Disputa do marketplace da B2W
31 Agosto 2020 - 11:40AM
ADVFN News
A B2W (BOV:BTOW3), braço digital da Lojas
Americanas e que opera os portais Submarino, Americanas.com,
Shoptime, anunciou, em um evento online realizado na última
sexta-feira (28), que não irá cobrar de alguns parceiros que vendem
através da sua plataforma (marketplace) pelos serviços prestados
durante a Black Friday, em novembro.
A isenção será concedida para os clientes (outros varejistas)
que já utilizam o pacote completo de serviços da B2W, chamado pela
companhia de “fullfilment”. Dessa forma, a expectativa é que cerca
de 1.000 lojistas sejam contemplados por esta política de desconto,
o que representa pouco mais de 1 por cento do total de vendedores
que utilizam suas plataformas de vendas.
A companhia também anunciou que irá zerar as taxas de
comissão sobre entregas até o final de 2020.
As grandes varejistas têm destinado boa parte dos seus
investimentos (CAPEX) para a área de logística, em um processo de
verticalização. Além de maior controle sobre a jornada dos produtos
vendidos e sobre a experiência do cliente, a melhor estrutura
logística amplia a gama de serviços oferecidas aos parceiros
varejistas, que podem contar com a entrega dos produtos vendidos de
força direta e facilitada.
A notícia é positiva para os acionistas da B2W, pois demonstra a
preocupação da companhia em manter uma relação comercial de longo
prazo com seus principais parceiros, além de sinalizar que está
preparando o terreno para a Black Friday – evento mais importante
para o varejo digital no ano.
Uma das tendências que veio à tona nos últimos anos e que está
presente nas operações das grandes varejistas é o marketplace. Nele
o seu cliente é, na essência, outros varejistas que utilizam seus
canais de venda para alavancar o volume de vendas.
No último trimestre aproximadamente 21 por cento das vendas
brutas totais (GMV) do Magazine Luiza foi proveniente do
marketplace, enquanto na Via Varejo o número foi de 12 por cento e
de 61 por cento para a B2W.
A dona do marketplace (B2W, Magazine Luiza, Via Varejo, Mercado
Livre) fica com uma comissão sobre a venda de aproximadamente 10
por cento, mas que pode ser maior caso o lojista utilize as
soluções logísticas para a entrega dos produtos.
Esta fonte de receita é vista com bons olhos pelas companhias,
visto que o custo destas operações é praticamente todo variável e
com margens elevadas. Contudo, a concorrência no setor pode
resultar em uma redução das comissões no médio prazo e achatar as
margens obtidas recentemente.
Uma outra tendência no setor é o investimento em logística,
ponto central nas teses de investimento no varejo digital e que é
parte da justificava de classificá-las enquanto empresas de
tecnologia. As companhias vêm investindo em inteligência logística
para melhorar a experiência dos seus clientes, sejam Pessoa Física
(1P) sejam parceiros (3P).
Para Luis Sales, da Guide, a notícia também é Positiva.”A ação
de não cobrar o serviço de “fulfillment”, que consiste no pacote
completo de serviços da B2W, de seus lojistas no mês de Novembro
irá servir como incentivo para que os vendedores realizem suas
vendas por lá” analisou Sales.
Fonte Compliance comunicação