Banco Inter vai acelerar sua expansão internacional, com plano de chegar a 1 milhão de clientes nos EUA até o fim do ano
14 Abril 2022 - 11:25AM
ADVFN News
Como tem ocorrido com outras fintechs, o Inter vai acelerar a
sua expansão internacional. Mas, ao contrário de rivais como o
Nubank, que apostam na América Latina, a família Menin, fundadora
do banco, diz que a meta é crescer em mercados desenvolvidos, com
plano de chegar a 1 milhão de clientes nos Estados Unidos até o fim
do ano e, depois, partir para uma expansão para a Europa.
A entrada no mercado americano ocorreu no fim de 2021, com a
compra da Usend, fintech que já tinha uma conta digital e cerca de
200 mil usuários, porém atuava com foco maior nas remessas de
estrangeiros para seus países de origem. Na prática, o Inter vai
continuar focado nos imigrantes dos EUA, que pagam altas taxas para
utilizar serviços bancários por lá.
“Queremos ser um aplicativo global. No fim, não vamos pensar
mais em uma conta brasileira e outra americana, mas tudo
interligado para que criemos uma solução global”, diz o presidente
da empresa, João Vitor Menin. “E, ao acertar a mão na operação dos
Estados Unidos, em vez da Colômbia, por exemplo, os resultados
serão absurdamente maiores.”
A ordem dentro do Inter, que conseguiu nas últimas semanas as
liberações que faltavam de autarquias americanas, é trazer mais
funcionalidades para atrair os clientes. Estão sendo testados
produtos como o Inter Shopping, marketplace que se tornou um dos
principais diferenciais da conta no Brasil por seus generosos
cashbacks (devolução de parte do dinheiro ao cliente que compra
pelo aplicativo), e a área de investimentos, o Inter Invest.
Além disso, a empresa pretende potencializar o negócio de
remessas da Usend. A ideia, porém, é fazer isso como mais um
produto dentro da carteira do Inter, com a marca deixando de ser a
principal utilizada nos Estados Unidos. Nos próximos meses, todas
as contas da fintech americana ficarão debaixo do guarda-chuva da
brasileira.
Menin também está de olho no mercado europeu, onde a entrada
deve ser via aquisições. Em entrevista recente ao Estadão, Rubens
Menin, presidente do conselho do Inter e pai de João Vitor, disse
que o mercado português seria uma opção, ainda mais pelo
conhecimento da região após a entrada da família no negócio de
vinhos por lá.
Mercado
Na última terça-feira, 12, o Inter (BOV:BIDI11) divulgou as prévias operacionais do primeiro
trimestre deste ano. E, apesar de números como o aumento de 82%
na base de clientes na comparação anual, ultrapassando 18 milhões
de usuários, o mercado não gostou do que viu.
Os analistas e investidores se concentraram em dados como o de
originação de crédito, que teve alta de 22% quando comparado ao
mesmo período de 2021, a R$ 4,5 bilhões, mas uma redução de 25% em
relação ao quarto trimestre do ano passado.
Já a inadimplência aumentou em 0,5 ponto porcentual de um
trimestre para outro, a 3,3%, enquanto a do cartão de crédito subiu
1,5 ponto porcentual, alcançando 6,6%. O resultado foi uma queda de
quase 9% das ações no dia da divulgação – mas com uma recuperação
de 1,32% no pregão de ontem.
Para os analistas do BTG Pactual, há pontos positivos nos dados,
mas a empresa precisa mostrar mais capacidade de ampliar a sua
rentabilidade. “O Inter precisa mostrar aos investidores quão bem
seu modelo de negócios pode aproveitar a sua alavancagem
operacional”, escreveram os analistas Eduardo Rosman, Ricardo
Buchpiguel e Thiago Paúra.
Já o presidente da companhia acredita que os resultados vieram
“muito bons”. “Dentro das condições macroeconômicas e de juros,
fizemos um excelente resultado. Obviamente, a expectativa é que
poderia ser melhor, mas acredito que se fôssemos uma visão de
capital fechado não estaríamos sendo tão penalizados”, diz Menin.
As ações do Inter acumulam queda de quase 40% desde janeiro e de
72% nos últimos 12 meses.
Banco Inter (BIDI11): lucro líquido contábil de R$ 6,4
milhões no 4T21, queda de 67,1%
O Banco Inter fechou o quarto trimestre de 2021 com
lucro líquido contábil de R$ 6,4 milhões, queda de 67,1% frente
aos R$ 19,4 milhões no mesmo trimestre do ano anterior. O resultado
é 66,9% inferior aos R$ 19,2 milhões do terceiro trimestre. Em
2021, o valor somou R$ 64,7 milhões.
O Inter informou que ao final do quarto trimestre contava com
16,3 milhões de clientes, avanço de 93,4% na comparação com o mesmo
período de 2020.
As receitas totais atingiram R$ 1,1 bilhão no 4T21 e R$ 3,2
bilhões em 2021, crescimento de 131% na comparação entre 2020 e
2021 e de 31,2% quando comparamos o 3T21 e 4T21.
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