De acordo com a opinião dos analistas consultados pelo Banco Central para elaboração da quadragésima oitava edição de 2016 do Boletim Focus, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) crescerá 6,69% em 2016. Na última semana, os maiores especialistas do mercado financeiro brasileiro previam que a inflação oficial do país cresceria 6,72% ao longo deste ano.
Se a projeção das instituições financeiras estiver correta, a inflação brasileira ainda manter-se-á bem acima da meta central de inflação, de 4,5%, fixada para o ano. Também permanecerá acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. Até o ano anterior, a inflação do país não oscilava oficialmente acima do teto da meta de inflação por dois anos seguidos desde 2002 e 2003.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central de inflação para 2016 e 2017 é de 4,5%. Porém, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já admitiu que não conseguirá trazer o IPCA para a meta central de 4,5% neste ano. Segundo a autoridade monetária, isso será possível somente em 2017.
Com relação a 2017, a expectativa dos economistas é de que o IPCA feche o ano em 4,93% – projeção semelhante àquela divulgada na última semana (4,93%).
O Boletim Focus é um relatório divulgado semanalmente pelo BC. Esse relatório contem uma série de projeções sobre a economia brasileira coletadas junto a alguns dos principais economistas em atuação no país. Cerca de 100 (cem) analistas de mercado, representando as principais instituições financeiras do Brasil, opinam sobre a perspectiva futura de diversos indicadores de nossa economia. O relatório é confeccionado de segunda-feira a domingo, sendo divulgado sempre às segundas-feiras da semana seguinte à sua confecção.
Clique aqui e confira a íntegra do Boletim Focus divulgado no dia 02 de Dezembro de 2016.
O BC criou o Boletim Focus para poder acompanhar as impressões do mercado brasileiro sobre a inflação. Além do IPCA, a autoridade monetária também monitora a expectativa do mercado financeiro brasileiro quanto à oscilação de outros indicadores de inflação.
IGP-DI
A expectativa dos economistas é de que o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encerre o ano de 2016 em 6,76% – previsão 0,07% inferior àquela divulgada na semana anterior (6,83%).
Para 2017, a previsão dos analistas consultados pelo BC para o IGP-DI é de crescimento de 5,04% – projeção 0,02% inferior àquela divulgada no relatório anterior (5,06%).
IGP-M
Para o acumulado de 2016, a expectativa dos analistas é de que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também divulgado pela FGV, cresça 6,98%. No relatório anterior, os especialistas consultados pelo BC estimavam um crescimento de 7,18% ao longo deste ano.
Para 2017, as instituições financeiras consultadas pelo BC estimam que o IGP-M crescerá 5,22%. Essa taxa é igual àquela projetada no último relatório (5,22%).
IPC-Fipe
O Índice de Preços ao Consumidor aferido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) encerrará 2016 em 6,31%, segundo os analistas financeiros consultados pelo BC para elaboração do Boletim Focus. Essa previsão é 0,27% menor que aquela divulgada na última semana (6,58%).
Com relação a 2017, o Boletim Focus aponta para um crescimento de 5,12% do IPC-Fipe – taxa percentual 0,06% maior que aquela divulgada na última semana (5,06%).
Preços Administrados
Com relação aos preços administrados pelo Governo Federal, ou seja, aqueles relacionados a insumos e serviços essenciais, os analistas consultados pelo BC estimam uma taxa de crescimento de 6,00% para 2016 – taxa de variação 0,02% menor que aquela projetada no último relatório (6,02%).
Para 2017, o Boletim Focus prevê uma alta de 5,30% nos preços administrados – 0,02% superior à taxa divulgada na última semana (5,28%).