A Alupar divulgou que sua controlada Alupar Peru sagrou-se vencedora do Grupo 2 do leilão de 5 novos projetos de transmissão realizado no Peru.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:ALUP11) nesta quinta-feira (29).

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Os projetos estão distribuídos entre os estados de Lima, Ica e Ayacucho e contemplam 177 km em novas linhas de transmissão, além de implantação de seis novas subestações.

Somados, os projetos totalizam investimentos estimados em US$ 400,2 milhões, com Receita Anual Permitida (RAP) total de US$ 59,9 milhões, o que equivale a uma relação RAP/CAPEX de 15%.

A RAP é um valor fixo anual que as empresas de transmissão recebem como remuneração pelos serviços prestados na transmissão de energia elétrica.

“Este novo projeto será transformacional e impulsionará a presença da companhia na América Latina, além de consolidar o novo Ciclo de Crescimento da Alupar através de projetos com retornos consistentes e, baseado, entre outras avenidas, na expansão geográfica em países com regulação sólida”, destacou a companhia.

Com este novo projeto, os investimentos da Alupar na América Latina totalizam US$ 689,8 milhões até 2029, com uma RAP total contratada de US$ 98,8 milhões.

VISÃO DO MERCADO

Às 13h12 (horário de Brasília) desta sexta-feira (30), as units da empresa subiam 2,98%, cotadas a R$ 31,81, após subirem mais de 3% no início da sessão.

O Itaú BBA avalia que a companhia elétrica conseguiu taxas internas de retorno (TIRs) muito sólidas, diferente do que tem sido observado por aqui nos últimos leilões.

Segundo o BBA, a aquisição desses cinco lotes reforça a perspectiva positiva da empresa em expandir ainda mais no mercado latino-americano.

Por exemplo, o Chile tem sido um mercado particularmente bem-sucedido para a Alupar. No início deste ano, a empresa garantiu dois lotes de transmissão no país com relações capex-RAP atrativas, “totalizando uma RAP de US$ 145,9 milhões e uma relação de aproximadamente 7,5 vezes, o que é significativamente mais atraente do que a relação média de 10,2 vezes do último leilão de transmissão no Brasil (001/2024)”, avalia o banco.

Os analistas ainda destacam que cerca de 10% da receita da empresa já vem de países da América Latina (excluindo Brasil), beneficiando-se de contratos indexados ao dólar e melhores condições de emissão de dívida.

Em termos de endividamento, o BTG avalia que embora a maior parte dos desembolsos esteja concentrada em 2027 e 2028, este novo projeto pode naturalmente pressionar a alavancagem no médio prazo, deixando menos espaço para dividendos acima do mínimo de 50% do lucro líquido regulatório.

Por outro lado, o BTG considera o projeto altamente gerador de valor (14,5% TIR real em dólar ante TIR real implícita da Alupar de 6,3%) e alinhado com o excelente histórico da empresa em alocação de capital.

O JPMorgan, por sua vez, destaca que este será o maior projeto da Alupar fora do Brasil e que essas operações representarão US$ 690 milhões em CAPEX até 2029 e US$ 99 milhões em receitas reguladas. Com isso, estima que, até 2029, 17% das receitas de transmissão da Alupar virão de fora do País, demonstrando a relevância da abordagem de internacionalização da empresa.

De acordo com JPMorgan, a crescente expertise e o sucesso na obtenção de projetos greenfield com retornos sólidos, em muitos casos com receitas denominadas em dólares, estão proporcionando uma vantagem sólida para a Alupar em relação às empresas de transmissão focadas no Brasil.O JPMorgan e BTG mantêm recomendação neutra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 33 e R$ 30. Enquanto isso, o Itaú BBA é mais otimista e possui recomenda compra com preço-alvo de R$ 37,40.

Informações Financenews
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