Dólar volta a cair nesta quarta-feira, com investidores apostando forte no impeachment no Brasil e em juros estáveis nos Estados Unidos

A cotação da moeda norte-americana voltou a cair nesta quarta-feira, com os investidores demonstrando bastante otimismo quanto à postergação do aumento da taxa básica de juros dos Estados Unidos e à progressão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assim, mesmo com o Bacen tendo voltado a atuar no mercado de câmbio brasileiro, promovendo novo leilão de swaps reversos, instrumento que equivale à compra de dólares no mercado futuro, o preço da divisa dos EUA voltou a recuar ante o real neste sessão.

Em 2016, após sessenta pregões, o dólar acumula uma queda de 8,29% ante o real. São vinte e sete pregões de alta contra trinta e três de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

No mês atual, após vinte e um pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 9,56%. São catorze pregões de baixa contra sete de alta. No último pregão de fevereiro, o dólar fechara cotado a R$ 4,0012 para compra e a R$ 4,0035 para venda.

Dólar Hoje

O dólar caiu 0,47% ante o real nesta quarta-feira, 30 de março de 2016, negociado a R$ 3,6197 para compra e a R$ 3,6209 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,5997 (valor mínimo) e R$ 3,6390 (valor máximo).

Cenário Internacional

No cenário externo, os investidores continuaram repercutindo declarações da véspera da presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, de que o banco central norte-americano deve atuar com bastante cautela para elevar a taxa básica de juros da maior potência econômica mundial.

Uma eventual demora do Fed para voltar a apertar a política monetária dos Estados Unidos tende a beneficiar o valor dos ativos de países emergentes, que oferecem rendimentos financeiros mais elevados.

Nesta quarta-feira, os juros futuros nos EUA indicavam chances de 40% de o Fed elevar os juros em julho, contra 51% na segunda-feira.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuam a aumentar cada vez mais as apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff, perspectiva que vem contribuindo para reduzir as cotações da moeda norte-americana.

As bancadas do Partido Progressista (PP) na Câmara e no Senado se reuniram nesta manhã para discutir um possível rompimento com o governo, o que pode enfraquecer ainda mais as defesas do governo.

Banco Central

A queda do dólar nesta quarta-feira também foi influenciada pela decisão do Banco Central (BC) de vender apenas 2,7 mil contratos de swap reverso, equivalentes a compra futura de dólares, da oferta de até 20 mil contratos, mesmo com a pressão de baixa sobre o dólar.

A estratégia da autoridade monetária brasileira vem confundindo os investidores, em meio a especulações de que poderia ter como objetivo evitar que a moeda norte-americana recue excessivamente, com o intuito de proteger as exportações e, consequentemente, as contas externas do país.

O BC também deixou de anunciar nesta sessão leilão de rolagem de contratos de swap tradicional, que equivalem a venda futura de dólares. Se não voltar a rolar a data de vencimento desses contratos, prevista para abril, o Banco Central terá reposto apenas 67% do lote total inicial, correspondente a 10,092 bilhões de dólares. No início de março, o BC chegou a promover sete rolagens integrais consecutivas desses contratos.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 30 de Março de 2016