
Contratos de Minério de Ferro Fecham em Baixa em Dalian e Singapura. Vale Registra Perdas na B3 e NYSE.
O mercado de commodities iniciou a semana com tom cauteloso nesta segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, impulsionado por preocupações com o enfraquecimento da economia chinesa, principal consumidora mundial de minério de ferro. Os contratos futuros do insumo registraram declínios moderados nas principais bolsas asiáticas, refletindo um cenário de demanda aquém das expectativas e oferta em ascensão, o que reverberou diretamente nas ações de mineradoras, incluindo a brasileira Vale (BOV:VALE3) | (NYSE:VALE). Apesar de um dia misto para o setor global de mineração, o foco dos investidores permanece na Ásia, onde a crise no setor imobiliário continua a minar o otimismo.
Nos detalhes dos fechamentos, o contrato mais negociado de minério de ferro para janeiro de 2026 na Bolsa de Dalian, na China, abriu em aproximadamente 788 yuans por tonelada (equivalente a cerca de US$ 111,50), atingiu máxima de 790 yuans (US$ 111,80), mínima de 780 yuans (US$ 110,50) e encerrou em 782 yuans por tonelada (US$ 110,63), com variação absoluta de -6 yuans (-0,7%). Já em Singapura, no Singapore Exchange (SGX), o contrato futuro para dezembro de 2025 iniciou em US$ 106,85 por tonelada, oscilou entre máxima de US$ 107,10 e mínima de US$ 105,70, fechando em US$ 105,90, uma queda absoluta de US$ 1,00 (-0,94%). Esses recuos pressionam as margens das exportadoras, uma vez que cerca de 70% da produção global de minério é destinada à China, e o excesso de oferta portuária no país asiático agrava o quadro.
O impacto foi imediato nas ações da Vale, gigante brasileira de mineração, cujos papéis sofreram com a correlação direta aos preços do minério. Na B3, a VALE3 abriu em R$ 70,42, alcançou máxima de R$ 70,86, mínima de R$ 69,49 e fechou em R$ 69,74, com variação absoluta de -R$ 0,48 (-0,68%), em um volume de 20,86 milhões de unidades. Nos Estados Unidos, a VALE na NYSE seguiu o mesmo viés negativo, abrindo em US$ 13,04, com máxima de US$ 13,05, mínima de US$ 12,745 e fechamento em US$ 12,83, queda de US$ 0,07 (-0,54%), negociada em 34,3 milhões de ações. Analistas atribuem parte da desvalorização à sensibilidade da empresa aos fluxos comerciais sino-brasileiros, embora destaques operacionais recentes, como avanços em automação, mitiguem perdas de longo prazo.
No Brasil, o setor de mineração exibiu resiliência mista, com a CSN Mineração (BOV:CMIN3) registrando leve ganho de 0,18%, fechando em R$ 5,45 após abertura em R$ 5,49, máxima de R$ 5,52 e mínima de R$ 5,41, em meio a um volume robusto de 16,68 milhões de ações. A companhia, focada em ativos de ferro no estado de Minas Gerais, beneficiou-se de ajustes cambiais favoráveis e expectativas de investimentos de até R$ 2,5 bilhões em 2025 para expansão de capacidade, contrastando com o humor geral do mercado.
Na Austrália, berço de algumas das maiores reservas mundiais de minério, a BHP (ASX:BHP) enfrentou ventos contrários, com o ativo caindo 1,13% para A$ 2.192,00, após abrir em A$ 2.200,00, máxima de A$ 2.219,00 e mínima de A$ 2.185,00. A mineradora, que exporta volumes expressivos para a Ásia, reflete as preocupações com o excesso de suprimentos chineses, embora planeje reestruturações para otimizar custos em meio à transição para minerais verdes.
Pelo lado britânico, a Rio Tinto (LSE:RIO) avançou 0,45%, fechando em £73,39 com abertura em £73,35, máxima de £73,54 e mínima de £72,87, em um pregão de 3,29 milhões de ações. A companhia, com operações diversificadas em ferro e cobre, ganha tração com rumores de desinvestimentos em ativos não essenciais, totalizando até US$ 10 bilhões, visando agilidade em um mercado volátil.
Nos Estados Unidos, o foco recaiu sobre siderúrgicas integradas, como a Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF), que subiu 0,49% para US$ 12,35, abrindo em US$ 12,38, máxima de US$ 12,40 e mínima de US$ 12,175, com volume de 9,99 milhões de unidades. A empresa, com forte exposição a aço e minério nos Grandes Lagos, se beneficia de tarifas protecionistas, mas monitora de perto os ventos deflacionários da China.
Na Europa, a ArcelorMittal (NYSE:MT) | (Euronext:MT) destacou-se com ganhos robustos: na NYSE, +3,10% para US$ 43,57 (abertura US$ 42,56, máxima US$ 43,73, mínima US$ 42,55); na Euronext, +0,71% para € 36,86 (abertura € 36,42, máxima € 36,86, mínima € 36,20). A multinacional, com usinas em múltiplos países, impulsiona-se por otimismo em fusões no setor de metais básicos, incluindo votações iminentes sobre aquisições bilionárias.
Fatores que Influenciaram os Preços do Minério de Ferro e da Vale Hoje:
- Enfraquecimento na Demanda Asiática: A desaceleração no consumo de aço pela China, agravada por paradas programadas em plantas industriais e um mercado imobiliário estagnado, limitou o apetite por importações, pressionando cotações para baixo.
- Sobras de Estoque Portuário: A chegada de cargueiros extras ao litoral chinês elevou os estoques locais, criando um desequilíbrio entre oferta e necessidade imediata, o que reflete em margens apertadas para exportadores como a Vale.
- Ausência de Apoio Governamental: Sem anúncios de incentivos fiscais ou projetos de infraestrutura em Pequim, o mercado carece de catalisadores positivos, ampliando a volatilidade para ações atreladas ao minério.
- Perspectivas de Longo Prazo: Agências como a Fitch elevam forecasts para 2025-2026, apostando em recuperação global, o que sustenta visões otimistas para a Vale apesar do dia fraco.
Em um contexto onde as commodities representam cerca de 60% das exportações brasileiras, o desempenho do minério de ferro continua a ditar o pulso do mercado local, influenciando desde a balança comercial até a confiança de investidores estrangeiros. Para navegar por essas oscilações, acompanhe em tempo real as cotações e análises na Central de Commodities da ADVFN.
Além do dia a dia nas bolsas, o setor de mineração global vive um momento de transformações profundas, com ênfase em eficiência operacional e sustentabilidade. No Brasil, a Vale (BOV:VALE3) | (NYSE:VALE) atrai olhares mistos dos analistas: enquanto bancos como Itaú BBA e BB Investimentos mantêm apostas de compra, destacando recordes de produção pós-2019, o UBS BB opta por cautela, vendo o papel em patamares equilibrados após valorizações recentes e priorizando rivais como a Rio Tinto. Paralelamente, a companhia avança em parcerias tecnológicas, como a recente pactuação com fornecedores de equipamentos para modernizar frotas autônomas em suas minas do norte do país, mirando ganhos de produtividade até o fim da década.
A CSN Mineração (BOV:CMIN3) surge como ponto positivo, com resultados do terceiro trimestre de 2025 revertendo tendências negativas graças a maiores volumes de venda e efeitos positivos da taxa de câmbio. A empresa planeja alocar até R$ 2,5 bilhões em melhorias de infraestrutura no próximo ano, reforçando sua posição no portfólio de ferro nacional. No âmbito setorial, o Instituto Brasileiro de Mineração estima aportes de R$ 68,4 bilhões entre 2025 e 2029, com o governo delineando estratégias para extrair valor de minerais estratégicos, como lítio, em alinhamento com metas de descarbonização.
Globalmente, o recuo nos preços do minério de ferro em torno de US$ 110 por tonelada em Dalian e US$ 105 em Singapura ecoa as ansiedades com o consumo chinês, onde interrupções em fornos e um boom imobiliário parado freiam o ritmo. No radar de consolidações, acionistas avaliam na terça-feira uma megafusão de US$ 53 bilhões entre gigantes do cobre, que poderia redefinir cadeias de suprimento e indiretamente beneficiar o ecossistema de metais básicos.
A Rio Tinto (ASX:RIO) | (LSE:RIO), por sua vez, acelera uma guinada estratégica ao planejar a alienação de US$ 10 bilhões em unidades periféricas, uma jogada para enxugar operações e realocar recursos para áreas de alto crescimento, como alumínio sustentável. Essa movimentação ocorre em um setor cada vez mais atraente para talentos jovens: uma enquete recente da Sandvik aponta que 61% das profissionais mulheres veem na mineração um campo promissor, impulsionado por inovações digitais e compromissos ambientais que prometem um futuro mais inclusivo e eficiente.
A análise acima foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence. A AI é a principal fornecedora de análise financeira e pesquisa impulsionada por Inteligência Artificial disponível no mercado. TESTE GRATUITAMENTE a Inteligência Artificial da ADVFN.
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