Pode ser que eu esteja ficando louco e que esteja totalmente equivocado. O MUNDO NÃO ESTÁ ACABANDO. A economia real continua em atividade. As empresas, como PETROBRAS, VALE, WEGE e tantas outras continuam operando e com aumento de capacidade. As pessoas continuam andando de carro, comendo, se vestindo, morando, indo ao cinema, aos shoppings, etc..., Há uma brutal crise no setor financeiro, tudo bem, ou tudo mal..., mas isso não é o fim da economia.
Nessas crises, muitas empresas perdem, outras tem excelentes oportunidades. Veja o caso do aumento do dólar. A WEG tem mais de 1/3 de suas ...
Pode ser que eu esteja ficando louco e que esteja totalmente equivocado. O MUNDO NÃO ESTÁ ACABANDO. A economia real continua em atividade. As empresas, como PETROBRAS, VALE, WEGE e tantas outras continuam operando e com aumento de capacidade. As pessoas continuam andando de carro, comendo, se vestindo, morando, indo ao cinema, aos shoppings, etc..., Há uma brutal crise no setor financeiro, tudo bem, ou tudo mal..., mas isso não é o fim da economia.
Nessas crises, muitas empresas perdem, outras tem excelentes oportunidades. Veja o caso do aumento do dólar. A WEG tem mais de 1/3 de suas vendas na moeda americana. Se o dólar subiu 35% nos últimos 30 dias, a receita em reais também teve aumento. Há o problema das importações e dívidas em moeda estrangeira, mas eles mantém um hedge natural e tem uma gestão financeira ultra conservadora. Por isso, a WEG é uma das empresas que sairão ganhando dessa crise e continuo apostando.
Nós que temos WEG há algum tempo, sabíamos que a ação a R$ 24/25 estava cara. Mas a 13,50 ela está barata demais e continuo comprando sem a menor dúvida.
Voces devem ler relatório do UBS (07/10) sobre as tres últimas crises na América Ltaina e Brasil. O comportamento é muito parecido com o que estamos vivendo. Nas crises de 1994/95, 1998 e 2002, a crise durou seis meses, o IBVESPA perdeu em média 55% entre o pico e o vale, e em tres meses recuperou-se.
" Preços caem em linha. Do maior ao menor nível, o MSCI América Latina caiu 51,8% este ano (e o MSCI Brasil, 57,2%). Isto se compara com a queda do MSCI América Latina do maior ao menor nível de 55,1% em 1994/1995,55,3% em 1998 e de 42,7% em 2002. Então, a queda atual do mercado não é diferente em magnitude das crises anteriores, e em cada uma das quedas anteriores do mercado, os mercados latino-americanos tiveram uma bela recuperação.
Valuation— caro em valor patrimonial, barato em lucros. Com base em indicadores móveis do MSCI, o MSCI América Latina opera agora a 11,8x os lucros, contra um nível mínimo de 12,4x em setembro de 2002 (última crise). No
entanto, o P/VP ainda está muito abaixo do nível mais baixo (está agora em 2,2x, contra 1,3x em setembro de 2002).
E os lucros? A pergunta principal agora é quanto os lucros cairão em relação às estimativas otimistas atuais. Por um lado, as economias latino-americanas estão em melhores condições do que no passado, mas pelo outro, a economia
mundial está numa condição muito pior.
Os investidores em renda variável na América Latina já passaram por isto antes, tendo atravessado crises em 1994/95, 1998 e 2002 (e alguns dos nossos leitores mais experientes podem lembrar-se dos colapsos das bolsas nos anos de 1982 e 1987). Devido a estas experiências infelizes, é educativo ler como esta crise se compara com as outras.
No lado pessimista, a América Latina vem de um período de valuations mais altos dos ativos, preços de commodities em níveis maiores e um crescimento doméstico maior do que nas crises anteriores. Enquanto isso, as finanças dos governos da região se acostumaram com os altos preços do petróleo e das commodities, e também com uma ampla liquidez global. Se as economias e os lucros voltarem aos níveis de 2002 ou de 1998, os valuations e os lucros teriam que cair mais do que no passado – o que representaria perdas potenciais ainda maiores nos valores das ações do que anteriormente. Para a América Latina voltar ao P/VP de 2002 de 1,3x (embora as diferenças contábeis expliquem parcialmente o aumento nas proporções de valor patrimonial), estimamos que o mercado teria que cair mais 43%.
No lado positivo, as economias da América Latina estão em melhores condições do que antes. Os bancos estão bem capitalizados, a alavancagem dos setores corporativo e público está muito menor, as contas fiscais estão sob controle, as reservas dos Bancos Centrais estão altas e a política monetária é ortodoxa. Os governos têm demonstrado suas cores ortodoxas e provavelmente reduzirão os gastos caso a arrecadação diminua. Refletindo tudo isso, tanto o Brasil quanto o México possuem o Grau de Investimento. Devido ao forte crescimento nos países mais populosos do mundo (China, Índia) e importantes limitações na oferta, há bons motivos para acreditar que os preços de algumas commodities e o
preço da energia serão estruturalmente muito maiores do que em 2002. Então, acreditamos que a América Latina está mais bem posicionada para resistir à desaceleração global do que antes, e por isso justifica-se um P/VP muito maior do que no passado. Em termos de P/L móvel, em nossa visão os mercados parecem baratos.
Na análise final, o grande problema é até que ponto a crise financeira global impacta o crescimento econômico da América Latina e os preços das commodities – e desta forma, os lucros. Caso a América Latina evite a recessão, que é a
nossa expectativa, e as cotações do petróleo e do minério de ferro se mantiverem, então as recentes quedas dos preços das ações sugerem uma boa oportunidade. Mas se a piora dos mercados financeiros globais continuar e se as economias regionais começarem a entrar em recessão, e se os preços das commodities seguirem em queda, então o suporte que os ativos dão aos preços das ações deverá sair de cena por algum tempo.
Do ponto de vista do posicionamento, continuamos recomendando peso acima da média do mercado para bens de consumo e concessionárias de serviços públicos, peso neutro para materiais e energia, e peso abaixo da média do mercado para finanças. Levando em conta nossa opinião de que os preços do petróleo e do minério de ferro continuarão relativamente resilientes e devido aos valuations pressionados nestes casos, continuamos com o Brasil como nossa principal recomendação de Compra na região, mas dentro do Brasil, temos posicionamento defensivo.
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