Com quadro político e exterior, Ibovespa recua; dólar avança para R$ 3,50 com BC

Às 11h15, o Índice Bovespa recuava 0,59%, para 53.602 pontos. O noticiário político brasileiro pressionava os negócios, assim como o desempenho fraco das principais bolsas internacionais. Os papéis ordinários (ON, com voto) e preferenciais da série A (PNA, sem voto) da Vale perdiam 1,52% e 2,35%, respectivamente, num dia de indicadores fracos na China.

Com o petróleo instável no exterior, Petrobras ON (BOV:PETR3) perdia 0,98%, acompanhada por suas ações PN (BOV:PETR4), 1,56%. Os bancos também tinham recuo: Itaú Unibanco PN (BOV:ITUB4) caía 1,58%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 2,01%, Banco do Brasil ON (BOV:BBAS3), 2,04%, e as units (recibos de ações) do Santander (BOV:SANB11), 3,39%. Os bancos refletiam ainda, de sexta-feira, o pedido de recuperação judicial da Sete Brasil, que possui significativas dívidas em instituições financeiras, principalmente estatais.

Por aqui, a projeção do mercado para a inflação este ano foi reduzida pela oitava semana consecutiva. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,98% para 6,94%, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC).

No cenário político, a presidente Dilma Rousseff enfrentará mais uma semana de ataques da oposição no Senado, dessa vez, na tentativa de relacioná-la mais fortemente às chamadas pedaladas fiscais. Além disso, segundo coluna do jornal “O Globo”, o jornalista Lauro Jardim diz que investidores já começam a apostar quais serão os setores alvos de privatizações num eventual governo do vice-presidente Michel Temer.

No fim de semana, a presidente anunciou reajustes no Bolsa Família, em meio aos atos contra e a favor do impeachment nas comemorações do 1º maio, Dia do Trabalho. Também no domingo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu crédito extra destinado à publicidade da Presidência no valor de R$ 100 milhões.

Santander perde 3% e Suzano ganha 2%

No horário, as piores quedas do Ibovespa eram das units do Santander, Gerdau Metalúrgica PN (BOV:GOAU4), 2,41%, Banco do Brasil ON (BOV:BBAS3), e Vale PNA (BOV:VALE5). Na contramão, as maiores altas do índice ficavam com Suzano Papel PNA (BOV:SUZB5), 2,67%, Estácio ON (BOV:ESTC3), 2,61%, Fibria ON (BOV:FIBR3), 1,65%, e Klabin unit (BOV:KLBN11), 0,86%. As exportadoras Suzano, Fibria e Klabin se beneficiavam da alta do dólar.

PMI cai na China, petróleo tem sentidos mistos; EUA e Europa sobem

Em todo o mundo, os investidores repercutem hoje a leve baixa do Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) da manufatura chinesa, de 50,2 para 50,1 pontos em abril. O PMI de serviços da China também recuou de 53,8 para 53,5 pontos no período. No Japão, depois do feriado nacional de sexta-feira, o Índice Nikkei perdeu 3,11%. Já o iene se valorizou e atingiu o maior valor em 18 meses diante do dólar.  Não houve pregão nas bolsas de Xangai e Hong Kong por conta das comemorações do Dia do Trabalho, que continuam hoje. O petróleo, por sua vez, tinha sentidos mistos. O barril do tipo WTI, negociado em Nova York, subia 0,15%, para US$ 45,99, enquanto o Brent, de Londres, caía 0,51%, para US$ 47,13.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones ganhava 0,27%, assim como o indicador da Nasdaq, 0,15%. No mercado futuro, o S&P 500 também subia 0,17%. O mercado aguarda para mais tarde indicadores da construção civil e da indústria americana, além de comentários de alguns presidentes do Federal Reserve (Fed, o banco central do país).

Finalmente, na zona do euro,o Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, avançava 0,19%, seguido pelo alemão DAX, 0,94%, e o francês CAC, 0,36%. Por lá, o PMI da indústria da região teve fraco avanço em abril, de 51,6 para 51,7 pontos, segundo a Markit Economics, acima da expectativa dos analistas de 51,5. Hoje é feriado em Londres e a bolsa está fechada.

Juros seguem praticamente estáveis; dólar avança para R$ 3,50

Pela manhã, as projeções dos juros futuros para 2017 estavam estáveis em 13,38% ao ano. Para 2018, as taxas subiam de 12,64% para 12,71%, ao passo que 2021 registrava juros de 12,46%, os mesmos da última sexta-feira.

No mercado de câmbio, o Banco Central (BC) anunciou leilão de 40 mil contratos de swap reverso, cerca de US$ 2 bilhões, com vencimento para 1º de agosto, 1º de setembro, 3 de outubro e 1º de novembro deste ano. No fim da semana passada, a autoridade monetária vendeu 32,6 mil contratos desse tipo. O dólar comercial tinha valorização de 1,68%, para R$ 3,50 na venda.