O Magazine Luiza registrou prejuízo líquido de R$ 391,2 milhões
no primeiro trimestre de 2023, perda 142,5% maior na base de
comparação anual, informou a varejista.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações
(Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 324,1 milhões, queda de 4,5%
na mesma base de comparação. A margem Ebitda registrou baixa de 0,3
p.p. (ponto percentual), indo de 3,9% para R$ 3,6%.
Em termos ajustados, o lucro líquido foi de R$ 309,4 milhões,
avanço de 213% entre o 1T22 e o 1T23, enquanto o Ebitda subiu 3,2%,
a R$ 448 milhões, e a margem Ebitda caiu 0,1 p.p., para 4,9%. Nesse
cálculo, a empresa exclui despesas não recorrentes relacionadas,
principalmente, a fechamentos de quiosques nas lojas da varejista
de moda Marisa, um centro de distribuição.
Projeções compiladas pela Refinitiv apontavam prejuízo líquido
de R$ 175,1 milhões, Ebitda de R$ 497,72 milhões e receita de R$
9,2 bilhões para o período.
A receita líquida avançou 3,5% no mesmo período, para R$ 9,067
bilhões. A receita bruta foi de R$ 11,3 bilhões, com alta de 6,9%
sobre o mesmo período de 2022.
A varejista registrou um crescimento de 10,1% no faturamento
total, incluindo marketplace, para R$ 15,55 bilhões. As vendas do
comércio eletrônico, também incluindo marketplace, cresceram 11,1%
no trimestre encerrado em março, para R$ 11 bilhões. Houve um
crescimento de 7,5% nas lojas físicas. Já no digital, a alta foi
puxada por crescimento de 19,4% no marketplace e vendas de 4,4
bilhões.
Os resultados do Magazine Luiza chegam em um momento em que a
taxa básica de juros brasileira está em 13,75% ao ano,
influenciando o faturamento da companhia, junto com a “sazonalidade
das despesas financeiras”, disse a companhia em nota.
A empresa afirmou que sua participação de mercado em comércio
eletrônico atingiu no trimestre uma máxima histórica.
A companhia fechou 175 pontos físicos nos últimos 12 meses,
sendo nove lojas, um centro de distribuição e, o restante,
quiosques. No trimestre, foram 37 fechamentos de quiosques, mas
nenhuma loja foi fechada. Os custos de fechamento do CD, por sua
vez, se concentraram nesse primeiro trimestre do ano. Segundo a
empresa, esse último fechamento já estava planejado, pois era muito
próximo à unidade de Gravataí (RS).
O percentual das despesas operacionais ajustadas em relação à
receita líquida atingiu 22,3% no 1T23, com redução de 0,4 p.p. em
relação ao 1T22.
“Com o aumento do marketplace, faz-se importante analisar as
despesas em relação as vendas totais (GMV). Nesse conceito, a
diluição foi de 1,0 p.p., alcançada principalmente através da
otimização das despesas de marketing e logística, bem como da
diminuição das despesas administrativas”, afirmou.
A companhia encerrou o trimestre com uma posição de caixa total
no valor de R$ 7,1 bilhões, considerando caixa e aplicações
financeiras de R$ 2,2 bilhões e recebíveis de cartão de crédito
disponíveis de R$ 4,9 bilhões.
“Vale ressaltar que os vencimentos da dívida bruta estão
majoritariamente no longo prazo, distribuídos entre 2024 e 2026.
Adicionando-se os recursos do novo acordo com a Cardif, anunciado
em maio/23, a posição total de caixa ajustado seria de R$ 8,1
bilhões”, afirmou.
Os resultados da Magazine Luiza (BOV:MGLU3)
referentes suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 15/05/2023.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
O cenário difícil tanto em termos macroeconômicos quanto para o
setor do varejo eletrônico afetaram os resultados do Magazine Luiza
no primeiro trimestre, que apresentou números abaixo do esperado,
com tendências fracas tanto nas operações de lojas físicas quanto
nas vendas on-line, diz o BTG Pactual.
Os analistas Luiz Guanais e Gabriel Disselli escrevem que
eventuais benefícios que a companhia vai ganhar com a maior
racionalização do setor após a crise da Americanas vai depender
ainda de uma melhoria na economia do Brasil como um todo, com
redução nos juros, para impulsionar consumo de bens duráveis.
Enquanto o cenário atual se mantiver, o banco acredita que os
resultados do Magazine Luiza vão continuar decepcionando, muito por
causa da sua exposição a eletroeletrônicos, de menor margem, assim
como sua presença em lojas físicas e com as operações de crédito da
Luizacred.
BTG Pactual tem recomendação de compra com preço-alvo de R$
7,00…
Citi
O Magazine Luiza apresentou resultados abaixo do esperado no
primeiro trimestre, com o cenário macroeconômico ainda se impondo e
pressionando o desempenho da companhia mesmo com o cenário
competitivo mais racional no varejo eletrônico, diz o Citi.
Os analistas liderados por João Pedro Soares escrevem que o
Ebitda ajustado de R$ 448 milhões foi 10% menor que as estimativas,
com maiores despesas operacionais no período. A volta da cobrança
da Difal pressionou as receitas líquidas da empresa.
O prejuízo líquido de R$ 391 milhões superou a estimativa de R$
133 milhões do banco por conta do pior resultado financeiro nos
três primeiros meses do ano, enquanto a dívida líquida também subiu
por conta de queima de caixa.
“A boa notícia é que o Magazine Luiza está avançando em
iniciativas de monetização do seu marketplace e conseguiu mitigar
parcialmente os efeitos da Difal”, comentam. A dinâmica operacional
nas vendas diretas foram positivas, destacam.
Citi tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 5,00…
Itaú BBA
Os resultados de primeiro trimestre do Magazine Luiza ficaram
abaixo de estimativas já conservadoras, com resultados operacionais
fracos e uma série de efeitos ao longo do balanço que afetaram
praticamente todas as linhas, diz o Itaú BBA.
Os analistas liderados por Thiago Macruz escrevem que foi
positivo o ganho de mercado que a companhia teve no período, mas
mesmo em um cenário competitivo mais racional não consegue reduzir
a distância para o líder do setor no varejo eletrônico.
“Investidores parecem bastante focados na retomada da
lucratividade da companhia e a retomada da Difal no curto prazo nos
dá a impressão que vai atrasar isso um pouco mais”, comentam.
O banco destaca que o Magazine Luiza ainda sentiu efeitos de uma
dinâmica de capital de giro negativa por conta de sazonalidade e
queimou caixa. Os juros altos afetaram seu resultado
financeiro.
Itaú BBA tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 3,20.
Goldman Sachs
O Magazine Luiza reportou resultados do primeiro abaixo do
esperado, com receita 2% aquém do previsto e lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda) 12% abaixo do
consenso, diz o Goldman Sachs, em relatório.
Os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini
escrevem que o marketplace, que representa quase 40% do valor geral
de mercadorias, continua a superar outros canais, supostamente
tornando-se mais lucrativo e contribuindo positivamente para o mix
de margem.
No entanto, dizem eles, a margem Ebitda ficou praticamente
estável no comparativo anual, já que as margens foram impactadas
negativamente por maiores impostos sobre vendas relacionados ao
diferencial de alíquotas do ICMS, que não foram integralmente
repassados aos clientes.
O prejuízo foi maior do que o esperado devido a despesas
financeiras elevadas com um nível mais alto de recebíveis
descontados neste trimestre, dizem os analistas. No lado positivo,
ressaltam, o Magazine Luiza superou seu principal concorrente de
varejo de bens duráveis, Via, tanto no canal on-line quanto em
lojas físicas.
Goldman Sachs tem recomendação neutra com preço-alvo de R$
4,40.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters e TC
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