• Hoje, às 14h30 (horário de Brasília), Donald Trump assumirá
oficialmente como o 45oº presidente dos EUA. Analistas pedem
cautela para os investidores no pregão de hoje, principalmente com
rumores de protestos generalizados na capital do país.
• A ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen
Lúcia, afirmou que ainda não conseguiu avaliar como ficará o
andamento dos processos da Lava Jato após a morte inesperada do
relator do caso no tribunal, o ministro Teori Zavascki. O processo
seguiria para uma fase importante no final deste mês, com a
avaliação e possível homologação das delações premiadas dos
executivos da empreiteira Odebrecht.
• A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) vai receber cerca de R$ 81
milhões da britânica Rolls-Royce, que firmou acordo de leniência
com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. O
acordo prevê a devolução integral do lucro líquido obtido pela
empresa em seis contratos de fornecimento de bens e serviços.
Além disso, o conselho deliberativo da Federação Única dos
Petroleiros indicou a aprovação da proposta de reajuste salarial
para os funcionários da Petrobras.
• A Heineken confirmou que está em negociações para a aquisição
das operações da japonesa Kirin no Brasil. A cervejaria japonesa
desembarcou no País em 2011 com a compra da Schincariol.
• A JHSF (BOV:JHSF3)vai encerrar os trabalhos de investigação
interna, sem encontrar indícios de que a companhia tenha realizado
pagamentos ilícitos. No entanto, José Auriemo Neto, presidente do
conselho de administração da companhia, firmou acordo de
colaboração no qual fará doação de um milhão de reais ao Hospital
do Câncer de Barretos, no âmbito da Operação Acrônimo da Polícia
Federal, assumindo exclusiva responsabilidade por contribuição
ilegal de campanha eleitoral.
• A BRF (BOV:BRFS3) vem explorando alternativas para uma
potencial capitalização para a subsidiária Onefoods, seja a
colocação privada de ações ou oferta pública inicial de ações na
bolsa de valores de Londres.
• A Gafisa (BOV:GFSA3) alcançou R$ 2 bilhões em vendas
contratadas líquidas em 2016, aumento de 1,1% em relação ao ano
anterior. No ano, as vendas de lançamentos foram responsáveis por
51,2% do total vendido.
• A Unidas anunciou uma distribuição pública primária e
secundária de, inicialmente, 46,19 milhões de ações ordinárias, na
faixa de preço estimada entre R$ 15,15 e R$ 18,71 por ação.
• O PIB da China registrou crescimento de 6,8% no quarto
trimestre de 2016, acima das expectativas dos analistas e a
primeira vez em dois anos que a economia chinesa mostrou aceleração
na sua economia.
• O grupo siderúrgico Ternium informou nesta quinta-feira que
vai se reunir com a rival Nippon Steel no início de fevereiro para
discutir propostas para solução da disputa que travam desde 2014
pelo comando da Usiminas (BOV:USIM5). “A Ternium tem total
interesse em resolver o conflito na Usiminas (…) A Ternium e a
Nippon irão se reunir na primeira quinzena de fevereiro. Nós já
oferecemos uma proposta clara e prática e vamos ouvir na reunião as
propostas da Nippon para a cláusula de resolução de conflitos.” A
proposta da Ternium, entregue à Nippon Steel em dezembro, propõe a
criação de uma “cláusula de saída” para os sócios controladores da
Usiminas em situações como a atual de falta de consenso entre os
dois grupos. O mecanismo proposto pela Ternium seria uma espécie de
leilão, em que o grupo que oferecer a maior quantia pela
participação do outro fica com a fatia.
Ainda sobre a siderúrgica, o jornal Valor Econômico, informa que
a empresa vai iniciar um processo de arbitragem contra a Sumitomo
Corporation, sua sócia na Mineração Usiminas. O motivo da disputa
seria o fato de os japoneses terem votado contra a redução de
capital de R$ 1 bilhão, que resultaria na destinação de R$ 700
milhões à Usiminas, dona de 70% da Musa, e R$ 300 milhões à
Sumitomo, que detém 30%.
• Sabesp (BOV:SBSP3): A Agência Reguladora de Saneamento e
Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) iniciou 2ª revisão
tarifária ordinária da Sabesp em 19 de janeiro, segundo comunicado.
O cronograma aprovado pela agência prevê que Tarifa Média Máxima
Preliminar (Po Preliminar) será autorizada até 10 de junho de 2017
e a Tarifa Média Máxima Final (Po Final) será divulgada e
autorizada até 10 de abril de 2018.
“Será aplicada na etapa inicial da revisão tarifária da Sabesp a
mesma metodologia já utilizada e aprovada por ocasião da 1ª Revisão
Tarifária Ordinária”. “As diferenças de receitas apuradas em
decorrência dos valores tarifários autorizados em 10 de junho de
2017 (Po Preliminar) e os valores tarifários apurados após
complementação da revisão tarifária (Po Final) serão devidamente
compensadas, aplicando-se às tarifas do serviço público de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, por ocasião do
reajuste.
• Diante da insatisfação de credores da Oi (BOV:OIBR4) com o
atual plano de reestruturação da tele, que está em recuperação
judicial, vários grupos têm surgido para propor alternativas ao
desenho atual da renegociação das dívidas da empresa. Em meio a
tanta disputa para assumir o negócio, um consórcio de investidores
está sentando à mesa de negociações para unir forças com
concorrentes e garantir a preferência dos credores da Oi.
Esse grupo – formado por João Cox, ex-presidente da Claro; Mario
Cesar de Araújo, ex-presidente da TIM; Renato Franco, fundador da
Íntegra, consultoria de reestruturação em empresas; e o banco de
investimentos americano ACGM, especializado em companhias em crise
– está em conversas com o fundo americano Elliott e o empresário
egípcio Naguib Sawiris para uma possível associação com um deles na
reestruturação alternativa para a Oi, apurou o jornal O Estado de
S. Paulo. No ano passado, esse mesmo consórcio demonstrou interesse
em se tornar um dos principais acionistas da operadora brasileira,
que tem dívidas de R$ 65,4 bilhões. Agora, a ideia é se unir a um
desses dois potenciais investidores para ajudar a reestruturar a
operação da companhia, informou uma fonte a par do assunto.
Executivos do fundo Elliott virão ao Brasil nos próximos dias
para conversar com credores da tele antes de apresentar sua
proposta oficial para reestruturar a companhia, segundo fontes de
mercado. “Acredito que o Elliott vai precisar de investidores
locais que conheçam questões regulatórias e possam ajudar na
reestruturação. O caso de Sawiris é diferente, uma vez que ele já
tem mais experiência nesse setor, embora não seja no mercado
brasileiro”, diz outra pessoa familiarizada com o assunto. Com dois
executivos egressos do mercado de telecom – Cox e Araújo -, o
consórcio de investidores quer se apresentar como candidato a
ajudar na recuperação da companhia.
Há pelo menos três investidores interessados em apresentar um
plano alternativo para a Oi: além do fundo Elliott e de Sawiris, o
americano Cerberus também está no páreo. Todos eles já entraram em
contato com a Oi, mas somente Elliott e Ceberus assinaram contrato
para trocar informações confidenciais com a empresa. Já Sawiris
apresentou, em dezembro, uma proposta informal que prevê um aumento
de capital de US$ 1,25 bilhão. O Elliott estaria disposto a injetar
até R$ 9 bilhões na Oi. Já o Cerberus, representado pela RK
Partners, teria mais US$ 3 bilhões. Segundo apurou o jornal O
Estado de S. Paulo, uma eventual parceria do consórcio com o
Cerberus está descartada.
• Após venda de parque eólico para a AES Tietê, empresa de
energias renováveis Renova (BOV:RNEW11) desenha reestruturação,
segundo uma pessoa diretamente relacionada ao assunto ouvida pela
Bloomberg.
O plano tem três pilares: desalavancagem, reestruturação de
portfólio e segregação de negócios. Com o possível acordo final
para venda do parque, dívida da Renova cairá em cerca de R$ 1,6
bilhões, do total de R$ 2,7 bilhões. A AES assumirá dívida de R$
1,2 bilhão do parque eólico comprado, sendo a maior parte do BNDES.
Com recursos da venda, a Renova deve reduzir a dívida de R$ 530 mi
da holding com o Banco do Brasil. A Renova deverá utilizar parte
dos recursos da venda para reduzir seu passivo com credores e parte
dos recursos para acelerar a conclusão do projeto Alto Sertão III,
segundo assessoria de imprensa, em e-mail com repostas à Bloomberg.
A assessoria de imprensa não quis comentar os detalhes do plano
estratégico.
A estratégia da empresa para se reerguer passa também por uma
reestruturação de portfólio, com a descontratação de 100 MW em
projetos solares e 250 MW em eólicos
“A revisão do plano de negócios consiste em otimizar e reduzir a
necessidade de investimentos no curto prazo, melhorando a posição
de liquidez da companhia”, disse a empresa, na nota distribuída
pela assessoria.
• O Bradesco BBI destaca ver o lucro por ação da Ambev
(BOV:ABEV3) crescendo 15% por ano em 3 anos. Embora seja esperado
que a AmBev cresça organicamente 10% ao ano, os analistas projetam
que cresça 15% ao ano nos próximos 3 anos. O crescimento orgânico
“acima da média” pode ser explicado, segundo o relatório, pela
expansão da margem bruta em 2017 baseada no alívio de custo,
investimentos recentes em distribuição – levando a companhia a
recuperar participação de mercado, que está no nível mais baixo em
8 anos – e com a “proprietária” garrafa de vidro retornável (RGB)
de 300ml previstos para 2018-19. Segundo eles, a estratégia RGB
“está sendo mal interpretada e subestimada”. A “implementação da
estratégia RGB é prejudicial no curto prazo, mas os ganhos a longo
prazo são significativos”.
Os analistas veem a ação retornando 20% para seus acionistas nos
próximos 3 anos, através de um crescimento de 15% no lucro por
ação, mais um dividendo de 5%”.
“Dado este perfil defensivo, temos a Ambev como a nossa top pick
no universo de bebidas”, apontam. “Embora a estratégia RGB não seja
nova, acreditamos que está sendo subestimada, já que o mercado
parece estar mais focado em sua implementação dolorosa”.
• O ano de 2017 será “decisivo (e volátil)” para as
companhias de papel e celulose, afirmam os analistas do Bradesco
BBI, que citam o câmbio e os preços da celulose como os dois
maiores fatores de choques. O cenário-base do relatório vê câmbio a
R$ 3,50/dólar e celulose a US$ 100 a tonelada. As companhias do
setor devem tomar decisões importantes. A Suzano (BOV:SUZB5) poderá
decidir por unificar as classes de ações. Já a Klabin (BOV:KLBN11)
pode anunciar sua próxima máquina de papel. Enquanto isso, a Fibria
(BOV:FIBR3) pode avaliar as próximas etapas estratégicas após o
início da expansão de celulose em Três Lagoas.
“Apesar de pensarmos que a consolidação do setor está nos
cartões, lutamos para identificar os gatilhos para que isso
aconteça este ano”. A Klabin (outperform) “é a top pick, já que
está mais protegida contra o cenário de volatilidade câmbio/preços
de commodities, além de oferecer crescimento nos próximos anos”. A
Suzano continua com recomendação neutra e “segue negociada com um
desconto injustificado de 18% vezes a Fibria (underperform) e vemos
gatilhos para ele estreitar”, afirmam os analistas.
Já o Credit Suisse assumiu a cobertura do setor de Papel e
Celulose, com a Suzano top pick do setor com preço-alvo de R$ 17
por ação e rating neutro para Fibria, com preço-alvo de R$ 33,00
por ação e Klabin, com preço-alvo de R$ 18,00.
• A Transmissão Paulista (BOV:TRPL4) pediu à Anbima registro de
5ª emissão de debêntures, de R$ 300 milhões. A oferta foi aprovada
pelo conselho em 19 de dezembro do ano passado.
Bolsas mundiais
Os mercados mundiais têm um novo dia de forte cautela com todos os
olhos voltados para a posse de Donald Trump como presidente dos
Estados Unidos. O rali das bolsas e dólar com expectativas de que
governo de Trump adotará medidas pró-crescimento tem esfriado esta
semana. Além disso, o mercado repercute a fala da chairwoman do
Federal Reserve Janet Yellen, que disse ser prudente que o Fed
ajuste gradualmente sua política ao longo do tempo e fez o dólar
recuperar parte das perdas registradas mais cedo ante a maioria das
moedas.
Já os mercados chineses fecharam uma semana volátil em alta
nesta sexta-feira, com os principais índices subindo depois de
dados mostrarem um crescimento econômico mais rápido do que o
esperado, com o avanço das empresas menores revertendo a maior
parte das perdas no início da semana. Porém, mesmo com os dados da
China e com a chair do Federal Reserve, banco central norte
americano, Janet Yellen, aliviando sua postura “hawkish”, a cautela
prevalece nos mercados financeiros nesta sexta-feira, antes da
posse de Trump.
No mercado de commodities, o petróleo sustenta alta com queda
com queda dos estoques em Cushing, Oklahoma; já o minério de ferro
tem maior queda em um mês em Dalian, na China, com recuo dos preços
do aço.
Morte de Teori Zavascki
A morte do ministro do STF Teori Zavascki ainda repercute no
noticiário em meio às preocupações do impacto sobre o andamento dos
processos da Operação Lava Jato na Corte. Juristas apontam que há
três alternativas para a substituição do magistrado: o futuro
ministro indicado pelo presidente Michel Temer herdaria os
processos de Teori; a presidente da Corte, Carmén Lúcia,
redistribuiria a relatoria para um dos outros nove ministros ou o
ministro revisor dos processos da Operação Lava Jato assumiria a
condução do caso no STF.
A ministra Carmén Lúcia disse ainda não saber o que vai ser
feito com os processo da Lava Jato. Ainda de acordo com o jornal, a
Odebrecht teme que o acidente atrase a homologação das delações de
77 de seus executivos. O MPF (MInistério Público Federal) e a PF
(Polícia Federal) vão investigar as causas do acidente. Os corpos
de Teori, do empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras e de
uma mulher ainda não identificada foram retirados dos destroços do
avião na madrugada desta sexta-feira (20) e levados para o IML
(Instituto Médico Legal) de Angra dos Reis (RJ).
Agenda de indicadores
O destaque do dia é o PIB (Produto Interno Bruto) da China, que
avançou 6,8% no quarto trimestre de 2016, ligeiramente acima da
estimativa de 6,7%, segundo a Bloomberg. Esta foi a primeira vez em
dois anos que a segunda maior economia do mundo mostrou aceleração
do crescimento econômico. Nos Estados Unidos, as atenções dos
investidores se voltam para os discursos dos presidentes dos Feds
regionais Patrick Harker, da Filadélfia, às 12h, e John Williams,
de São Francisco, às 16h. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o
destaque fica com o painel sobre a OMC (Organização Mundial do
Comércio), às 11h30, com participação do diretor-geral da
instituição, o brasileiro Roberto Azevedo.