
Os mercados enfrentam uma agenda repleta de eventos nos próximos dias, com os investidores acompanhando uma série de divulgações econômicas americanas atrasadas que devem esclarecer as tendências de emprego e inflação na maior economia do mundo.
Espera-se que os resultados da Micron (BOV:MUTC34) forneçam uma das últimas informações relevantes sobre o setor de inteligência artificial em 2025. Os comentários de membros do Federal Reserve também serão analisados de perto, enquanto diversos bancos centrais importantes ao redor do mundo devem divulgar suas mais recentes decisões de política monetária.
1. Divulgação de dados atrasados dos EUA
Novas informações sobre a saúde da economia dos EUA são esperadas esta semana, com a publicação de um conjunto de indicadores atrasados devido à prolongada paralisação do governo federal.
Na terça-feira, os mercados receberão o relatório de emprego de novembro. Economistas consultados pela Reuters preveem um aumento modesto de cerca de 35.000 vagas. O relatório também incluirá os dados de outubro sobre a folha de pagamento não agrícola, que não foram divulgados devido à suspensão da coleta de dados em decorrência da paralisação das atividades.
Uma taxa de desemprego atualizada também será divulgada, após a paralisação do governo por 43 dias ter impedido a compilação dos dados de outubro.
“Quaisquer dados mais fracos do que o esperado podem antecipar a precificação do próximo corte de juros do Fed”, disseram analistas do ING em nota.
Os dados da inflação de preços ao consumidor nos EUA referentes a novembro também serão divulgados, oferecendo outro sinal importante sobre as pressões inflacionárias.
Para o Federal Reserve, as condições do mercado de trabalho têm tido prioridade sobre a inflação, que permanece elevada. Embora diversos indicadores sugiram que o ritmo de contratações esteja arrefecendo, a ausência de dados oficiais abrangentes nos últimos meses obrigou os formuladores de políticas e os investidores a recorrerem a medidas alternativas para avaliar as tendências do emprego.
2. Autoridades do Fed em destaque
Diversos membros do Federal Reserve devem discursar esta semana, logo após uma votação apertada do Fed que aprovou um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros.
Embora o corte em si fosse amplamente esperado, persiste a incerteza sobre a direção das taxas nos próximos meses. A inflação persistente, as lacunas nos dados econômicos e a iminente transição de liderança no Fed complicaram as previsões para os custos de empréstimo em 2026 e nos anos seguintes. Na última quarta-feira, o banco central indicou que poderá suspender novos cortes até que haja maior clareza sobre as perspectivas econômicas.
As declarações do presidente do Fed de Nova York, John Williams, na segunda-feira, podem oferecer pistas sobre como alguns formuladores de políticas enxergam o caminho a seguir. Williams desempenhou um papel fundamental na “mudança das expectativas do mercado para uma postura mais branda” antes do corte mais recente, observou o ING.
O membro do Conselho de Governadores do Fed, Christopher Waller — visto por alguns como um potencial sucessor do presidente Jerome Powell — também tem um discurso agendado para quarta-feira.
3. Os resultados da Micron estão em foco
Analistas da Vital Knowledge alertaram que, embora os próximos dados dos EUA sejam importantes, “acreditamos que os mercados irão desconsiderá-los um pouco, dada a distorção atual dos números”.
Eles salientaram que o próprio Powell destacou na semana passada “o quão distantes da realidade ele considera que os números atuais do mercado de trabalho estão”.
Nesse contexto, a Vital Knowledge sugeriu que o relatório de resultados da Micron poderia se tornar o catalisador de mercado mais significativo da semana.
O sentimento em relação às ações ligadas à inteligência artificial foi abalado na semana passada após atualizações decepcionantes da Oracle e da Broadcom levantarem preocupações sobre a sustentabilidade dos grandes investimentos nessa tecnologia.
No entanto, as expectativas para a Micron permanecem “extremamente otimistas”, com os investidores prevendo um ciclo de alta de vários anos impulsionado pela demanda por chips de memória de alta largura de banda usados em processadores de IA avançados, de acordo com os analistas.
As ações da Micron (NASDAQ:MU) subiram mais de 176% este ano, refletindo em grande parte o papel da empresa como fornecedora chave de componentes HBM para os chips da Nvidia voltados para IA.
4. Espera-se que o BCE mantenha sua posição inalterada
A atenção também se voltará para as decisões políticas dos principais bancos centrais globais.
A expectativa geral é de que o Banco Central Europeu mantenha as taxas de juros inalteradas após sua reunião de quinta-feira. No entanto, especulações recentes têm girado em torno da possibilidade de um aumento das taxas em 2026.
Autoridades do BCE têm afirmado repetidamente que a política monetária está em um “bom momento”, descartando, na prática, novos cortes por ora. A economia da zona do euro cresceu 0,3% no terceiro trimestre, superando as previsões do BCE, enquanto a inflação se mostrou mais persistente do que muitos esperavam.
Como resultado, alguns analistas questionam se as projeções de inflação para 2026 e 2027 precisarão ser revisadas para cima.
5. Decisões do Banco da Inglaterra e do Banco do Japão à frente
O Banco da Inglaterra deverá anunciar seu último corte de juros do ano na quinta-feira, enquanto os formuladores de políticas avaliam sinais de que as pressões inflacionárias estão diminuindo, de acordo com o Deutsche Bank.
Os estrategistas do banco disseram que a decisão poderia ser apertada, com uma votação de 5 a 4 no Comitê de Política Monetária, sendo provável que o voto de desempate fosse do presidente do banco, Andrew Bailey.
A perspectiva surge em meio a relatos de opiniões divergentes dentro do Banco da Inglaterra sobre se um maior afrouxamento monetário poderia reacender a inflação, que desacelerou recentemente, mas permanece elevada. A inflação no Reino Unido caiu para 3,6% em outubro, ante 3,8% no mês anterior, em linha com as expectativas do Banco da Inglaterra, com dados adicionais sobre a inflação previstos para esta semana.
Enquanto isso, analistas da BofA Securities esperam que o Banco do Japão apoie unanimemente um aumento da taxa de juros em sua reunião de 18 e 19 de dezembro. Um aumento de 0,25 ponto percentual, para 0,75%, levaria os custos de empréstimo ao seu nível mais alto em cerca de 30 anos. No entanto, com os mercados já atribuindo uma probabilidade de aproximadamente 90% a tal movimento, os analistas — incluindo Takayasu Kudo e Shusuke Yamada — disseram que “duvidam que isso seja uma surpresa”.
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