Ouro avança enquanto prata bate recordes em meio a crescentes preocupações econômicas

Os preços do ouro subiram na quarta-feira, enquanto a prata atingiu um recorde histórico, à medida que a crescente incerteza em torno das perspectivas econômicas dos EUA levou os investidores a buscarem ativos tradicionalmente considerados refúgio seguro.

Às 10h40 (horário de Brasília), o ouro à vista subia 0,8%, para US$ 4.335,48 por onça, ficando apenas US$ 50 abaixo de sua máxima anterior. Os contratos futuros de ouro para fevereiro também registravam alta de 0,8%, atingindo US$ 4.367,00 por onça.

A incerteza nos EUA aumenta a demanda por ativos de refúgio

A demanda por ativos de refúgio se fortaleceu após a divulgação de dados econômicos mistos nos EUA na terça-feira, marcados por um crescimento moderado do emprego e um aumento na taxa de desemprego em novembro. A taxa de desemprego nos EUA atingiu seu nível mais alto em quatro anos, aumentando as preocupações sobre a força da economia.

Sinais adicionais de desaceleração surgiram de leituras do índice de gerentes de compras (PMI) de dezembro mais fracas do que o esperado. Ao mesmo tempo, os dados de vendas no varejo de outubro, divulgados com atraso, apontaram para um crescimento mais fraco em comparação com o mês anterior.

Esses indicadores mais fracos surgiram em meio a preocupações contínuas sobre as condições de liquidez nos mercados financeiros dos EUA, particularmente depois que o Federal Reserve retomou as compras de títulos do Tesouro — frequentemente chamadas de “afrouxamento quantitativo” — em dezembro.

A combinação da incerteza econômica com o aumento das expectativas de novos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve impulsionou a demanda por ativos que não geram rendimento, como o ouro.

As atenções dos investidores agora se voltam para a divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA na quinta-feira, que poderá oferecer mais informações sobre a direção da maior economia do mundo.

O ouro poderá atingir US$ 4.600/onça no primeiro trimestre – BMO

A valorização do ouro pode continuar até o início de 2026, com os preços potencialmente subindo significativamente, de acordo com a mais recente análise da BMO Capital sobre metais.

Em seu relatório “Metais e Commodities a Granel para 2026” , a analista da BMO Capital, Helen Amos, afirmou que “a resiliência do ouro após a queda de outubro demonstra que seu apelo como instrumento de diversificação e porto seguro persiste”, acrescentando que “os preços à vista podem ultrapassar US$ 4.600/oz já no primeiro trimestre”.

O BMO observou que o ano passado foi “espetacular para metais e mineração”, com os preços dos metais preciosos subindo entre 60% e 100%, “muito acima das expectativas do ano anterior”, ao mesmo tempo em que enfatizou que “é muito cedo para se desfazer dessa alta”.

A prata atinge um novo pico

Os preços da prata dispararam, com o preço à vista subindo 3,6%, atingindo o recorde de US$ 66,3135 por onça. Os contratos futuros de prata registraram alta ainda maior, de 4,5%, chegando a US$ 66,430 por onça.

Os mercados estão cada vez mais precificando o risco de uma escassez na oferta de prata em 2026, impulsionada pela crescente demanda. No início deste ano, o governo dos EUA classificou a prata como um metal crítico, aumentando ainda mais seu apelo.

A busca por ativos de refúgio também impulsionou a prata, já que os investidores foram atraídos por sua estabilidade percebida em relação ao ouro, mas com um custo de entrada significativamente menor. Essa dinâmica ajudou a elevar os preços da prata em mais de 100% até agora em 2025.

Outros metais também registraram alta, com a platina se beneficiando da busca por ativos seguros, enquanto o cobre encontrou suporte nas expectativas de medidas adicionais de estímulo na China, o maior importador mundial do metal industrial.

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