Petróleo recua pela manhã com tensão EUA-Venezuela e ataques na Rússia

Os preços do petróleo bruto permaneceram recuavam ligeiramente na manhã de terça-feira (2), com os investidores avaliando as possíveis consequências dos ataques de drones ucranianos a instalações de energia russas e o aumento da tensão diplomática entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Às 08h36 (horário de Brasília), o Brent de referência para fevereiro caiu 0,43%, ou -US$ 0,27, para US$ 62,90, enquanto o WTI para janeiro caiu 0,30%, ou -US$ 0,18, para US$ 59,14. Ambos os índices de referência acumularam alta de mais de 1% na segunda-feira, com o WTI próximo da máxima de duas semanas.

Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, observou que, embora os preços para entrega no mês seguinte permaneçam relativamente estáveis, os riscos geopolíticos estão novamente adicionando um prêmio, particularmente em torno do Mar Negro e da Venezuela.

Ele acrescentou: “Além disso, o esperado, porém difícil de prever, excesso de oferta continua sendo um fator crucial que impede qualquer recuperação significativa neste momento.”

A situação do abastecimento tornou-se mais complexa na segunda-feira, depois que o Consórcio do Gasoduto do Cáspio confirmou a retomada dos embarques em um de seus pontos de carregamento no Mar Negro, após o grande ataque com drones ucranianos em 29 de novembro.

As tensões aumentaram ainda mais depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no sábado que “o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela” deveria ser considerado fechado, injetando nova incerteza no mercado, dada a importância da Venezuela como produtora de petróleo.

Os analistas também estão acompanhando de perto o desenrolar dos acontecimentos diplomáticos.
Tamas Varga, da PVM Oil Associates, afirmou: “O foco também está nas negociações de paz com a Ucrânia, que podem resultar em um aumento nas exportações russas de petróleo bruto e derivados, embora esse processo provavelmente seja prolongado.”

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, reiterou na segunda-feira que Kiev permanece focada na proteção da soberania e na garantia de firmes medidas de segurança, observando que as questões territoriais continuam a representar o obstáculo mais difícil nas negociações.

Entretanto, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, acompanhado por Jared Kushner, deverá se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin na terça-feira para discutir possíveis caminhos para o fim do conflito.

Em segundo plano, a OPEP+ confirmou no domingo que prosseguirá com um pequeno aumento da produção em dezembro, mas suspenderá novos aumentos no primeiro trimestre do próximo ano devido a preocupações com um potencial excedente de oferta global.

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