Dólar cai forte nesta terça-feira e volta a atingir patamar de R$ 3,30 depois de doze meses

O dólar encerrou o pregão desta terça-feira em forte queda, voltando a ser negociado na casa de R$ 3,30 pela primeira vez em quase um ano. A forte desvalorização da moeda norte-americana foi puxada pela recuperação dos mercados financeiros globais, que recuperaram-se um pouco, após duas sessões consecutivas de fortes perdas após a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE). Os investidores também reagiram positivamente às declarações do novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, e à perspectiva de que o BC não deve cortar a taxa básica de juros da economia brasileira no curto prazo.

Dólar Hoje

O dólar caiu 2,61% ante o real nesta terça-feira, 28 de junho de 2016, negociado a R$ 3,3045 para compra e a R$ 3,3060 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,3018 (valor mínimo) e R$ 3,3528 (valor máximo).

Este é o menor valor de fechamento do dólar desde 23 de julho de 2015, quando terminou o dia valendo R$ 3,296. É também a maior queda percentual diária desde 11 de maio (-2,83%).

Dólar em Junho

No mês junho, após vinte pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 8,48%. São treze pregões de baixa contra sete de alta. No último pregão de maio, o dólar fechou cotado a R$ 3,6118 para compra e a R$ 3,6123 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após cento e vinte e dois pregões, o dólar acumula uma queda de 16,26% ante o real. São cinquenta e quatro pregões de alta contra sessenta e oito de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

No mercado externo, os investidores estavam mais otimistas nesta sessão, após dois pregões de cautela e preocupações por causa da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia (UE).

Muitos operadores temem que a instabilidade política gerada pela decisão cause impactos negativos na economia global e no apetite por risco. Porém, a perspectiva de novos estímulos econômicos pelos bancos centrais ajudou a tranquilizar o mercado.

Cenário Nacional

No Brasil, os investidores aprovaram a postura do Banco Central na primeira comunicação ao mercado sob o comando de seu novo presidente, Ilan Goldfajn.

Pela manhã, o BC aumentou sua projeção de inflação para este ano, de 6,6% para 6,9%, e informou que buscará mantê-la dentro dos limites da meta do governo. Em 2016, a meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (na prática, variando entre 2,5% e 6,5%).

Com a expectativa de que a inflação continue alta, o BC afirmou que não há espaço para começar a cortar a taxa básica de juros. A manutenção dos juros em 14,25% ao ano por mais tempo tende a manter o Brasil atrativo para investidores estrangeiros.

Banco Central 

Nesta terça-feira, o Banco Central não anunciou nenhum leilão de compra ou venda de dólares, deixando a cotação da moeda norte-americana flutuar livremente ao longo do dia.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 28 de Junho de 2016