Dólar sobe forte nesta quinta-feira, acumulando sua terceira alta consecutiva

A moeda norte-americana subiu novamente ante o real nesta quinta-feira, reagindo mais uma vez ao cenário de aversão ao risco nos mercados mundiais diante da constante preocupação dos investidores em relação a saúde da economia global e a nova baixa dos preços do petróleo. Esta foi a terceira alta consecutiva do dólar.

Em 2016, após vinte e sete sessões de negociações, o dólar acumula uma alta de 0,90% frente ao real. No segundo mês do ano, após sete pregões, a moeda acumula uma baixa de 1,01%.

Dólar Hoje

O dólar subiu 1,23% ante o real nesta quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2016, negociado a R$ 3,9820 para compra e a R$ 3,9837 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,9483 (valor mínimo) e R$ 3,9820 (valor máximo).

Cenário Internacional

Mais uma vez, os investidores reagiram com medo ao preocupante cenário da economia global. O enfraquecimento dos indicadores econômicos está disseminado. Os bancos centrais das principais potências econômicas mundiais vêm tentando adotar medidas a fim de manter o ciclo de crescimento, mas as mesmas vêm se mostrando ineficazes. Há um grande receio de que o mundo enfrente mais um período prolongado de fraqueza econômica. Diante deste cenário, os investidores sempre buscam ativos menos afeitos ao risco, tais como o ouro e o dólar.

Outro fator que vem tirando o sono dos investidores é o novo ciclo de baixa dos preços do petróleo, em meio ao excesso de oferta global da commodity e aos indícios de desaceleração no crescimento da economia mundial. O preço do petróleo vem variando nas últimas semanas em torno de seus valores mínimos dos últimos doze anos.

No dia anterior, Janet Yellen, presidente do Federal Reverse (Fed), banco central norte-americano, deu a entender que a instituição não deve abrir mão de ciclo de aperto econômico iniciado em dezembro. Mesmo diante da turbulência financeira mundial, provavelmente haverá um novo aumento na taxa básica de juros dos Estados Unidos.

Cenário Nacional

No Brasil, hoje foi mais um dia de indefinições. O Governo Federal adiou mais uma vez o anúncio do corte de seu Orçamento. Inicialmente previsto para ser divulgado amanhã, o corte orçamentário do governo, essencial para se tentar cumprir a meta de economizar, ao menos, 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, só deve ser divulgado em março. Isso gera mais dúvidas na cabeça dos investidores, que não sabem se o governo será capaz de tomar as medidas de austeridade necessárias para colocar a economia do país de volta aos trilhos.

Banco Central

Nesta manhã, o Banco Central (BC) promoveu mais um leilão de rolagem dos swap cambiais com vencimento em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 3,487 bilhões, ou seja, cerca de 34% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.

Por meio dos contratos de swap cambial, o BC realiza uma operação financeira que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta dessa moeda.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses contratos servem também para proteger os agentes que têm dívida em moeda estrangeira – neste caso, quando o dólar sobe, eles recebem do BC o valor dessa variação.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 11 de Fevereiro de 2016