Juros futuros recuam nesta terça-feira após sinais de viabilização do arcabouço
23 Maio 2023 - 5:40PM
ADVFN News
Nesta terça-feira, as taxas dos contratos de juros futuros
adotaram uma queda generalizada. Esse movimento foi influenciado
pelo avanço das questões em relação ao novo arcabouço fiscal no
cenário local e às discussões sobre a expansão do teto da dívida
norte-americana.
Os DIs mais negociados no dia, com vencimentos em Jan/24
(BMF:DI1J24) e Jan/25 (BMF:DI1J25), recuaram 2 pontos-base e 6 pbs,
a 13,29% e 11,68% respectivamente. Os vértices médios e longos
apresentaram queda mais acentuada: os DIs com vencimentos em Jan/27
(BMF:DI1J27) e Jan/29 (BMF:DI1J29) caíram 13 pbs e 14 pbs, a
11,19% e 11,51%, respectivamente.
A curva dos DIs começou o dia em declínio, mas teve seu
movimento impulsionado principalmente pela declaração do presidente
da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que a nova regra
fiscal será votada na Casa ainda hoje ou amanhã.
Após a demonstração de comprometimento de Lira com o avanço do
texto, o mercado ficou mais otimista com as falas do ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, que mencionou novamente a reforma
tributária como uma pauta a ser concedida nas próximas semanas.
Haddad afirmou: “Vamos concluir neste semestre as duas matérias
[arcabouço fiscal e reforma tributária] na Câmara dos
Deputados”.
O reconhecimento do arcabouço fiscal e da reforma tributária
como controle para trazer previsibilidade às contas públicas e
reduzir as expectativas inflacionárias trazidas à queda dos DIs.
Esses sinais não devem afetar a decisão do Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central, que se espera que mantenha a
taxa Selic em 13,75% ao ano. No entanto, eles são relevantes para
uma possível antecipação do início do corte da taxa básica de
juros, prevista pelo mercado para ocorrer entre o segundo semestre
deste ano e o primeiro trimestre de 2024.
O dólar encerrou próximo da estabilidade, com uma alta de 0,01%,
alcançando a valorização de R$4,9721, após uma sessão volátil. A
moeda norte-americana teve altos e baixos, com os investidores
acompanhando os efeitos sobre os limites da dívida dos Estados
Unidos e os recebimentos de um possível calote sem precedentes pela
maior economia do mundo.
Os líderes do Partido Republicano estão negociando com o
presidente dos EUA, Joe Biden, para chegar a um acordo e ampliar o
limite do teto da dívida, que está em US$ 31,4 trilhões. Caso não
haja um acordo até 1º de junho, o país poderá enfrentar
dificuldades em cumprir seus compromissos financeiros, o que seria
um acontecimento inédito desde 1979 e com potencial para recessão e
uma crise financeira nos mercados globais, segundo
especialistas.
Juros fecham mistos com Wall Street aguardando ata do
FOMC
Os juros projetados dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos
fecharam a sessão em campo misto, com o mercado de títulos
aguardando da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central
americano) de amanhã em meio ao crescente nervosismo sobre as
negociações do teto da dívida estadunidense.
A subida da nota para 10 anos hoje fez ela atingir a maior
sequência de alta em dois anos, desde setembro de 2018. Na
ferramenta FedWatch da CME, as chances de um aumento de juros em
junho sobem para 27%, ante 22,5% há uma semana, enquanto uma pausa
continua sendo a maior probabilidade.
O governador do Fed, Christopher Waller, tem um discurso sobre a
economia às 13h (de Brasília) amanhã.
Os juros das notas do Tesouro de 10 anos ca[iram 0,02 ponto
percentual (pp) na sessão, para 3,69%. Enquanto isso, os juros das
notas para 2 anos subiram 0,01 pp, para 4,33%.
DI1J27 - Abril 2027 (BMF:DI1J27)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
DI1J27 - Abril 2027 (BMF:DI1J27)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024