
O dólar comercial fechou em expressiva alta de 2,31%, cotado a R$ 5,433, marcando o maior valor em quase dois meses e encerrando a semana como destaque negativo nos mercados brasileiros. A alta ocorreu mesmo com o ambiente externo relativamente estável, evidenciando o peso das incertezas domésticas na formação do preço da moeda.
O Ibovespa acompanhou o mau humor e encerrou o pregão com um mergulho profundo de 3,84%, aos 158.135 pontos, anulando a sequência recente de recordes que levaram o índice acima dos 164 mil pontos na véspera. A virada abrupta do mercado refletiu receios renovados sobre o cenário político e seus impactos fiscais para 2026.
O gatilho principal da escalada cambial veio da confirmação de que Flávio Bolsonaro será o nome escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para disputar a Presidência em 2026. A leitura predominante no mercado foi que a mudança reduz a competitividade da direita e aumenta o risco de fragmentação eleitoral, elevando a cautela dos investidores.
O quadro eleitoral ganhou relevância imediata diante da percepção de que a candidatura de Flávio pode afastar a chance de uma chapa mais moderada, como a combinação Tarcísio de Freitas–Michelle Bolsonaro, antes vista como preferida por agentes econômicos. Com maior incerteza, investidores migraram para proteção, pressionando câmbio e ações.
Mesmo com o mercado doméstico tenso, indicadores globais continuaram no radar. Nos EUA, o PCE, a principal referência de inflação para o Fed, avançou 0,3% em setembro e 2,8% em 12 meses, dentro das projeções. O núcleo subiu 0,2% no mês e também informou alta anual de 2,8%, o que aumentou apostas de corte de juros.
O dólar turismo também reagiu ao ambiente mais arriscado e subiu para R$ 5,653, alta de 2,52%. Já o euro comercial encerrou o dia a R$ 6,325, avançando 2,23%, enquanto o euro turismo atingiu R$ 6,602, com valorização de 2,45%, evidências da busca global por proteção em moedas fortes
No acumulado da semana e do mês, o dólar comercial registra alta de 1,83%, apesar de ainda acumular queda de 12,09% em 2025. O comportamento divergente do curto e longo prazo reflete a combinação entre melhora externa nos últimos meses e o recrudescimento das incertezas políticas internas nesta fase.
Dados locais também influenciaram o humor do mercado. O PIB do terceiro trimestre mostrou crescimento modesto de 0,1%, reforçando a leitura de desaceleração da atividade, sobretudo nos serviços e no consumo das famílias. A fraqueza da economia intensifica expectativas de cortes na Selic já em janeiro.
No mercado internacional, bolsas americanas operaram com leve otimismo pela manhã, com Dow Jones subindo 0,06%, S&P 500 avançando 0,13% e Nasdaq ganhando 0,27%. O contexto global mais benigno, porém, não foi suficiente para sustentar o apetite ao risco no Brasil, dominado pela política.
Ao fim do pregão, operadores destacaram que o impacto da notícia política superou a influência de dados econômicos, ampliou a aversão ao risco e trouxe volatilidade adicional ao câmbio. A percepção de um cenário fiscal menos claro em 2026 levou o dólar acima de R$ 5,40 e devolveu força ao sentimento defensivo no mercado doméstico.
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