Dólar volta a subir nesta terça-feira, dia de discurso da presidente do Fed

O dólar voltou a subir nesta terça-feira, dia de discurso da presidente do Fed e da saída do PMDB da base aliada do governo de Dilma Rousseff. O real brasileiro acompanhou o movimento das demais moedas internacionais, desvalorizando-se ante a moeda norte-americana. Na parte da manhã, a alta do dólar foi mais incisiva, puxada por nova intervenção do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio. Na parte da tarde, porém, com a confirmação da saída do PMDB do governo e, principalmente, com o tom bastante ameno de Janet Yellen sobre um eventual aumento dos juros nos Estados Unidos, a alta do dólar acabou perdendo um pouco de sua força.

Em 2016, após cinquenta e nove pregões, o dólar acumula uma queda de 7,88% ante o real. São vinte e sete pregões de alta contra trinta e dois de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

No mês atual, após vinte pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 9,16%. São treze pregões de baixa contra sete de alta. No último pregão de fevereiro, o dólar fechara cotado a R$ 4,0012 para compra e a R$ 4,0035 para venda.

Dólar Hoje

O dólar subiu 0,34% ante o real nesta quarta-feira, 29 de março de 2016, negociado a R$ 3,6367 para compra e a R$ 3,6369 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,6321 (valor mínimo) e R$ 3,6744 (valor máximo).

Cenário Internacional

No cenário externo, toda atenção dos investidores esteve voltada para o discurso de Janet Yellen, presidente do Federal Reverse (Fed), o banco central dos Estados Unidos.

Janet Yellen usou um tom mais prudente do que o mercado esperava ao falar sobre o aumento da taxa básica de juros norte-americana. Isso tende a fortalecer o real brasileiro e as demais moedas dos países em desenvolvimento. Em evento em Nova York, a chefe do Fed disse que os riscos globais não devem ter impacto profundo sobre os EUA mas ainda é apropriado proceder cautelosamente ao aumentar os juros.

O Fed vem sinalizando que pretende promover pelo menos dois aumentos de juros neste ano, o que reduziria a atratividade de ativos emergentes. A esse respeito, Janet Yellen disse que a projeção não é um plano, mas depende da evolução da economia.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores avaliaram o resultado da reunião do PMDB, que culminou com o rompimento definitivo do partido com o governo.

Os investidores apostaram que uma saída do PMDB da base do governo aumenta as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eles também enxergam que sua saída do Palácio do Planalto é um passo para a recuperação da economia brasileira.

Outros investidores, porém, ressaltam que as turbulências políticas tendem a dificultar o ajuste econômico.

Banco Central

O dólar chegou a subir com mais ímpeto pela manhã, após o Banco Central (BC) vender 19.520 contratos de swap reverso, que equivalem a compra futura de dólares, dos 20 mil ofertados em leilão nesta sessão. Trata-se da quinta operação desse tipo neste mês.

O leilão de swaps reversos promovido pelo BC é um sinal claro de que a autoridade monetária está imbuída em conter a recente de desvalorização da moeda dos Estados Unidos, comprando dólares no mercado futuro sempre que esta tender a cair demais.

A autoridade monetária também não anunciou para esta sessão leilão de rolagem de swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares e que vão vencer em abril. Se não voltar a rolá-los, terá reposto apenas 67% do lote total, correspondente a 10,092 bilhões de dólares, depois de promover sete rolagens integrais consecutivas.

As intervenções recentes atuação tendem a limitar o ritmo da queda do dólar no curto prazo, mas o mercado de câmbio brasileiro deve continuar testando a disposição do BC de atuar, especialmente se o cenário político continuar favorecendo esse movimento.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 29 de Março de 2016