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Café na Arena: com Dilma, recessão pode durar até 2017, alerta Sergio Vale, da MB Associados

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O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, acertou a maioria de suas projeções para o país no ano passado. E, para este ano, a perspectiva não é nada animadora. Infelizmente, a economia descarrilou tanto ao longo de 2015, tanto na política quanto econômica que é difícil ver uma reversão em 2016, qualquer que seja o cenário político, afirma Vale, em entrevista ao Café na Arena. “Temos um processo de impeachment aberto, e mesmo que a presidente Dilma Rousseff saia, a retomada não será tão rápida”, diz. “Temer (Michel, vice-presidente da República) teria de fazer um ajuste fiscal, de política monetária, vai ter de colocar medidas que num primeiro momento serão recessivas.” A MB tem como principal sócio José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

Cenário com Dilma e sem Dilma

Não há solução mágica, ano de 2016 vai ser mais um ano perdido, com queda forte do Produto Interno Bruto (PIB), afirmou Vale durante a entrevista, gravada no fim do ano passado, mas que se manteve extraordinariamente atualizada. Apenas a previsão dele para a retração da economia neste ano mudou, para pior. Ele previa uma recessão de 2% em 2016, ante 3% em 2015, a maior da história do Brasil. O número de 2015, divulgado pelo IBGE na semana passada, ficou um pouco maior, 3,8%. Agora, a estimativa de Vale é que o PIB caia mais 4,9% este ano caso Dilma não saia. Se ela sair, a queda deve ser um pouco menor, de 3,8% em 2016.

Para Vale, se a presidente sair este ano, é possível começar a ver alguma recuperação em 2017. Se ficar, 2017 fica complicado e pode ser o terceiro ano consecutivo de recessão, um fato inédito na história do país e difícil de imaginar sem uma justificativa muito séria. Vale dá o exemplo da Grécia, que está em depressão desde 2008, mas que tem sobre ela toda a questão do euro, de desajustes de anos anteriores e outras causas externas. Aqui a causa é doméstica, política, e se chama presidente Dilma, diz Vale. E o impeachment , diz, é uma solução politica.

Para Vale, com a continuidade de Dilma na Presidência, a recessão fica com o Brasil pelo menos até 2017 com certeza. O cenário da MB é mais uma queda de 1% do PIB no ano que vem. E a retração menor da economia em relação aos dois anos anteriores é por conta da expectativa de mudança em 2018, que já pode ser antecipada pelos agentes econômicos.

Ajuste fiscal de 7% do PIB

Se Dilma continuar, Vale espera uma piora do resultado primário do governo e uma dívida pública que pode chegar a 90% do PIB em 2018. Esse nível de dívida exigiria um superávit primário de 4,5% a 5% do PIB para pagar os juros e reduzir a dívida. Com Dilma até 2018, o ajuste fiscal terá de ser brutal para quem a suceder. Considerando o déficit primário de 2% do PIB e os 5% necessários de superávit necessários para reduzir a dívida, o país teria de fazer um ajuste fiscal de quase 7% do PIB.

Para Vale, se a mudança de governo for antecipada, o ajuste pode começar antes e será possível entregar um governo melhor para quem entrar em 2019. Se ficar nesse ritmo, quem assumir em 2019 vai ter de montar uma recessão cavalar, alerta o economista. E, até lá, ele prevê um cenário parecido com o que o país viveu nos anos 1980, sem hiperinflação, mas com empobrecimento da população e inflação elevada.

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