Na véspera da decisão do Fed, dólar cede e passa a valer R$ 3,26

O dólar encerrou em queda  o pregão desta terça-feira, véspera da decisão sobre política monetária do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. Amanhã, o banco central japonês também deliberará sobre sua política monetária atual. A sessão de hoje foi marcada pelo recuo dos preços do petróleo no exterior.

Dólar Hoje

O dólar caiu 0,53% ante o real nesta terça-feira, 20 de setembro de 2016, negociado a R$ 3,2595 para compra e a R$ 3,2610 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,2473 (valor mínimo) e R$ 3,2733 (valor máximo).

Dólar em Setembro

No mês setembro, após treze pregões, a moeda norte-americana acumula uma valorização de 0,98%. São oito pregões de alta contra cinco de baixa. No último pregão de agosto, o dólar fechou cotado a R$ 3,2281 para compra e a R$ 3,2293 para venda.

Dólar em 2016

Em 2016, após cento e oitenta pregões, o dólar acumula uma queda de 17,40% ante o real. São oitenta e dois pregões de alta contra noventa e oito de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

Cenário Internacional

Os investidores continuam à espera da reunião do banco central norte-americano na quarta-feira. A expectativa é de que o Fed mantenha a taxa de juros.

Mas os mercados globais esperam sinalizações de quando essa alta deve ocorrer; muitas apostas são de que ela virá ainda este ano.

Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde o rendimento é maior, como é o caso do Brasil.

Em relação ao BC do Japão, que também se reúne nesta semana, a expectativa é de que corte ainda mais sua taxa de juros negativa e aumente seu programa estímulos econômicos.

Cenário Nacional

Diante da expectativa de manutenção de juros nos EUA, houve entrada de dólares no Brasil. Com a oferta maior da moeda, o preço da moeda norte-americana tende a cair ante o real.

O Brasil, assim como outras economias emergentes, oferece rendimentos mais elevados aos investidores. A taxa básica de juros do país está em 14,25% há mais de um ano, uma das mais elevadas do mundo.

Favoreceu ainda o recuo do dólar ante o real nesta sessão o clima doméstico mais otimista com a aprovação de reformas fiscais, depois de declarações de representantes do governo.

Em discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU nesta manhã, Michel Temer disse que o país precisa retomar o crescimento econômico e a geração de empregos. “Temos clareza sobre o caminho a seguir: o caminho da responsabilidade fiscal e da responsabilidade social.”

Banco Central 

O Banco Central brasileiro atuou no mercado de câmbio nesta terça-feira. No entanto, assim como nas quatro últimas sessões, reduziu pela metade sua oferta de contratos de swap cambial reverso (equivalentes à compra futura de dólares). O BC ofertou 5.000 contratos nesta sessão e todos foram vendidos.

O BC vinha ofertando 10 mil swaps por sessão.

É um sinal de que o BC está reconhecendo o risco de o dólar entrar em trajetória de alta por causa do Fed e eleições, e já está se adequando à medida que o cenário para a moeda está se alterando.

Investidores também ficaram de olho na entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, à agência de notícias Reuters.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira que o Brasil não precisa mudar sua meta de inflação, sendo que o BC avalia que o alcance do alvo de 4,5% em 2017 é possível e que a desinflação continuará nos próximos anos.

O mercado de câmbio também  entendeu que o presidente do BC deu sinais de que pode reduzir as intervenções no mercado de câmbio. Isso significaria espaço para uma queda do dólar.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 20 de Setembro de 2016