A moeda norte-americana voltou a fechar um pregão em queda ante o real nesta sexta-feira depois de seis valorizações diárias seguidas. Ao longo de todo o dia, no entanto, o dólar operou com bastante instabilidade. O Banco Central (BC) desacelerou o ritmo de intervenção no câmbio, ofuscando o efeito de baixa por expectativas de que os juros nos Estados Unidos não devem subir tão cedo. O dia também foi marcado por incertezas sobre o ajuste fiscal no Brasil.
Dólar Hoje
O dólar caiu 0,81% ante o real nesta sexta-feira, 19 de agosto de 2016, negociado a R$ 3,2065 para compra e a R$ 3,2071 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,2410 (valor mínimo) e R$ 3,2465 (valor máximo).
Dólar em Agosto
No mês agosto, após quinze pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 1,10%. São sete pregões de alta contra oito de baixa. No último pregão de julho, o dólar fechou cotado a R$ 3,2423 para compra e a R$ 3,2429 para venda.
Dólar em 2016
Em 2016, após cento e cinquenta e nove pregões, o dólar acumula uma queda de 18,77% ante o real. São setenta pregões de alta contra oitenta e nove de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.
Cenário Internacional
O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, sugeriu nesta semana a possibilidade de alta de juros já no mês que vem. Ontem, ele voltou a adotar um tom positivo sobre a economia dos EUA, ressaltando o fortalecimento do mercado de trabalho.
Mas a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mostrou, na última quarta-feira, que ainda há consenso no Fed de que são necessários mais dados para que seja apropriado elevar os juros, embora alguns integrantes com poder de voto esperam que isso aconteça em breve.
Muitos operadores esperavam sinalização mais contundente de que os juros norte-americanos podem subir neste ano e venderam dólares após a divulgação da ata. Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados.
Cenário Nacional
No cenário local, declarações do presidente interino Michel Temer levaram alguns a apostar que o governo almejaria evitar quedas maiores do dólar, mas o presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem defendido o respeito ao câmbio flutuante.
Investidores também continuaram à procura de pistas sobre a trajetória do ajuste fiscal, segundo a Reuters. De maneira geral, o mercado vem minimizando a importância dos recuos do governo em sua campanha para aprovar medidas de austeridade no Congresso Nacional, apostando que a postura tende a enrijecer se o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff for aprovado.
Banco Central
Nesta manhã, o BC anunciou mais um leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, mas com oferta de até 10 mil contratos, abaixo do que vinha ofertando anteriormente. A estratégia tem como efeito segurar a queda do dólar frente ao real.
O BC vinha mantendo sua estratégia de vender diariamente 15 mil swaps reversos, desde que aumentou a oferta na semana passada, sobre 10 mil contratos diários até então. O reforço na intervenção contribuiu para tirar o dólar das mínimas em quase um ano atingidas neste mês.