Dólar cai forte nesta quarta-feira, atingindo menor valor de negociação do ano

A cotação do dólar no mercado cambial brasileiro fechou em forte queda nesta quarta-feira, atingindo o menor valor de negociação no ano. A desvalorização da moeda norte-americana ante o real acompanhou o ambiente favorável no mercado financeiro internacional. O Banco Central (BC), em dia de encerramento de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), permitiu a baixa da moeda, e não fez intervenção pelo sexto dia de negócios consecutivo.

Dólar Hoje

O dólar caiu 2,29% ante o real nesta quarta-feira, 08 de junho de 2016, negociado a R$ 3,3685 para compra e a R$ 3,3697 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,3685 (valor mínimo) e R$ 3,4094 (valor máximo).

Esta foi a quarta queda seguida da moeda norte-americana e o menor valor de fechamento em mais de dez meses. Em 29 de julho de 2015, a moeda terminou o dia valendo R$ 3,3290.

Dólar em Junho

No mês junho, após seis pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 6,72%. São seis pregões de baixa contra nenhum de alta. No último pregão de maio, o dólar fechou cotado a R$ 3,6118 para compra e a R$ 3,6123 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após cento e oito pregões, o dólar acumula uma queda de 14,65% ante o real. São quarenta e sete pregões de alta contra sessenta e um de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

No cenário externo, o bom humor dos investidores também influenciou a queda do dólar. Nesta sessão, dados sobre as importações da China, que desaceleram menos que o esperado, e nova alta nos preços do petróleo no mercado internacional favoreceram o desempenho de moedas emergentes, como o real.

Nos Estados Unidos, investidores veem como menos provável uma alta de juros no curto prazo, após declarações da presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, Janet Yellen.

A alta dos juros nos EUA poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde as taxas são maiores, como é o caso do Brasil.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuaram cautelosos em relação ao cenário político brasileiro. Os investidores estão à espera da decisão de Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, sobre o pedido de prisão de José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e Eduardo Cunha, todos do PMDB.

O dólar também foi influenciado hoje pela expectativa de menor intervenção do Banco Central no mercado de câmbio sob o comando de Ilan Goldfajn, aprovado na véspera pelo Senado para a presidência do BC.

Durante sabatina no Senado na terça-feira, Ilan Goldfajn defendeu o respeito ao regime de câmbio flutuante, e a declaração serviu de gatilho para o ajuste no mercado de câmbio.

Os investidores também aguardavam a confirmação de que o Copom manteria a taxa Selic inalterada em 14,25% ao ano, em reunião que se encerraria após o fechamento do mercado financeiro.

Banco Central 

Pela décima terceira vez nos últimos catorze pregões, o Banco Central (BC) não anunciou qualquer intervenção sobre o mercado de câmbio brasileiro. A autoridade monetária tem aproveitado o recuo recente do dólar para reduzir seu estoque de swaps cambiais tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, especialmente quando a moeda norte-americana recua abaixo de R$ 3,50.

Utilizando leilões de swap reverso, que equivalem a compra futura de dólares, e deixando os swaps tradicionais vencerem, o BC reduziu o estoque a cerca de US$ 62 bilhões, segundo dados da instituição. Esse montante somou mais de US$ 100 bilhões durante boa parte do ano passado.

Esses instrumentos, que oferecem proteção contra a variação da moeda norte-americana, tendem a gerar custos para o BC quando o dólar sobe. De maneira geral, operadores esperam que o BC mantenha a estratégia de reduzir essa posição em ocasiões de alívio do câmbio.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 08 de Junho de 2016