O dólar fechou em forte queda nesta quarta-feira, voltando ao patamar de R$ 3,21, em dia marcado pela decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos (EUA) em manter estável a taxa básica de juros da maior economia do mundo. Também nesta quarta-feira, o banco central japonês fez uma mudança abrupta e adotou como foco a taxa de juros de títulos do governo buscando alcançar sua meta de inflação, após anos de forte impressão de dinheiro que não surtiram o efeito desejado estimular a economia do país após décadas de estagnação.

Dólar Hoje

O dólar caiu 1,52% ante o real nesta quarta-feira, 21 de setembro de 2016, negociado a R$ 3,2097 para compra e a R$ 3,2114 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,2087 (valor mínimo) e R$ 3,2575 (valor máximo). Este é o menor patamar de venda da divisa desde 8 de setembro, quando o dólar encerrou o dia sendo vendido a R$ 3,2104.

Dólar em Setembro

No mês setembro, após catorze pregões, a moeda norte-americana acumula uma desvalorização de 0,55%. São oito pregões de alta contra seis de baixa. No último pregão de agosto, o dólar fechou cotado a R$ 3,2281 para compra e a R$ 3,2293 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após cento e oitenta e um pregões, o dólar acumula uma queda de 18,66% ante o real. São oitenta e dois pregões de alta contra noventa e nove de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

O Federal Reserve anunciou na tarde desta quarta-feira que manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos na faixa entre 0,25% e 0,50%, como amplamente esperado pelo mercado financeiro. No entanto, as autoridades do banco central norte-americano reduziram o número de altas de juros que esperam neste ano de duas para uma, de acordo com a projeção divulgada com o comunicado.

Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde o rendimento é maior, como é o caso do Brasil.

A trajetória de baixa da moeda norte-americana nesta sessão também foi influenciada pela decisão do Banco do Japão, que adotou como foco a taxa de juros de títulos do governo, buscando alcançar sua meta de inflação.

Em uma tentativa de acalmar o nervosismo do mercado, o Banco Central do Japão manteve a taxa de juros negativa em 0,10% que aplica a alguma das reservas excessivas que as instituições financeiras deixam no banco central e informou que continuará comprando títulos do governo no ritmo atual por enquanto.

Cenário Nacional

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse que o Brasil não precisa mudar sua meta de inflação, sendo que o BC avalia que o alcance do alvo de 4,5% em 2017 é possível e que a desinflação continuará nos próximos anos.

Banco Central 

O Banco Central brasileiro atuou no mercado de câmbio nesta quarta-feira. No entanto, assim como nas cinco últimas sessões, reduziu pela metade sua oferta de contratos de swap cambial reverso (equivalentes à compra futura de dólares). O BC ofertou 5.000 contratos nesta sessão e todos foram vendidos.

O BC vinha ofertando 10 mil swaps por sessão.

É um sinal de que o BC está reconhecendo o risco de o dólar entrar em trajetória de alta por causa do Fed e eleições, e já está se adequando à medida que o cenário para a moeda está se alterando.

Investidores também ficaram de olho na entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, à agência de notícias Reuters.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira que o Brasil não precisa mudar sua meta de inflação, sendo que o BC avalia que o alcance do alvo de 4,5% em 2017 é possível e que a desinflação continuará nos próximos anos.

O mercado de câmbio também  entendeu que o presidente do BC deu sinais de que pode reduzir as intervenções no mercado de câmbio. Isso significaria espaço para uma queda do dólar.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 21 de Setembro de 2016