Dólar sobe forte nesta terça-feira, registrando a maior alta em mais de um mês

O dólar subiu mais de dois por cento ante o real nesta terça-feira, na maior valorização diária desde 15 de março (3,03%), quando chegou a atingir R$ 3,5828 na máxima do dia. A alta da moeda norte-americana neste pregão acompanhou a piora do cenário externo e a maior aversão dos investidores a risco, sobretudo em relação aos ativos de mercados emergentes, após dados ruins sobre a economia da China. Contribuiu também para a nova alta do dólar a atuação do Banco Central, que realizou um novo leilão de swaps cambiais reversos, equivalentes à compra futura de dólares, pela manhã.

Em 2016, após oitenta e três pregões, o dólar acumula uma queda de 9,54% ante o real. São trinta e oito pregões de alta contra quarenta e cinco de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

No mês maio, após apenas dois pregões, a moeda norte-americana acumula uma valorização de 3,81%. São dois pregões de alta contra nenhum de baixa. No último pregão de abril, o dólar fechara cotado a R$ 3,4382 para compra e a R$ 3,4401 para venda.

Dólar Hoje

O dólar subiu 2,33% ante o real nesta terça-feira, 03 de maio de 2016, negociado a R$ 3,5697 para compra e a R$ 3,5712 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,5298 (valor mínimo) e R$ 3,5808 (valor máximo).

Cenário Internacional

No cenário externo, a alta do dólar foi influenciada pelo pessimismo de investidores em relação ao cenário externo. Na China, a atividade industrial encolheu pelo décimo quarto mês consecutivo em abril, de acordo com dados divulgados hoje.

A aversão ao risco também era alimentada pelos preços o petróleo, que ampliavam as perdas e caíram mais de dois nesta sessão, por preocupações com o aumento da produção no Oriente Médio e no Mar do Norte, renovando os receios em torno do excesso de oferta global. O barril do petróleo Brent, negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Londres e referência para o mercado financeiro global, caiu 1,88%. Já o petróleo negociado nos Estados Unidos (WTI) fechou em queda de 2,52%. Com isso, o dólar também ampliou a alta em relação a moedas de países como o México e Chile.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuaram de olho nos próximos passos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, que poderá afastá-la do cargo, e na escolha de nomes para um eventual governo do vice-presidente, Michel Temer.

No dia anterior, Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e já indicado para comandar o ministério da Fazenda num eventual governo de Michel Temer, disse que é preciso reverter a trajetória da dívida pública.

Por outro lado, Michel Temer já deu sinais de que manterá o “pacote de bondades” anunciado por Dilma Rousseff no domingo, que inclui um aumento de nove por cento no Bolsa Família.

Na próxima semana, o Senado deve votar o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.

Banco Central 

Na manhã desta terça-feira, o Banco Central (BC) promoveu mais um leilão de até 20 mil swaps cambiais reversos – instrumentos financeiros equivalentes à compra de dólares no mercado futuro –, mantendo o intenso ritmo intervencionista re-iniciado na última sexta-feira, depois de passado quase duas semanas quase sem interferir no mercado de câmbio nacional. Da oferta total, conseguiu vender 9,8 mil contratos.

Com a piora no cenário externo, que acentuou a alta do dólar no Brasil, o BC não anunciou, até o momento, novo leilão para tentar colocar o restante dos contratos não vendidos na primeira tranche, como fez recentemente.

Nos dois pregões anteriores, o BC havia voltado a atuar com mais força no mercado de câmbio após o dólar ir abaixo de R$ 3,45. Para muitos especialistas, o BC não quer a moeda abaixo de R$ 3,50 para não prejudicar as exportações e, assim, as contas externas do país.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 03 de Maio de 2016