CEO da Enauta afirma que é o ano da transformação da companhia e que há grandes planos para a petroleira em 2024
17 Janeiro 2024 - 8:08AM
ADVFN News
O CEO da Enauta, Décio Oddone, não esconde que há grandes planos
para a petroleira este ano. “2024 é o ano da transformação da
Enauta”, disse ele, sem pestanejar. A empresa passou por mudanças
significativas em sua composição acionaria após a diluição das
ações de sua antiga controladora, o grupo Queiroz Galvão, que
perdeu espaço com a conversão de sua dívida para bancos em ações da
petroleira. Mais próxima de ser uma corporation hoje, a empresa foi
às compras no fim de 2023 e promete manter acesa a chama por novas
oportunidades de consolidação de ativos este ano.
“A Enauta está posicionada para ser uma consolidadora de
mercado. A gente está buscando adquirir outras companhias, outros
ativos e crescer o nosso portfólio. Esse é o nosso objetivo e a
gente está muito bem posicionado para isso”, afirma Oddone.
Em dezembro, a Enauta (BOV:ENAT3) comprou a totalidade da
participação da Qatar Energy nos campos de petróleo de Ostra,
Abalone e Argonauta. A parcela, equivalente a 23% da operação,
demandará um desembolso de US$ 150 milhões com data efetiva de 1°
de julho. Os campos formam o Parque das Conchas, na Bacia de
Campos, e têm a Shell como operadora. Alguns dias antes de anunciar
o acordo, a companhia firmou a aquisição de 100% das concessões da
Petrobras nos campos de Uruguá e Tambaú, localizados na Bacia de
Santos. Os investimentos em campos maduros sinalizam uma fase mais
agressiva da companhia no mercado.
“O que a gente vai fazer pela primeira vez é operar um campo que
já está maduro e já foi operado por outra companhia que é Uruguá e
Tambaú. Estamos estudando fazer investimentos no local. Temos a
previsão de perfurar ao menos um poço para aumentar a produção”,
aponta Oddone.
“A gente precisa encontrar as oportunidades nas quais a
companhia tem a capacidade de agregar valor e trazer resultado para
o acionista. Então, com cautela e com a tomada de risco adequada, a
gente continua procurando oportunidades para seguir crescendo e
diversificando a geração de caixa da Enauta”, complementa.
Com as aquisições, a ideia é que a Enauta adicione, ao menos, 15
mil barris à sua produção diária e diminua gradativamente a
dependência do campo de Atlanta, que equivale aproximadamente 90%
da geração de caixa da empresa atualmente. A partir de agosto, a
petroleira, inclusive, deve colher os frutos dos investimentos
feitos para a modernização do campo de Atlanta, que recebeu um
navio-plataforma com capacidade de produzir 50 mil barris por dia e
estocar 1 milhão de barris.
“A gente tinha colocado um sistema piloto no local em 2018 e
agora, em 2024, a gente vai substituir por um sistema definitivo,
com um navio desenhado especificamente para o campo de Atlanta”,
explica Oddone.
Única petroleira listada no Índice de Sustentabilidade
Empresarial da B3 em 2024, a Enauta não pretende, ao menos por ora,
investir em fontes renováveis, mas não descarta endossar a
transição com sua operação própria a partir de 2030.
“Hoje, a gente tem indicadores de emissão de carbono bastante
melhores do que os da indústria, porque o nosso petróleo é um
petróleo de baixo teor de enxofre e menor emissão na atmosfera”,
diz o CEO da Enauta.
“Mais para frente, a partir do final da década, eu vejo uma nova
Enauta começando a fazer estudos para identificar onde ela consegue
se inserir na produção de energias renováveis. Hoje, no entanto, a
nossa estratégia é dar continuidade à diversificação e incremento
na produção de petróleo”, complementa.
Em 2023, a companhia encerrou o ano com 4,5 milhões de barris de
óleo equivalentes produzidos. No número mais atualizado divulgado
pela empresa, de 9 de janeiro, a produção diária do campo de
Atlanta foi de 21,2 mil barris de óleo.
Informações Infomoney
ENAUTA ON (BOV:ENAT3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ENAUTA ON (BOV:ENAT3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024