Dólar registra a maior queda diária dos últimos seis meses nesta sexta-feira

O real brasileiro se fortaleceu ante o dólar nesta sexta-feira, seguindo a tendência das moedas dos demais países emergentes, além de reagir às novidades no cenário político brasileiro. No exterior, o dólar perdeu valor diante da forte valorização recente do petróleo. Já no Brasil, a confiança dos investidores no sucesso do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi novamente reforçada com o aumento crescente de parlamentares que se dizem favoráveis a sua saída. Com a forte queda de hoje, a maior desde 24 de setembro de 2015, quando a moeda norte-americana havia caído 3,73%, o dólar praticamente zerou a valorização acumulada nos primeiros pregões do mês.

Em 2016, após sessenta e sete pregões, o dólar acumula uma queda de 8,90% ante o real. São trinta pregões de alta contra trinta e sete de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

No mês abril, após seis pregões, a moeda norte-americana acumula uma valorização de 0,01%. Foram três pregões de baixa contra três de alta. No último pregão de março, o dólar fechara cotado a R$ 3,5935 para compra e a R$ 3,5963 para venda.

Dólar Hoje

O dólar caiu 2,63% ante o real nesta sexta-feira, 08 de abril de 2016, negociado a R$ 3,5951 para compra e a R$ 3,5965 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,5951 (valor mínimo) e R$ 3,6621 (valor máximo).

Cenário Internacional

No cenário externo, o dólar também se enfraqueceu contra as principais moedas de países emergentes conforme o pessimismo da sessão anterior passou a perder o fôlego. O gatilho foi a recuperação dos preços do petróleo, que saltaram mais de seis por cento diante de esperanças de congelamento na produção global.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuaram de olho no cenário político.

Levantamento do Instituto Datafolha aponta que 308 deputados (60% do total) são favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. O número ainda é insuficiente para a Câmara autorizar a abertura do processo. Contudo, quase um quinto dos deputados se disse indeciso ou não declarou o voto.

Os investidores também levaram em consideração a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se manifestar no STF (Supremo Tribunal Federal) contrário à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

A impressão no final desta semana é de que o saldo das notícias sugere que a chance do impeachment cresceu. Muitos investidores acreditam que uma eventual troca no governo poderia favorecer a recuperação da confiança e a retomada do crescimento da economia. Outros, porém, dizem que as incertezas continuariam mesmo com um novo presidente.

Banco Central

O Banco Central (BC) promoveu nesta sexta-feira seu quarto leilão de swap reverso no mês, operação que corresponde à compra de dólares no mercado futuro e que tende a forçar, pelo menos em tese, a cotação da moeda norte-americana para cim. No entanto, a autoridade monetária brasileira apenas conseguiu vender 3 mil contratos dos 11,5 mil ofertados, não conseguindo tirar a negociação do dólar do campo negativo.

No fim da manhã, o BC também deu prosseguimento à rolagem dos swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, a vencer no mês que vem.

Com a venda integral da oferta de 5,5 mil contratos, a autoridade monetária repôs ao todo o equivalente a US$ 1,609 bilhão, ou cerca de 15% do lote de maio, que equivale a US$ 10,385 bilhões.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 08 de Abril de 2016