Futuros de Wall Street mistos enquanto IA pressiona tecnologia e petróleo recua apesar de riscos de oferta

Os futuros das ações dos Estados Unidos apontavam para um início misto na sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, a última sessão da semana de negociações.

As ações da Broadcom (NASDAQ:AVGO) caíram mais de 5% no pré-mercado depois que a atualização da fabricante de chips reacendeu as preocupações sobre o aumento do custo dos investimentos em inteligência artificial.

A Costco (NASDAQ:COST) apresentou resultados trimestrais que superaram as expectativas, destacando a demanda resiliente por produtos com preços acessíveis, enquanto os consumidores permanecem cautelosos antes da temporada de festas de fim de ano.

Enquanto isso, a Lululemon Athletica (NASDAQ:LULU) anunciou que seu diretor executivo deixará o cargo, já que há relatos de que o fundador da empresa está considerando uma possível disputa por procuração.

Os preços do petróleo recuavam após subirem inicialmente, impulsionados pelos riscos de oferta ligados à possível interceptação de carregamentos adicionais de petróleo bruto venezuelano pelos EUA.

Os futuros apontam para direções opostas

Os futuros das ações americanas oscilaram no início da sexta-feira, sinalizando um fechamento moderado para uma semana dominada por decisões de taxas de juros dos bancos centrais e resultados corporativos do setor de inteligência artificial, que são acompanhados de perto.

Às 07h38 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones subiam 82 pontos, ou 0,16%, os futuros do S&P 500 recuara, 12,8 pontos, ou -0,18% e os futuros do Nasdaq 100 recuavam 134,8 pontos, ou -0,52%.

Na quinta-feira, tanto o S&P 500 quanto o Dow Jones Industrial Average fecharam em novas máximas históricas, impulsionados por uma decisão de política monetária do Federal Reserve que os investidores consideraram mais moderada e menos agressiva do que o esperado. Analistas da Vital Knowledge afirmaram que o presidente do Fed, Jerome Powell, efetivamente deu sinal verde para uma alta do mercado de ações no final do ano.

No entanto, o otimismo foi atenuado pelas perspectivas pessimistas da empresa de software em nuvem Oracle, o que aumentou a crescente preocupação sobre se os altos investimentos em inteligência artificial se traduzirão, em última análise, em lucros sustentáveis. As ações da Oracle caíram mais de 10%, enquanto seus títulos foram vendidos e a demanda por swaps de crédito aumentou, refletindo as preocupações com a estratégia de IA da empresa, financiada por dívidas.

O tom cauteloso afetou o índice Nasdaq Composite, que caiu 60,30 pontos, ou 0,25%.

A Broadcom alerta para a pressão sobre as margens devido à IA

As ações da Broadcom caíram depois que o grupo de semicondutores alertou que as margens ficarão sob pressão devido ao impacto diluidor da receita relacionada à IA.

Na tentativa de desafiar o domínio da Nvidia em processadores de IA, a Broadcom (BOV:AVGO34) expandiu significativamente sua presença no setor. O CEO Hock Tan disse a analistas após a divulgação dos resultados que a carteira de pedidos da empresa atingiu US$ 73 bilhões, com entregas previstas para os próximos 18 meses.

Mas, ecoando um tema comum no setor de tecnologia, a entrada na IA exige um investimento de capital substancial. A diretora financeira, Kirsten Spears, afirmou que a empresa espera que sua margem bruta consolidada do primeiro trimestre diminua em cerca de 100 pontos-base em relação ao trimestre anterior.

Em todo o setor, prevê-se que os principais provedores de nuvem dos EUA gastem mais de US$ 400 bilhões em IA este ano, principalmente para construir centros de dados avançados necessários para executar modelos como o ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google.

Ao mesmo tempo, as evidências limitadas de que esses gastos estejam impulsionando a produtividade ou os lucros — combinadas com avaliações elevadas e um ciclo de fusões e aquisições — alimentaram preocupações de que o setor de IA possa estar se aproximando de condições semelhantes a uma bolha.

Os resultados do quarto trimestre fiscal da Broadcom, que superaram as previsões, marcaram um dos últimos grandes eventos de resultados financeiros relacionados à IA em 2025. Os investidores agora voltam sua atenção para os resultados da Jabil, fornecedora da Apple, e da fabricante de chips Micron, que serão divulgados ainda este mês.

A Costco supera as expectativas

As ações da Costco recuaram ligeiramente, apesar da varejista atacadista ter divulgado receita e lucro do primeiro trimestre acima das estimativas dos analistas.

As vendas comparáveis, excluindo combustíveis, aumentaram 6,4% no trimestre encerrado em 23 de novembro, superando as expectativas de um aumento de 5,82%, de acordo com dados da LSEG citados pela Reuters.

O desempenho também foi impulsionado pelas parcerias de entrega no mesmo dia da Costco com a Instacart nos EUA e com a UberEats e a DoorDash internacionalmente.

Os resultados da Costco (BOV:COWC34) refletem o bom desempenho de concorrentes como Walmart, Dollar Tree e Dollar General, evidenciando como os consumidores — particularmente nos EUA — estão cada vez mais buscando descontos em meio à incerteza econômica, um mercado de trabalho em desaceleração e inflação persistentemente alta.

Lululemon anuncia transição de CEO

As ações da Lululemon Athletica subiram quase 10% antes da abertura do mercado, depois que a empresa anunciou que o CEO Calvin McDonald deixará o cargo e elevou sua previsão de lucro para o ano todo.

McDonald deverá deixar a empresa em janeiro, após sete anos à frente da companhia, sem que um sucessor imediato tenha sido nomeado. Ele permanecerá em uma função de consultor sênior até março, mas renunciará ao seu assento no conselho.

O Wall Street Journal noticiou que a saída de McDonald ocorre após esforços nos bastidores do fundador Chip Wilson para explorar uma disputa por procuração, incluindo conversas com potenciais investidores e consultores. Segundo a reportagem, Wilson expressou insatisfação com a estratégia de marketing da Lululemon (BOV:L1UL34), embora ainda não esteja claro se a transição de CEO afetará seus planos.

Os preços do petróleo recuam apesar de preocupações com a oferta

Os preços do petróleo bruto recuavam na manhã de sexta-feira, mesmo com temores de uma oferta mais restrita após relatos de que os EUA poderiam interceptar mais carregamentos de petróleo venezuelano.

Às 7h45 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent para fevereiro caíram 0,15%, ou 9 centavos, para US$ 61,19 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate para janeiro teve baixa de 0,09%, ou 5 centavos, para US$ 57,55 o barril.

Ambos os índices estavam a caminho de registrar perdas semanais após caírem cerca de 1,5% na quinta-feira, com o aumento das especulações de que um possível acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia poderia impulsionar as exportações de petróleo russo para os mercados globais.

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