
O dólar encerrou a terça-feira (2) em queda ante o real, acompanhando o enfraquecimento global da moeda norte-americana, em meio a um ambiente externo mais favorável e maior atenção dos investidores às sinalizações políticas domésticas, especialmente diante do início das discussões sobre o cenário eleitoral de 2026.
A cotação à vista recuou 0,57% e fechou a R$5,3303, devolvendo parte da alta de 0,47% registrada na segunda-feira, quando havia alcançado R$5,3606. No mercado futuro, o contrato para janeiro caiu 0,43% na B3, aos R$5,3640, acompanhando a melhora do apetite ao risco no mercado local.
No exterior, dados fracos reforçaram apostas de corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro. O setor manufatureiro dos Estados Unidos registrou contração pelo nono mês consecutivo. O chair do Fed, Jerome Powell, participou de um evento em Stanford, mas evitou comentários sobre política monetária, mantendo a incerteza no radar.
O índice DXY, que compara o dólar a seis divisas fortes, operava estável às 9h55, em leve queda de 0,01%, a 99,419 pontos. Por volta das 17h, o indicador continuava fraco, refletindo a percepção de que os juros americanos podem cair antes do previsto, reduzindo a atratividade do dólar globalmente.
No Brasil, dados da produção industrial de outubro mostraram uma alta de 0,1% na comparação mensal, abaixo da expectativa de 0,4%. Em relação ao mesmo mês de 2023, houve queda de 0,5%, contrariando projeções de retração mais branda.
A leitura mais fraca da indústria, combinada com a perspectiva de juros domésticos elevados por mais tempo, sustentou o diferencial favorável ao real. A Selic é amplamente esperada em 15% ao ano até o início de 2026, favorecendo operações de carry trade e mantendo o Brasil como destino atraente para capital estrangeiro.
O ambiente político também influenciou. Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada hoje indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno para 2026, mas apresenta empates técnicos com Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro no segundo turno. O mercado monitorou o impacto eleitoral nas expectativas econômicas.
O levantamento mostrou aumento da desaprovação de Lula, que passou de 48,1% para 50,7%, enquanto a aprovação caiu de 51,2% para 48,6%. Apesar disso, a leitura predominante entre investidores foi de estabilidade no quadro político imediato, reduzindo a aversão ao risco e contribuindo para a queda do dólar.
Na política monetária, a ferramenta FedWatch do CME Group apontava, perto do fechamento, 89% de chance de o Fed cortar juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa para entre 3,50% e 3,75% ao ano. Ontem, a probabilidade era de 86,4%. Já a chance de manutenção caiu de 13,6% para 11%.
A semana que vem concentra as atenções do mercado global. Tanto o Federal Reserve quanto o Copom realizam suas últimas reuniões de 2025 nos dias 9 e 10 de dezembro. As decisões devem definir o ritmo de juros para 2026 e, consequentemente, o comportamento do dólar e dos ativos brasileiros no curto prazo.
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