
Curva de juros fecha em baixa, com alívio político e expectativa pela Super Quarta. Vértices longos do DI Futuro lideram o movimento.
A sessão desta segunda-feira, 8 de dezembro, foi marcada por um movimento amplo de queda nos juros futuros, em um dia de maior apetite ao risco e alívio no prêmio exigido pelos investidores. A curva de juros encerrou o pregão com viés claramente baixista em praticamente todos os vencimentos, especialmente nos vértices da curva de juros mais longos, que reagiram a sinais de menor tensão política e ao ambiente de expectativa antes da Super Quarta. O tom predominante no mercado foi de cautela construtiva, com operadores ajustando as posições à espera das decisões de política monetária no Brasil e no exterior.
O destaque de alta ficou apenas com os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26), que avançaram 0,05%, encerrando o dia com taxa final de 14,903% ao ano, em leve movimento contrário ao restante da curva. Já as principais quedas se concentraram nos vértices intermediários e longos. Entre eles:
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contratos com vencimento em janeiro de 2034 (BMF:DI1F34) recuaram 0,55%, fechando a 13,505%
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contratos com vencimento em janeiro de 2033 (BMF:DI1F33) caíram 0,33%, para 13,52%
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contratos com vencimento em janeiro de 2030 (BMF:DI1F30) recuaram 0,34%, finalizando o pregão a 13,31%
Os vértices intermediários também apresentaram movimentos consistentes:
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contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28): -0,19%, taxa de 13,175%
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contratos com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29): -0,11%, taxa de 13,18%
Contratos de curto e médio prazo mais negociados
O maior volume do dia ficou com os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26), que somaram 1.580.598 negociações, reforçando sua posição entre os vértices mais líquidos do DI Futuro.
Logo em seguida, os vértices intermediários mantiveram forte atividade:
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janeiro de 2027 (BMF:DI1F27): 945.355 negociações
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janeiro de 2028 (BMF:DI1F28): 882.052 negociações
Esses vencimentos seguem como o núcleo operacional da mesa de renda fixa, sendo os mais utilizados por investidores institucionais para ajustes táticos no curto e médio prazo.
Contratos longos mais negociados
Nos vértices longos, que são tradicionalmente mais sensíveis ao risco fiscal e ao ambiente político, o destaque de liquidez ficou com:
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janeiro de 2031 (BMF:DI1F31): 489.186 negociações
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janeiro de 2035 (BMF:DI1F35): 98.833 negociações
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janeiro de 2033 (BMF:DI1F33): 74.599 negociações
A atuação consistente nesses vencimentos indica reposicionamento de players institucionais, especialmente diante das mudanças na percepção de risco político que marcaram a sessão.
Fatores que influenciaram o mercado de juros hoje
1. Alívio político doméstico
O mercado de juros futuros reagiu positivamente à sinalização de que o senador Flávio Bolsonaro pode não concorrer à presidência em 2026. A possibilidade reduziu parte da tensão que vinha pressionando o prêmio de risco, principalmente nos contratos longos — como os vértices com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) e janeiro de 2033 (BMF:DI1F33). O movimento foi interpretado como uma redução de incerteza, permitindo que a curva alongasse a queda ao longo da sessão.
2. Super Quarta no radar
Investidores também ajustaram posições à espera da última reunião do Copom em 2025. O consenso do mercado aponta que a Selic deve ser mantida em 15% ao ano, reforçando a leitura de estabilidade monetária no curto prazo. A ausência de surpresa ajudou a acomodar as taxas intermediárias, que reagiram a um cenário de menor volatilidade.
3. Projeções do Boletim Focus
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira trouxe revisão positiva das expectativas de inflação: o IPCA de 2025 recuou para 4,40%, enquanto a projeção de Selic de 2026 subiu levemente para 12,25%. A combinação abriu espaço para a queda dos juros longos, já que o mercado vê maior probabilidade de início de ciclo de afrouxamento monetário apenas em 2026, movimento que já se reflete nos contratos com vencimento entre 2031 e 2035.
4. Influência do cenário internacional
No exterior, o clima também contribuiu para o recuo das taxas brasileiras. A expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve e a possibilidade de ajustes na política monetária do Banco do Japão trouxeram momentos de cautela, mas o peso desses fatores foi menor do que os eventos domésticos. Com menor aversão global ao risco, a curva brasileira encontrou espaço adicional para queda.
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