A Movida registrou um lucro líquido de R$ 258,1
milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 135,7% na
comparação com igual período do ano passado.
A empresa atribui o resultado à estratégia contínua de expandir
e renovar sua frota; expansão da tarifa média; incorporação com a
CS Frotas, gerando sinergias operacionais; crescimento do Movida
Zero Km, diluindo custos e elevando as margens no curto prazo; e
melhorias operacionais.
A receita líquida somou R$ 992 milhões entre
janeiro e março deste ano, alta de 87,1% na comparação com igual
etapa de 2021.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e
amortização – ajustado cresceu 183,4% no 1T22, totalizando R$
863,1 milhões. Já a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida)
ajustada atingiu 87% no período, alta de 29,6 ponto percentual
frente a margem registrada em 1T21.
A receita líquida do RAC no 1T22 atingiu R$ 594,7 milhões, um
aumento de 6,3% ou R$ 35,5 milhões em relação ao 4T21 e um aumento
de 62,9% ou R$ 229,6 milhões na comparação com o 1T21, em função
principalmente do aumento do valor de diária média por carro, que
atingiu R$ 127,5 no 1T22, representando um aumento de 56,0% em
relação ao 1T21; e do crescimento da frota e do volume de
diárias.
A frota total alcançou 191.942 carros no 1T22, crescimento de
56,5% em relação ao 1T21.
O lucro operacional totalizou R$ 650,3 milhões nos três
primeiros meses de 2022, crescimento de 168,4% em relação ao mesmo
trimestre de 2021.
O retorno sobre capital investido (ROIC, na sigla em inglês) foi
de 16,4% no primeiro trimestre de 2022, elevação de 7,9 p.p. na
comparação ano a ano.
Já o retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês)
atingiu 34,6% no 1T22, alta de 22,4 p.p. em relação ao 1T21.
O resultado financeiro foi uma despesa no montante de R$ 287,3
milhões no primeiro trimestre de 2022, representando um aumento de
274,8% ou R$210,6 milhões em relação ao 1T21.
O capex líquido no 1T22 foi de R$ 1 bilhão. O crescimento de 5
mil carros aliado a manutenção das taxas de ocupação em RAC e bom
desempenho do GTF, é resultado da estratégia flexível adotada desde
o início da pandemia e na retomada pós Covid.
A dívida líquida da companhia ficou em R$ 8,515 bilhões no final
de março de 2022. O indicador de alavancagem financeira, medido
pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 3,2 vezes em
março/22, queda de 0,3 vez em relação ao mesmo período de 2021.
Os resultados da Movida (BOV:MOVI3) referentes suas operações do
primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 01/05/2022.
Teleconferência
Em teleconferência com analistas nesta segunda-feira (2) para
apresentação de resultados do primeiro trimestre de 2022 (1T22),
Renato Franklin, CEO da Movida (MOVI3) , afirmou que em janeiro a
empresa sofreu com o impacto da variante Ômicron do coronavírus,
mas que o final do trimestre foi mais positivo.
“A demanda foi um pouco mais baixa no final de janeiro e começo
de fevereiro”, afirmou. No entanto, março foi forte em termos de
ocupação e alta de tíquetes, apesar de não ter ocorrido Carnaval. A
recuperação continuou forte em abril, com o Carnaval, com alta dos
tíquetes. E deve ser forte também em junho por conta do efeito
sazonal. Assim, espera elevação gradual do setor de RAC (sigla em
inglês para aluguel de carros).
Franklin afirmou que a empresa está negociando reajustes de
contratos vigentes e implementando novos contratos no setor de GTF
(gestão e terceirização de frotas), que devem levar a crescimento
gradual da receita média.
A Movida registrou lucro líquido de R$ 258,1 milhões no primeiro
trimestre de 2022 (1T22), alta de 135,7% na comparação anual. Em
seu balanço, a empresa atribui o resultado à estratégia contínua de
expandir e renovar sua frota; expansão da tarifa média;
incorporação com a CS Frotas, gerando sinergias operacionais;
crescimento do Movida Zero Km, diluindo custos e elevando as
margens no curto prazo; e melhorias operacionais.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 183,4% no 1T22,
totalizando R$ 863,1 milhões.
Já a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada
atingiu 87% no período, alta de 29,6 p.p. frente a margem
registrada em 1T21.
Os resultados foram bem vistos por analistas de mercado.
Contudo, em uma sessão de forte aversão ao risco, as ações fecharam
com expressiva queda, de 6,72%, a R$ 16,93.
VISÃO DO MERCADO
Ativa Investimentos
A Movida apresentou um bom resultado trimestral, em linha com as
estimativas, com retorno sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês)
ainda alto apesar da piora no custo de crédito, avalia a Ativa
Investimentos, em relatório.
Os analistas Leo Monteiro e Pedro Dietrich escrevem que o bom
desempenho se deu pelo crescimento de frota, o que permitiu
expansão no número de diárias em aluguéis de carros (RAC, na sigla
em inglês), do aumento nas tarifas em aluguéis e terceirização de
frotas e pela retomada no número de carros vendidos com alto preço
em seminovos.
O segmento de aluguéis de carros apresentou um crescimento de
62,9% em base anual na receita líquida, impulsionado tanto pelo
maior número de diárias quanto pelo crescimento no preço das
tarifas, que chegaram ao recorde histórico de R$ 127,5, segundo os
analistas.
De negativo, eles destacam a piora na depreciação, em função dos
novos veículos adicionados à frota, a geração de caixa operacional
negativa no trimestre e a piora no resultado financeiro.
Ainda assim, a empresa possui hoje a frota mais nova do setor,
adiantando o efeito negativo da retomada da depreciação com
renovação de frota, além de seguir reportando crescimento nas
tarifas e volume de diárias e aumento substancial de margens, dizem
os analistas.
Ativa mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$
27,60…
Citi
Os resultados da Movida no primeiro trimestre foram robustos,
diz o Citi, com o Ebitda de R$ 863 milhões vindo 14% acima do que
esperava o banco. A instituição destaca que a locadora de veículos
apresentou crescimento forte e menos distorções nos gastos com
depreciação do que pares.
Os analistas Stephen Trent e Filipe Nielsen escrevem que a
queima de caixa da companhia, com geração de fluxo de caixa
negativa em R$ 4 bilhões, pode chamar atenção dos investidores, mas
coincidiu com um período de aquisições e renovação da frota.
“Relativamente a seus pares nacionais, as aquisições da CS
Frotas, Vox e Marbor mostram uma estratégia de crescimento bem
sucedida e de baixo risco”, afirmam. Com uma frota de veículos mais
jovem, a Movida pode ir atrás de clientes premium com a
normalização de preços no setor.
Citi tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 27,00.
Credit Suisse
Os números da Movida no primeiro trimestre foram fortes e dentro
do esperado, diz o Credit Suisse. O Ebitda de R$ 863 milhões e o
lucro líquido de R$ 258 milhões vieram 1% e 3,2% além das projeções
do banco suíço para o período.
Os analistas Regis Cardoso, Henrique Simões e Alejandro Zamacona
escrevem que o segmento de aluguel de veículos cresceu
sequencialmente, apoiado em maiores tarifas, mesmo com redução nas
diárias e na taxa de utilização.
“O resultado reflete a decisão da Movida de priorizar aluguéis
de curto prazo para indivíduos, o que leva a um melhor mix de
tarifas e margens, com queda na taxa de utilização”, comentam.
Gestão de frotas e seminovos também apresentaram bons
resultados, com crescimento de Ebitda e margens. Os analistas
acreditam que as margens dos negócios devem continuar a crescer nos
próximos trimestres.
Ente os pontos de atenção no balanço estão o aumento da
depreciação da frota, com veículos novos sendo adquiridos a preços
mais altos do que a média da frota, além da expansão da dívida
líquida, resultado da adição de veículos no fim do último ano.
Credit Suisse tem recomendação neutra com preço-alvo em R$
21,00.
Itaú BBA
Os resultados da Movida no primeiro trimestre de 2022 foram
marcados por algumas tendências operacionais positivas,
especialmente nas tarifas de aluguéis de carros, com os principais
números um pouco abaixo das estimativas, diz o Itaú BBA, em
relatório.
Os analistas Thais Cascello, Gabriel Rezende e equipe destacam,
em uma nota mais cautelosa, os preços estáveis no trimestre na
divisão de terceirização de frotas, as menores taxas de utilização
de aluguéis, e os menores preços trimestrais dos carros
vendidos.
Segundo os analistas, embora a taxa de utilização de aluguéis
tenha caído para 76,1% de 80,8% no trimestre anterior, suas tarifas
aumentaram 8%, com a frota operacional média em expansão de 7%,
resultando em um crescimento da receita líquida de 6% em base
trimestral. A receita de aluguéis, por sua vez, ficou 8% abaixo do
estimado com uma taxa de utilização inferior à prevista.
Já a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda) consolidada atingiu 43,9%, próxima à previsão,
beneficiada pelos créditos tributários de PIS e Cofins, com a queda
de 1 ponto percentual (p.p.) no trimestre atribuível a uma margem
um pouco menor no segmento de seminovos.
As melhorias no nível de Ebitda foram mais uma vez compensadas
por maiores despesas de depreciação e aumento das despesas com
juros, resultando em lucro líquido de R$ 258 milhões, 5% abaixo das
projeções, escrevem os analistas. A dívida líquida também aumentou
um pouco, considerando a renovação da frota, refletindo melhorias
de margem, dizem.
Itaú BBA tem recomendação de compra com preço-alvo de R$
26,00…
XP
A Movida teve um bom resultado no primeiro trimestre, diz a XP,
com o lucro líquido de R$ 258 milhões superando em 19% as
estimativas da casa, mesmo com aumento nas despesas
financeiras.
Os analistas Pedro Bruno e Lucas Laghi destacam a continuidade
do forte desempenho de margem dos segmentos de aluguel, refletindo
tarifas médias sequencialmente mais altas, além de mais um período
positivo para seminovos.
Entre os pontos negativos, eles apontam o leve crescimento no
volume do segmento de locação de veículos, impactado principalmente
pelo ambiente restritivo de oferta de carros, além do aumento
sequencial na depreciação e nas despesas financeiras.
XP tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 26,00.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Reuters
MOVIDA ON (BOV:MOVI3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2022 até Jun 2022
MOVIDA ON (BOV:MOVI3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2021 até Jun 2022