Dólar emplaca segunda queda consecutiva, fechando o pregão desta quinta-feira cotado a R$ 3,95

E não é que a moeda norte-americana perdeu valor ante o real pelo segundo dia consecutivo, mesmo em um cenário externo pra lá de adverso nesta quinta-feira? Os investidores que atuam no mercado de câmbio brasileiro ignoraram a nova baixa no preço do petróleo (mais forte na parte da manhã, verdade seja dita) e a forte desvalorização da principal bolsa de valores da China. A justificativa da vez é que, com a proximidade do final do mês, há um movimento de venda de dólares forçado, com o intuito de influenciar a formação do dólar Ptax.

Em 2016, após trinta e oito pregões, o dólar acumula uma alta de 0,05% ante o real. Foram dezoito pregões de alta contra vinte de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Já no segundo mês do ano, após dezessete pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 1,85%. São oito pregões de baixa contra nove de alta. No último pregão de janeiro, o dólar fechara cotado a R$ 4,0217 para compra e a R$ 4,0243 para venda.

Dólar Hoje

O dólar caiu 0,17% ante o real nesta quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016, negociado a R$ 3,9485 para compra e a R$ 3,9500 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,9248 (valor mínimo) e R$ 3,9520 (valor máximo).

Cenário Internacional

No cenário externo, o principal indicador de bolsa de valores da China fechou com baixa de 6,4% – a maior queda diária nos últimos trinta dias. Os investidores do gigante asiático decidiram vender as ações que haviam subido forte nos últimos dias, embolsando os lucros.

Os preços do barril de petróleo chegaram a cair forte pela manhã. Na parte da tarde, no entanto, o ritmo de queda perdeu força, fazendo com que o ímpeto de compra de dólares também diminuísse. O preço do petróleo vem oscilando bastante nos últimos meses em meio a preocupações com o excesso de oferta da matéria-prima e com a desaceleração da economia global.

Após subir frente às principais moedas emergentes durante boa parte da manhã, o dólar reverteu o movimento à tarde e passou a cair conforme a queda nos preços do petróleo se esvaiu.

Cenário Nacional

Com a proximidade do fim do mês, houve um movimento maior de venda de dólares no mercado local, com o intuito de influenciar a formação do dólar Ptax – taxa que serve de referência para diversos tipos de contratos cambiais, calculada pelo Banco Central no último pregão de cada mês.

Esse movimento ajuda a derrubar a cotação do dólar em relação ao real neste período do mês, mas não deve ser encarado como um movimento duradouro.

Na parte da manhã, o Tesouro Nacional informou que o governo federal registrou saldo positivo em suas contas após oito meses com saldo negativo.

As receitas do governo superaram as despesas em R$ 14,8 bilhões ao longo do mês passado. Desse valor, R$ 11 bilhões se referem ao pagamento pela concessão de 29 usinas hidrelétricas, leiloadas em novembro do ano passado.

A arrecadação de impostos, porém, somou R$ 129,4 bilhões em janeiro, recuo de 6,7% já descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês do ano passado. É o pior resultado para o mês desde janeiro de 2011, segundo dados da Receita Federal.

Banco Central

Na parte da manhã, o Banco Central (BC) promoveu mais um leilão para rolagem dos contratos swap cambial com vencimento em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já conseguiu rolar US$ 9,276 bilhões, ou cerca de 92% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.

Por meio dos contratos de swap cambial, o BC realiza uma operação financeira que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta dessa moeda.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses contratos servem também para proteger os agentes que têm dívida em moeda estrangeira – neste caso, quando o dólar sobe, eles recebem do BC o valor dessa variação.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 25 de Fevereiro de 2016