FTSE 100 sobe ligeiramente com libra esterlina firme; Ocado dispara enquanto Big Yellow cai

As ações britânicas operavam em alta na manhã de sexta-feira, 5 de dezembro de 2025, impulsionadas pela resiliência da libra esterlina e pelos ganhos generalizados nos mercados europeus. Analistas observaram que a força da libra parece ser mais influenciada por uma pressão vendedora do que por qualquer mudança significativa na percepção do risco soberano do Reino Unido.

Às 6h25 (horário de Brasília), o FTSE 100 subia 0,2%, enquanto o par GBP/USD também avançava 0,2%, ultrapassando a marca de 1,33. Em outros mercados europeus, o DAX da Alemanha registrava alta de 0,3% e o CAC 40 da França acompanhava esse aumento.

Destaques do mercado no Reino Unido

As ações da Ocado Group PLC (LSE:OCDO) subiram quase 10% após a divulgação de que receberá um pagamento em dinheiro de US$ 350 milhões da varejista americana Kroger. O pagamento ocorre após a decisão da Kroger de fechar três centros de distribuição automatizados no início de 2026 e cancelar os planos para uma nova unidade em Charlotte, Carolina do Norte. A injeção de capital é esperada para janeiro.

Em contrapartida, as ações da Big Yellow Group PLC (LSE:BYG) caíram 5,3% depois que a Blackstone Europe desistiu formalmente de apresentar uma proposta de aquisição. Isso ocorreu pouco depois de a Big Yellow anunciar que “não havia base para continuar as negociações” e se recusar a estender o prazo de 8 de dezembro de 2025 para apresentar uma oferta definitiva. A Blackstone confirmou, por meio de um comunicado regulatório, que não pretende prosseguir com a oferta, o que aciona as restrições da Regra 2.8 das normas de aquisição do Reino Unido.

Os dados do mercado imobiliário mostraram um arrefecimento ainda maior. O Índice de Preços de Imóveis de Halifax indicou que os preços médios das casas permaneceram inalterados em novembro, após um aumento de 0,5% em outubro. O valor típico dos imóveis subiu apenas £139, atingindo £299.892 — um novo recorde —, enquanto o crescimento anual desacelerou acentuadamente para 0,7%, o ritmo mais fraco desde março de 2024.

No mercado cambial, a libra esterlina continuou a se fortalecer. Analistas do ING reiteraram que a recente alta provavelmente se deve a um short squeeze, e não a uma mudança nos fundamentos. Eles destacaram que o spread do swap de títulos do governo britânico (Gilt) de 10 anos permanece mais estreito, em 48 pontos-base, ante 58 no final de setembro. O ING mantém a previsão de GBP/USD para o final do ano em 1,34, mas antecipa um desempenho inferior em relação ao euro, visto que o Banco da Inglaterra retoma os cortes nas taxas de juros neste mês.

Mudanças de corretoras e atualizações corporativas

O JP Morgan iniciou a cobertura da Greggs PLC (LSE:GRG) com recomendação de compra e preço-alvo de 2.110p para dezembro de 2027, o que implica uma valorização de cerca de 35% em relação ao fechamento de 1.590p do dia 4 de dezembro. A corretora apontou para avaliações deprimidas, apesar do que considera um desempenho operacional líder do setor e catalisadores claros no horizonte.

Em uma teleconferência setorial separada, o JP Morgan adotou um tom mais cauteloso em relação às ações europeias de petróleo e gás para 2026. Em sua mais recente Perspectiva para o Petróleo na UE, o banco observou que o setor apresentou uma “desacoplagem positiva significativa” no segundo semestre de 2025, superando os mercados europeus em geral em 6%, mesmo com a queda de 7% no preço do petróleo Brent. No entanto, a empresa agora considera as avaliações “plenas”, citando uma projeção de rendimento de fluxo de caixa livre de 7,8% para 2026, com o Brent a US$ 62 — um valor alto em relação às médias históricas.

Em outra notícia, a Halma PLC (LSE:HLMA) anunciou a aquisição da E2S Group Ltd por £230 milhões em dinheiro. O negócio, financiado por meio de linhas de crédito existentes, fortalece a oferta da Halma em segurança industrial e expande ainda mais sua presença em tecnologias de detecção e alarme de incêndio.

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