Mercado financeiro inicia sexta-feira (12/12) em compasso de espera, com futuros mistos nos EUA e atenção à política monetária global

Os mercados globais amanhecem cautelosos nesta sexta-feira (12/12), com os índices futuros dos Estados Unidos operando de forma mista após uma semana marcada por forte rotação setorial. O movimento recente, que deslocou recursos das gigantes de tecnologia para ações de valor e setores cíclicos, levou o Dow Jones (DOWI:DJI) e o S&P 500 (SPI:SP500) a renovarem recordes históricos, reforçando o apetite por ativos mais ligados ao ciclo econômico.

Apesar do otimismo pontual, investidores mantêm postura defensiva antes das falas de três dirigentes do Federal Reserve previstas para hoje. Embora o mercado não espere mudanças significativas no curto prazo, os comentários podem ajudar a calibrar expectativas após a reunião do Fomc, que reforçou a possibilidade de uma pausa no ciclo de cortes de juros. A ferramenta do CME Group mostra que as apostas seguem divididas, refletindo um cenário em que dólar, Treasuries e bolsas ainda não descartam totalmente uma redução adicional nas taxas.

A sinalização recente do presidente Jerome Powell, de que o Fed pode adotar uma postura mais paciente, trouxe volatilidade aos mercados. A leitura predominante é de que a autoridade monetária prefere observar novos dados antes de retomar cortes, especialmente diante da resiliência do mercado de trabalho e da inflação ainda acima da meta. Assim, os indicadores econômicos das próximas semanas devem ganhar peso na formação de preços.

No Brasil, o comunicado conservador do Copom após a última decisão de política monetária esfriou parte das expectativas de que o primeiro corte da Selic aconteceria já em janeiro. Embora o tom mais duro tenha surpreendido parte do mercado, analistas destacam que a mudança não foi suficiente para alterar o cenário-base: a maioria dos economistas segue projetando o início do ciclo de flexibilização apenas em março.

A postura mais cautelosa do Banco Central brasileiro reflete a combinação de incertezas fiscais, pressões inflacionárias persistentes e a necessidade de preservar a credibilidade da política monetária. Assim como nos Estados Unidos, os próximos indicadores serão determinantes para definir o ritmo e a intensidade dos cortes ao longo de 2025.

Entre os dados mais aguardados desta sexta-feira estão os números do setor de serviços referentes a outubro. O desempenho do segmento ganhou relevância após as vendas no varejo surpreenderem positivamente, indicando que a atividade econômica pode estar mais aquecida do que o previsto. Caso o setor de serviços também apresente avanço, o BC pode reforçar sua postura conservadora.

No cenário político, Brasília encerra a semana em relativa calmaria, após dias de tensão e negociações intensas. Apesar da trégua momentânea, o ambiente eleitoral segue no radar dos investidores, que monitoram possíveis impactos sobre a agenda econômica e fiscal do governo. A proximidade de 2026 tende a aumentar a sensibilidade do mercado a declarações e movimentações de atores políticos relevantes.

Com tantos elementos em jogo — política monetária global, indicadores domésticos e ruídos políticos — o mercado financeiro inicia o pregão em modo de observação. A combinação de cautela e expectativa deve marcar o comportamento dos investidores ao longo do dia, enquanto aguardam novos sinais que possam direcionar o sentimento de risco.

A análise acima foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence. A AI é a principal fornecedora de análise financeira e pesquisa impulsionada por Inteligência Artificial disponível no mercado. TESTE GRATUITAMENTE a Inteligência Artificial da ADVFN.