Nesta segunda-feira, primeiro pregão da ultima semana de fevereiro, o dólar emplacou mais um dia de baixa, voltando a ser cotado abaixo de quatro reais. A nova desvalorização da moeda norte-americana foi puxada por noticias positivas oriundas da China, e por uma nova alta nos preços do petróleo.

Em 2016, após trinta e quatro pregões, o dólar acumula uma leve baixa de 0,05% ante o real. Já no segundo mês do ano, após treze pregões, a moeda acumula uma desvalorização de 1,85%.

Dólar Hoje

O dólar caiu 1,81% ante o real nesta segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016, negociado a R$ 3,9495 para compra e a R$ 3,9500 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,9991 (valor mínimo) e R$ 3,9317 (valor máximo).

Cenário Internacional

No cenário externo, o dia foi de otimismo. No fim de semana, a China removeu o chefe da agência reguladora de mercados de capitais e indicou para o seu lugar um alto executivo do setor bancário.

Outros sinais de que o governo chinês também está intensificando seus estímulos à economia também contribuíam para o otimismo dos investidores.

Outro fator positivo foi a alta dos preços do petróleo. A Agência Internacional de Energia (IEA) informou que espera que a produção de gás de xisto nos Estados Unidos recue neste ano e no próximo, o que deve reduzir o excesso de produto no mercado global.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuam preocupados com as perspectivas das contas públicas federais, estaduais e municipais, após o governo anunciar propostas que abrem espaço para um novo rombo no Orçamento em 2016.

Na ultima sexta-feira, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão anunciara que o governo federal autorizou um bloqueio de gastos na ordem de R$ 23,4 bilhões em seu Orçamento para o ano.

Este eventual corte nos gastos públicos seria bem aquém do necessário para estabilizar as finanças públicas, que devem continuar em déficit, ou seja, com as despesas maiores que as receitas. Assim, os investidores continuam preocupados com a situação das contas públicas brasileiras, em meio a dúvidas sobre a capacidade do país de cumprir a meta fiscal do ano.

O pessimismo foi reforçado pelo novo rebaixamento da nota brasileira pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), na quarta-feira. A S&P foi a primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro do ano passado.

Além do anúncio de corte no Orçamento, o Palácio do Planalto também piorou a projeção sobre o (de)crescimento da economia brasileira em 2016: de -1,9% para -2,9%.

Banco Central

Na parte da manhã, o Banco Central (BC) promoveu mais um leilão para rolagem dos contratos swap cambial com vencimento em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já conseguiu rolar US$ 7,544 bilhões, ou cerca de 75% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.

Por meio dos contratos de swap cambial, o BC realiza uma operação financeira que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta dessa moeda.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses contratos servem também para proteger os agentes que têm dívida em moeda estrangeira – neste caso, quando o dólar sobe, eles recebem do BC o valor dessa variação.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 22 de Fevereiro de 2016