Por que a Serena conquistou as empresas geradoras na B3?
14 Maio 2024 - 3:26PM
ADVFN News
Após a oferta secundária concluída no fim de março, com a
gestora Tarpon vendendo R$ 775 milhões (e elevando a liquidez das
ações), diversas casas de análise têm ressaltado maior otimismo com
a Serena Energia, ex-Ômega Energia. No ano, as ações caem mais de
13%, mas acumulam ganhos de mais de 8% em maio – e analistas
esperam mais altas.
Desde a semana passada, o Itaú BBA e o JPMorgan elevaram a
recomendação das ações de equivalente à neutro para overweight
(exposição acima da média) ou outperform (desempenho acima da
média), ambos similar à compra, enquanto o BTG Pactual retomou
cobertura após o follow-on com recomendação de compra.
O último deles, o Itaú BBA, estabeleceu um novo preço-alvo de R$
14,60 (ante R$ 13) e apontou a companhia como uma “crônica de
criação de valor”, colocando a ação como sua top pick entre as
geradoras de energia.
O BBA vê a empresa com um valuation atrativo e bem posicionada
no mercado, sendo que por volta de 93% de sua energia vendida a
preços mais altos em contratos de longo prazo. Para a equipe de
análise, a empresa está entre as geradoras menos suscetíveis a
mudanças nos preços de energia no longo prazo.
A atuação nos EUA, com a entrega do projeto Goodnight 1 no
Texas, mostra ainda que não há mais dúvidas sobre a capacidade da
Serena (BOV:SRNA3) em replicar o que já fez no Brasil, com a
empresa apresentando economias de capex (despesas de capital),
mostrando disciplina, e trazendo parceiro premium para o projeto,”
com o Goldman Sachs. A Serena ainda busca opções para monetizar seu
ativo nos EUA, ou com venda de uma fatia ou estruturando uma
capitalização por lá.
De olho na inteligência artificial
A exposição nos EUA também levou o JPMorgan a elevar a
recomendação para os ativos, com preço-alvo de R$ 11,50, ou upside
de 31%. Na visão do banco estrangeiro, a companhia tem mirado no
aumento de consumo de eletricidade para empresas de tecnologia e
centros de dados com a AI, ou inteligência artificial. A nova onda
tem gerado alto consumo de energia para suprimento de necessidades
computacionais. Mas não basta apenas o aumento de produção de
energia, uma vez que os novos compradores buscam energia limpa para
cumprimento de metas de descarbonização. Na esteira dessa demanda
por energia limpa, a Serena apresenta como diferencial o foco em
recursos puramente renováveis.
Nem todo mundo, no entanto, consegue dimensionar o valor da
companhia por enquanto, na visão do JPMorgan. Mesmo com riscos
limitados nas operações brasileiras e valorização potencial,
investidores ainda não compreenderiam muito bem o que o nome tem a
oferecer.
“O mercado dos EUA é 6 vezes maior do que o do Brasil e oferece
oportunidades atrativas para desenvolvedores de energias renováveis
de alta qualidade. Como as condições de preço de energia no Brasil
não são favoráveis para novos projetos verdes no momento, os EUA
surgem como um mercado internacional de alto crescimento e atraente
para a Serena”, entende o banco.
Os riscos estariam na própria natureza de atuação, uma vez que a
diferença na potência de ventos poderia impactar o desenvolvimento
de projetos eólicos, enquanto a alta alavancagem ainda oferece
pouca visibilidade para o nome. “No entanto, o início de projetos
recentes em greenfield levará à desalavancagem, e vemos os projetos
de energia eólica no Texas abrindo uma nova oportunidade para
capturar uma parte do boom da inteligência artificial nos EUA”,
considera o JPMorgan.
O BTG Pactual tem preço-alvo de R$ 14 (upside de 60%) para a
ação, vendo o nome negociado com uma TIR (Taxa Interna de Retorno)
real muito atraente de 14,7%, a mais alta da sua cobertura, ao
mesmo tempo em que entrega (i) um sólido histórico de alocação de
capital e execução de projetos renováveis greenfield, (ii)
exposição muito baixa aos preços de energia, com seu portfólio com
nível de contratação acima dos 90% até 2031, (iii) uma clara
tendência de desalavancagem após o início comercial de grandes
projetos (Assuruá 4 & 5 e Goodnight 1) e (iv) upsides com o
desenvolvimento do Goodnight 2 e/ou reciclagem de ativos. “Além
disso, seu perfil de long duration e alto perfil de alavancagem o
tornam um dos maiores beneficiários em um cenário de queda nas
taxas de juros”, complementa.
Em janeiro, em revisão das geradoras, a XP considerou a
companhia como o seu nome preferido no segmento por se apresentar
como descontada e com projetos em estágio inicial que ainda não
estavam precificados nas ações.
Informações Infomoney
Serena Energia ON (BOV:SRNA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Fev 2025 até Mar 2025
Serena Energia ON (BOV:SRNA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Mar 2025