Brava deve encerrar o quarto trimestre com alavancagem de dívida líquida sobre Ebitda em torno de 2,3 vezes, patamar semelhante ao do terceiro trimestre. A meta estratégica da companhia é reduzir esse indicador para abaixo de 1,5 vez nos próximos anos, reforçando a saúde financeira e a atratividade do papel para investidores de médio e longo prazo.

Carvalho também destacou que a companhia tem sido frequentemente procurada por agentes do mercado para discutir potenciais oportunidades de negócios, embora tenha reiterado que não há negociações em andamento com empresas como Eneva ou Ecopetrol. O executivo ressaltou que o mercado de petroleiras independentes no Brasil está mais dinâmico, favorecendo movimentações estratégicas e troca de participações em ativos.

A divulgação dos planos de investimento animou o mercado. As ações da Brava Energia (BOV:BRAV3) registravam alta de 6,89% nesta quarta-feira (17/12), cotadas a R$ 15,05, durante o pregão da bolsa de valores. O papel abriu o dia a R$ 13,75, atingiu máxima de R$ 15,12 e mínima de R$ 13,72, com volume negociado superior a 15,8 milhões de ações, refletindo forte interesse dos investidores.

A Brava Energia é uma petroleira brasileira focada na exploração e produção de óleo e gás, com atuação em campos offshore estratégicos. A companhia busca crescimento com disciplina financeira, eficiência operacional e proteção contra volatilidade de preços, competindo com outras empresas independentes do setor de petróleo e gás listadas na B3.

Com investimentos consistentes, foco em expansão e gestão ativa de riscos, a Brava Energia reforça sua estratégia de longo prazo no setor de petróleo.