O Ibama encaminhou um ofício à PRIO no dia 15/11/2024 informando que a opção de um projeto único integrado (perfuração e lançamento de linhas com tieback em Wahoo) demandaria maior esforço de análise dada a sua complexidade, sugerido o envio do projeto de perfuração em separado, de modo a conferir maior celeridade ao processo de licenciamento. Por sua vez, a PRIO já enviou no dia 18/11/2024 a nova versão do projeto contemplando apenas a fase de perfuração de Wahoo, sem prejuízo do andamento da análise do projeto de lançamento de linhas e tieback.
Fica claro que o Ibama par...
O Ibama encaminhou um ofício à PRIO no dia 15/11/2024 informando que a opção de um projeto único integrado (perfuração e lançamento de linhas com tieback em Wahoo) demandaria maior esforço de análise dada a sua complexidade, sugerido o envio do projeto de perfuração em separado, de modo a conferir maior celeridade ao processo de licenciamento. Por sua vez, a PRIO já enviou no dia 18/11/2024 a nova versão do projeto contemplando apenas a fase de perfuração de Wahoo, sem prejuízo do andamento da análise do projeto de lançamento de linhas e tieback.
Fica claro que o Ibama parece estar mais determinado a concluir as análises das licenças ambientais demandada pela PRIO, a ponto de solicitar o envio do projeto contemplando apenas a perfuração, haja vista que este já se encontra em vias de conclusão, de modo que a licença de perfuração deve sair ainda em dezembro de 2024. Logo após, possivelmente até Fevereiro de 2025, deve ser concedida a licença de lançamento de linhas e interligação ao FPSO de Frade.
Analisando todos os acontecimentos desde que a PRIO deu entrada no pedido de licenciamento ambiental, a conclusão que chego é que o maior entrave foi de fato o Ibama, por sua característica lentidão na resposta a esse tipo de demanda e pela greve que durou seis meses. No entanto, a despeito dessa lentidão do Ibama e a greve da categoria, ao menos seis meses desse atraso todo pode ser creditado à própria PRIO. Explico: A PRIO não trabalha com prospecção de petróleo, e, portanto, não tem expertise em licenciamento ambiental com esse propósito. Wahoo é um caso específico de prospecção. As perfurações realizadas em Wahoo no passado, e que confirmaram a existência de muito óleo, foram apenas sondagens. Essas sondagens apenas conferem segurança para seguir à próxima etapa, que é justamente a perfuração e exploração do campo. É aí que entra a exigência de licença ambiental complexa, à qual a PRIO nunca precisou antes, pois todos os campos maduros que adquiriu possuíam essas licenças. Pelo que estudei, a PRIO tentou fazer ela mesma grande parte dos estudos ambientais exigidos pelo Ibama no caso em tela. Perdeu muito tempo tentando acertar, pois a cada interação o Ibama demora muito a responder. Foi aí que, ao se dar conta de que esse processo de licenciamento ambiental era muito complexo e não ia evoluir conforme planejado, a PRIO recorreu à contratação de empresas especializadas em fazer estudos ambientais para fins específicos como este. O que se vê desde então é uma nítida evolução na qualidade e respostas da PRIO às exigências do Ibama.
Vale dizer que não julgo a PRIO por não saber elaborar ela mesma os estudos ambientais complexos, afinal seu porte não justifica ter uma estrutura própria para isso. Mas a demora em perceber que sua reconhecida capacidade em atender demandas de licenças ambientais para perfuração em campos já explorados ou manutenção nos poços existentes, não atendia às exigências do tipo de licenciamento necessário em Wahoo, a fez demorar na tomada de decisões cruciais para dar celeridade ao processo. Serviu como aprendizagem e agora a empresa está muito mais preparada para lidar com esse tipo de exigência. Inclusive criou uma diretoria exclusiva para questões ambientais, aí incluída as licenças. Enfim, Wahoo está bem próximo de acontecer.
Mostrar mais