BR Properties está perto de fazer sua estreia no mercado de fundos imobiliários com uma carteira de R$ 530 milhões
07 Outubro 2021 - 10:26AM
ADVFN News
A empresa de imóveis comerciais para
renda BR Properties está perto de fazer sua estreia no mercado de
fundos de investimentos imobiliários, com uma
carteira de cerca de R$ 530 milhões de imóveis próprios.
“Estamos só aguardando uma janela no mercado”, disse à Reuters o
presidente-executivo da BR Properties, Martín Andrés Jaco, em
entrevista à Reuters.
Segundo o executivo, o primeiro fundo terá o nome da empresa e
será todo composto por ativos próprios, de torres comerciais, como
para “dar velocidade na reciclagem no estoque de imóveis”. Ele
explicou que o fundo pode posteriormente ter “follow ons”,
dependendo das condições do mercado.
Segundo o executivo, por ser ao mesmo tempo gestor dos imóveis e
sócio do fundo, esse modelo pode dar maior confiança a investidores
do que nas carteiras tradicionais ofertadas no mercado, nos quais
essas atividades são segregadas.
Além disso, torres de escritórios detidos pela companhia têm
tido um desempenho superior aos da média de edifícios comerciais
nas grandes capitais, que estão sofrendo fortemente os efeitos da
pandemia da Covid-19, com elevados níveis de
vacância.
Segundo Jaco, a preferência da BR Properties (BOV:BRPR3) nos
últimos anos por imóveis mais próximos das regiões centrais das
cidades, com acesso fácil a transporte público e dotados de maior
estrutura de serviços, está se revelando acertada, porque são
características procuradas por empresas, num momento em que os
preços de aluguel estão mais baratos do que em 2019.
“O nível de vacância nos nossos principais prédios tem
diminuído”, afirmou Jaco, citando como exemplos os edifícios
Passeio Corporate e Manchete, no Rio de Janeiro, com ocupação média
ao redor de 90%, que farão parte do fundo.
Segundo o executivo, a procura por escritórios com essas
características tende a crescer nos próximos anos, dada a demanda
das empresas por locais que sirvam como atrativo para captação e
retenção de talentos. “Estamos bem posicionados em escritórios para
os próximos 4 a 5 anos”, afirmou Jaco.
O pedido de registro para o fundo, feito inicialmente em
dezembro, vai agora adiante num momento em que investidores têm
procurado serem mais cirúrgicos em fundos imobiliários
no Brasil, uma vez que o ciclo de alta de juros
em andamento tira a atratividade de ativos que, em geral, concorrem
pelas preferências entre ativos considerados de renda fixa.
Em relatório nesta semana, o Itaú
BBA afirmou que algumas categorias de fundos
imobiliários seguem atrativos no Brasil, mesmo diante da alta
da Selic, citando como exemplos os focados em
lajes corporativas, diante do gradativo retorno das empresas ao
trabalho presencial.
Logística
O lançamento de fundos próprios pela BR Properties acontece no
momento em que a companhia amplia apostas em imóveis logísticos,
setor que hoje representa 5% da sua carteira, mas que deve
triplicar de tamanho nos próximos anos.
A BR Properties vem ampliando investimentos em atuais
empreendimentos, na Grande São Paulo. No ano que vem, deve concluir
a ampliação de seu novo complexo em Cajamar, onde já comprou outro
terreno para mais 150 mil metros quadrados. Em Jarinu, uma cidade
vizinha, comprou recentemente um galpão de 82 mil metros quadrados,
já com locatário garantido.
A movimentação da BR Properties mostra como empresas do ramo
imobiliário estão tendo que ser ágeis na administração de ativos
para manter seus investimentos rentáveis diante dos desafios
impostos pela pandemia, que levou milhões de pessoas para o
trabalho remoto no Brasil.
Segundo Jaco, embora a companhia esteja conseguindo se sair
comparativamente melhor em relação a administradoras de shopping
centers, por exemplo, ainda há dificuldade de deixar claro para
profissionais de investimentos essa distinção.
No ano até agora, a ação da BR Properties tem queda de cerca de
20%, enquanto o Ibovespa recua 7%. O índice do setor imobiliário
tem baixa de 30%.
“Não temos nada a ver com shopping centers, mas alguns ainda têm
dificuldade de ver isso”, disse.
Informações Reuters