AES Tietê pode usar geração distribuída para cumprir acordo de expansão em SP, diz CEO
07 Novembro 2018 - 2:24PM
ADVFN News
A elétrica AES Tietê (BOV:TIET11) poderá
cumprir um acordo fechado junto ao governo de São Paulo que obriga
a companhia a expandir sua capacidade no Estado por meio de
projetos de geração distribuída ou que prevejam a venda da produção
no chamado mercado livre de eletricidade, disse nesta quarta-feira
o presidente da companhia, Ítalo Freitas.
A geradora controlada pela norte-americana AES assinou no começo
do mês passado um acordo com o governo paulista pelo qual se
compromete a expandir em 81 megawatts sua capacidade instalada em
São Paulo em até seis anos.
A obrigação resulta de um compromisso assumido pela companhia no
momento da compra de hidrelétricas da Cesp, em 1999.
Mas Freitas explicou em teleconferência com investidores nesta
quarta-feira que, se a AES Tietê decidir construir projetos de
geração distribuída ou usinas para venda no mercado livre, a
obrigação poderá ser cumprida com 40 megawatts em capacidade, ao
invés dos 80 megawatts, no caso de optar por usinas com venda de
energia às distribuidoras, no mercado regulado.
“Cada 1 megawatt em (usinas para) mercado livre ou geração
distribuída é equivalente a 2 megawatts no regulado. Ou seja, posso
cumprir nesses seis anos só com 40 megawatts”, afirmou ele, sem
detalhar.
Na chamada geração distribuída, empresas ou consumidores podem
construir instalações próprias para produção de energia e assim
obter descontos na conta de luz. Elétricas como a AES Tietê têm
apostado em realizar os investimentos e a implementação de projetos
como esses para clientes em troca de pagamentos futuros.
“Se eu fizer uma planta de 40 megawatts e vender para um cliente
final, por exemplo um cliente industrial, eu posso cumprir essa
obrigação definitivamente”, adicionou Freitas.
Como exemplo, ele disse que a companhia poderia construir uma
usina solar no modelo de geração distribuída e inclusive aproveitar
o mesmo terreno de algumas de suas usinas fotovoltaicas já em
desenvolvimento ou em operação.
Freitas também foi questionado por analistas sobre o interesse
da companhia na aquisição do projeto eólico Alto Sertão III, da
Renova Energia, mas não deu muitos detalhes sobre as conversas pelo
negócio.
A Reuters publicou no início de setembro que a AES Tietê tem
avaliado o ativo, que foi colocado à venda em meio a dificuldades
financeiras da Renova e sua controladora Cemig.
“É um projeto que está aí no mercado, como outros… ele está ao
lado de nosso projeto Alto Sertão II, e como os outros a gente
também vê e analisa o projeto para ver se ele tem um retorno
interessante”, afirmou.
A AES Tietê comprou o parque Alto Sertão II da Renova no ano
passado.
Por Reuters.