Dados positivos sobre emprego nos EUA puxam alta do dólar na véspera do Carnaval

A moeda norte-americana voltou a encerrar um pregão em alta nesta sexta-feira pré-carnavalesca, após dois dias consecutivos de baixa. A nova alta do dólar foi influenciada, principalmente, pela divulgação de dados sobre a taxa de desemprego nos Estados Unidos, que caiu para 4,9% em janeiro – a taxa mais baixa desde fevereiro de 2008. O mercado de câmbio brasileiro não abrirá segunda-feira e terça-feira de Carnaval, voltando a funcionar apenas na quarta-feira na parte da tarde. Isso fez com que o movimento de compras da divisa americana no Brasil aumentasse nessa sexta-feira, uma vez que alguns investidores preferiram não ficar tão expostos às oscilações do dólar no mercado internacional de moedas.

Em 2016, após vinte e cinco sessões de negociações, o dólar acumula uma queda de 1,20% ante o real. No segundo mês do ano, após cinco pregões, a moeda acumula uma baixa de 2,84%. Essa foi a maior queda para os cinco primeiros pregões de um mês de fevereiro desde 1999.

Dólar Hoje

O dólar subiu 0,37% ante o real nesta sexta-feira, 05 de Fevereiro de 2016, negociado a R$ 3,9093 para compra e a R$ 3,9100 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,8714 (valor mínimo) e R$ 3,9233 (valor máximo). A moeda chegou a recuar a R$ 3,8601 logo após a divulgação do relatório de emprego dos EUA, mas voltou a subir em seguida.

Cenário Internacional

Nesta sexta-feira, a cotação da moeda norte-americana acelerou o movimento de alta após a divulgação do relatório sobre o mercado trabalho nos EUA.

Foram criadas 151 mil novas vagas, ante expectativa de 185 mil. Mas taxa de desemprego ficou em 4,9%, ante expectativa de estabilidade em 5,0%. O ganho salarial médio por hora trabalhada subiu 0,47%, ante estimativa de 0,3% no mês. Em geral, os dados foram positivos, houve um aumento dos salários e a surpresa negativa do lado da criação de vagas veio em grande parte do setor de construção e transporte, que foram afetados pelo inverno.

O dado trouxe dúvidas em relação à possibilidade do Federal Reserve manter a taxa de juros estável diante da inflação baixa nos EUA, que vinha ganhando força no mercado e alimentou um movimento de venda de dólares nesta semana.

Na semana que vem, o mercado aguarda o discurso da presidente do banco central americano, Janet Yellen, no Congresso americano, o que poderá trazer novas sinalizações sobre a política monetária nos EUA.

Cenário Nacional

No mercado local, o ritmo de compras aumentou um pouco nesta sexta-feira em virtude do feriado de Carnaval que paralisará o mercado de câmbio brasileiro nos próximos quatro dias, só reabrindo na próxima quarta-feira de tarde. Até lá, o dólar continuará oscilando no mercado internacional, sob a influência de dados econômicos nos Estados Unidos e na China, principalmente, além de toda a volatilidade das cotações do petróleo. Para não serem surpreendidos na volta das negociações no mercado nacional, alguns investidores se anteciparam e aumentaram suas posições em dólar.

Banco Central

Nesta manhã, o Banco Central (BC) deu prosseguimento com a rolagem do lote de US$ 10,118 bilhões em swaps cambiais com vencimento em março e renovou, pela manhã, mais 11.900 contratos.

Por meio dos contratos de swap cambial, o BC realiza uma operação financeira que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta dessa moeda.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses contratos servem também para proteger os agentes que têm dívida em moeda estrangeira – neste caso, quando o dólar sobe, eles recebem do BC o valor dessa variação.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 05 de Fevereiro de 2016