O despertar dos juros nesta quarta-feira

Curva de Juros Futuros rompe níveis críticos e pressiona ativos de risco nesta quarta-feira. Abertura do pregão de 17 de dezembro confirma pivô de alta nos contratos DI, com investidores buscando proteção em taxas mais elevadas diante de incertezas macroeconômicas.

O mercado de Juros Futuros no Brasil amanheceu sob forte pressão compradora nesta quarta-feira, 17 de dezembro. Por volta das 09h30, os contratos de médio (BMF:DI1F29) e longo (BMF:DI1F33) prazo exibiam variações positivas significativas, consolidando o movimento de repique iniciado nos últimos pregões. O DI para janeiro de 2029 já opera na casa dos 13,25%, superando com folga o patamar de resistência anterior.

Do ponto de vista didático, o que observamos é o sucesso de um teste de suporte na média móvel de 21 dias. Na análise gráfica, quando um ativo cai até uma média e volta a subir rompendo a máxima anterior, temos um sinal clássico de retomada de força. Para o investidor, isso significa que a expectativa do mercado sobre as taxas de juros futuras subiu, o que geralmente impacta negativamente o valor de mercado de títulos prefixados e da própria bolsa de valores.

O contrato DI1F29, especificamente, apresentou um comportamento técnico impecável nas últimas 24 horas. Após fechar ontem em 13,155%, a abertura de hoje em 13,255% já indicava que o fôlego vendedor de meados de dezembro exauriu. Agora, o caminho parece livre para buscar os 13,50%, nível que atua como uma barreira psicológica e técnica importante antes do alvo de Fibonacci em 14,05%.

Para o contrato mais longo, o DI1F33, a situação é ainda mais aguda. Ao operar em 13,655%, ele já deixou para trás a marca de 13,63%, que era o divisor de águas para uma nova pernada de alta. O Índice de Força Relativa (IFR), que mede a velocidade e a mudança dos movimentos de preço, aponta para cima com vigor, sugerindo que ainda há espaço para valorização antes de um estado de “sobrecompra”.

Ao longo do restante deste pregão de quarta-feira, os compradores devem torcer para que o volume financeiro continue subindo junto com as taxas. Manter o fechamento acima das máximas do dia anterior será essencial para confirmar o rompimento. Por outro lado, os vendedores — que apostam na queda das taxas — precisam de um movimento de reversão urgente, preferencialmente um “candle de exaustão”, que traga os preços de volta para baixo dos 13,20% no DI29.

Como devem se posicionar os investidores? Para o intraday (operações que começam e terminam hoje), a tendência é claramente de compra. Tentar “adivinhar o topo” em um movimento com momentum forte como este pode ser arriscado. O ideal é buscar entradas em correções curtas dentro do gráfico de 15 minutos, mantendo o stop loss abaixo das mínimas do dia.

No curto prazo (próximos dias), o posicionamento exige cautela. Se o fechamento de hoje confirmar o rompimento das resistências de 13,21% e 13,63%, a estratégia de “seguir a tendência” ganha força. Investidores de renda fixa devem ficar atentos: juros futuros subindo significam marcação a mercado negativa para quem já possui títulos prefixados ou IPCA+ longos em carteira.

Para o médio prazo, a análise sugere uma reavaliação de riscos. Se os contratos se sustentarem acima dos suportes de 12,90% (para o 2029) e 13,30% (para o 2033), o viés de alta permanecerá dominante. A quebra da estrutura de baixa que víamos anteriormente sugere que o mercado está se precavendo contra um cenário de inflação mais resiliente ou prêmios de risco fiscal elevados para os próximos anos.

É fundamental entender que os juros futuros são o “termômetro do risco” do país. Quando a curva se inclina para cima, como agora, o custo do capital sobe para empresas e consumidores. Por isso, compradores de DI (que ganham com a alta das taxas) estão atualmente em posição de vantagem tática, enquanto vendedores aguardam por gatilhos fundamentais que possam desinflar essas projeções.

Os cenários prováveis para o futuro próximo dividem-se em dois caminhos. No cenário de alta, o DI1F29 busca os 14,05%, impulsionado por um ambiente externo desafiador ou dados fiscais internos aquém do esperado. No cenário de queda, seria necessário um fechamento abaixo dos 12,90% para invalidar esse repique e mirar suportes em 12,60% ou até 12,35%, o que traria um alívio temporário aos ativos de risco.

Em resumo, a quarta-feira começa com o “touro” dominando o mercado de juros. A disciplina operacional agora dita que não se deve lutar contra a tendência principal de curto prazo. Monitorar o fechamento de hoje será o ponto de partida para definir as estratégias de alocação de capital para o restante da semana e para a virada do ano.

Mantenha o foco nos níveis de preço mencionados e lembre-se: no mercado de futuros, a volatilidade é uma ferramenta para quem tem estratégia, mas uma armadilha para quem opera sem plano. O rompimento de hoje é real e o mercado está reagindo conforme as leis da oferta e demanda.

A análise acima foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence. A AI é a principal fornecedora de análise financeira e pesquisa impulsionada por Inteligência Artificial disponível no mercado. TESTE GRATUITAMENTE a Inteligência Artificial da ADVFN.