JPMorgan revisa estimativas para as empresas de transporte e ressalta preferência por Santos Brasil e Rumo
10 Julho 2024 - 11:28AM
ADVFN News
Em meio a um ambiente macroeconômico volátil, o JPMorgan revisou
suas estimativas para as empresas de transporte sob sua cobertura,
incorporando um aumento no custo do capital próprio de 0,5 ponto
percentual em média.
O banco americano decidiu rebaixar a ação da Movida (BOV:MOVI3)
e da Azul (BOV:AZUL4) de equivalente à compra para neutro devido a
avaliações ajustadas ao risco relativamente menos atraentes e
riscos superiores de balanço patrimonial quando comparados aos
pares.
Por outro lado, optou por elevar a recomendação para Vamos
(BOV:VAMO3) de neutro para equivalente à compra e ressaltou sua
preferência por Santos Brasil (BOV:STBP3) e Rumo (BOV:RAIL3),
seguidos por Localiza (BOV:RENT3).
Azul e Movida
O JPMorgan rebaixou os dois nomes de overweight (exposição acima
da média do mercado, equivalente à compra) para equalweight
(exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) devido a
maior alavancagem e menor geração de fluxo de caixa (FCF) – quando
comparados aos principais nomes de cada segmento, apesar do bom
momento operacional e do potencial de alta sólido.
Na Movida, o banco vê a negociação a 10,6 vezes e 6,9 vezes
Preço/Lucro para 2024 e 2025, um desconto de 30 a 40% em relação à
Localiza, que está abaixo do desconto histórico de cerca de 50%,
além de um perfil de alavancagem e queima de caixa menos favorável
em meio ao aumento das taxas de longo prazo.
Segundo estimativas, a alavancagem deve permanecer próxima a 3,5
vezes dívida líquida para Ebitda (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização) nos próximos trimestres, em comparação
com Localiza abaixo de 3,0 vezes. No entanto, analitas continuam a
saudar o plano de reestruturação em andamento da administração da
Movida, que tem recomendação de compra e preço-alvo de R$
10,50.
Para Azul, o JPMorgan vê a ação negociando a 4,9 e 4,5 vezes
Valor da Firma (EV)/Ebitda 2024 e 2025, um prêmio de 10% em média
em relação a Copa e LATAM, as principais escolhas do banco entre as
companhias aéreas, o que parece injustificado levando em
consideração a superioridade dos fluxos de caixas (FCFs) e
perspectivas de balanço patrimonial dos seus pares.
O banco ressalta que ainda prefere Azul em relação à Gol, com
classificação underweight (exposição abaixo da média do mercado,
equivalente à venda), entre as companhias aéreas brasileiras, e
acredita que uma possível fusão e aquisição poderia desbloquear
valor para as duas companhias, embora considere improvável que isso
se materialize. O preço-alvo é de R$ 19.
Vamos
Os analistas do JPMorgan avaliam que a Vamos passou por um
período desafiador recentemente, mas os resultados estão prestes a
melhorar sequencialmente – apesar do ainda desafiador 2T em termos
de recuperação de ativos – e a visibilidade dos lucros parece
melhor do que no ano passado, também quando comparado a nomes de
aluguel de carros.
De acordo com relatório, a ação está negociando a 8,3 vezes o
Preço/Lucro de 2025, bem abaixo da sua média histórica de 18 vezes,
e aluguéis de carros a 9 vezes. O banco também disse gostar da
abordagem mais conservadora da administração em relação à alocação
de capital. Com isso, elevou recomendação equivalente à compra e
tem preço-alvo de R$ 13,50.
Santos Brasil, Rumo e Localiza
O JPMorgan reitera recomendação overweight para Santos Brasil e
preço-alvo de R$ 17, graças à sua avaliação razoável de 7,2 vezes
EV/Ebitda para 2025, um rendimento FCF de 5% e 6% para 2024 e 2025,
levando a um rendimento de dividendos de 6% e 7%, e um balanço
patrimonial desalavancado de 0,1 vez dívida líquida/Ebitda no
1T24.
Para Rumo, a avaliação também parece atraente a 6,7 vezes
EV/Ebitda para 2025, somada a um momento de lucro favorável no
curto prazo devido a contratos take-or-pay, apesar da falta de
geração de fluxo de caixa livre e incertezas relacionadas a 2025.
Dessa forma, mantém classificação equivalente à compra e preço-alvo
de R$ 30.
O JPMorgan também reiterou recomendação de compra para Localiza
e preço-alvo de R$ 70, pois vê o papel negociado a 11,4 vezes P/L
em 2025 como atraente, além de uma grande assimetria de risco no
nome, dado seus retornos superiores (4,3-5,0 p.p. spreads ROIC em
2024 e 2025), mas reconhece que o timing para a valorização depende
dos preços de veículos usados e atualmente assumiu um ponto de
inflexão na depreciação apenas no final do ano.
Revisão em números
Em termos de Ebitda de 2024 e 2025, o JPMorgan revisou para cima
em dígitos únicos em média para nomes de infraestrutura, manteve
quase estável para empresas de aluguel de carros e revisou para
baixo no caso das companhias aéreas.
Com relação aos lucros líquido, o banco também revisou para cima
para nomes de infraestrutura, enquanto para aluguel de carros
devido à maior depreciação revisou para baixo. Considerando a média
para todas as empresas, agora o banco está 1,5% abaixo do consenso
da Bloomberg para Ebitda este ano e 5% em termos de lucros
líquidos.
Informações Infomoney
RUMO S.A ON (BOV:RAIL3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Set 2024 até Out 2024
RUMO S.A ON (BOV:RAIL3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2023 até Out 2024